terça-feira, 27 de novembro de 2012
Cartão postal
segunda-feira, 26 de novembro de 2012
Dia D
sexta-feira, 23 de novembro de 2012
Confissão
Nunca estive tão certo de algo tão incerto. Sei que vamos nos reencontrar de novo, querida. Não sei se no próximo verão, se no próximo ano, se na próxima década, se em nove ou em noventa anos. Não sei se aqui ou se aí, se no primeiro lugar em que eu te vi ou em um trem a caminho de sabe-se lá onde. Não tenho a menor ideia.
Minha certeza em te ver de novo é tão grande que me fez acreditar em uma outra vida depois desta vida.
quinta-feira, 22 de novembro de 2012
Mate cocido
Eu sabia que, se abrisse aquela caixa de chá, abriria com ela todas as urnas que estavam enterradas e acorrentadas e trancadas com cadeados pesadíssimos no interior da minha memória. Tantas lembranças, tantas visões, tantos sons e imagens e cheiros e sensações que eu guardo aqui comigo tentando apenas me convencer de que tudo foi apenas um sonho.
Seguro a caneca, olho o vapor que sai de dentro dela e vejo você, sem maquiagem, de pijama, o cabelo desarrumado e cheio de nós... você ali de pé, no fogão, erguendo o bule e caminhando descalça para o balcão, com a bunda arrebitada. Parava nas nossas canecas, enchia primeiro a minha, verde, e depois a tua, bege amarelada. Eu me divertia com aquilo.
quarta-feira, 24 de outubro de 2012
Teu maior erro
sexta-feira, 19 de outubro de 2012
Máscara
quarta-feira, 3 de outubro de 2012
> apagar ao acordar
terça-feira, 25 de setembro de 2012
Cartão-postal
Hola,
Ahí está el regalito simple, pero de corazón, que te traje de mi viaje.
Ojalá un día conozcas allá. Y también todos, pero todos los lados con los cuales soñás conocer.
Creo que este será el último recuerdo físico, material, que tendrás de mí. Supongo que no nos volveremos a ver nunca más, a menos que me pruebes el contrario algún día. No lo creo. Pero así es la vida, un montón de despedidas y de memorias, no?
Siempre me voy a acordar cariñado de vos. Y te apoyaré desde acá lejos para que seas re contra feliz. Vos, Juanito, Mati y la chiquilla Luchi. Che, va a tener tus ojos y ser hermosa como vos.
Muchas gracias por haber hecho parte de mi vida los últimos años.
Adiós, supongo.
Con amor, cariño y nostalgia,
sábado, 22 de setembro de 2012
Um X demarcará o local indicado
quarta-feira, 5 de setembro de 2012
Pódio
Há instantes da vida em que, não importa o que aconteceu nem o que acontecer, tudo sairá perfeitamente bem. E daí encontramos possíveis explicações para vencedores de loteria, crimes perfeitos, jogadas de sorte e até mesmo aquele cara low profile se dando bem com a garota mais desejada do círculo social.
É estranho ver isso de fora, e... estar dentro desta situação, mais ainda. É... não sei. Talvez seja uma sensação de ser maior que você mesmo. De ser maior que o mundo. De ser maior que a vida. É um instante em que tudo faz o maior sentido e não há mistérios no universo que sejam insolúveis. Difícil explicar. Mas deve ser exatamente o que o Mario sente quando captura uma estrelinha no Super Nintendo e fica invencível.
Não importa.
Nada importa. Nada.
Nem mesmo a autocensura, que te avisa do alto risco e da imbecilidade dos pensamentos que circuitam o interior de sua cabeça e movimentam a roda do gerador que te energiza a fazer aquilo que há tempos você nunca teve a coragem de fazer.
Chega a hora de um suspiro imprudente. A inflada dos pulmões, o oxigênio que provoca a combustão inconsequente. O all-in blefado de 2 de copas e 10 de espadas em um river que pode mudar... uma vida? Duas? Três? Quem sabe?
Um sorriso vencedor.
Uma gargalhada, intensa, triunfal.
Os olhos fechados. O imaginar de um braço erguido, de um punho cerrado.
Os aplausos mudos. A vitória. As batatas.
Um novo respirar fundo.
...
A realidade. A angústia, o desespero, o receio, o temor, o ar que falta, as mãos que transpiram.
O esquecer que aquele era o momento em que a vida jogava o teu jogo.
“Acalme-se”, algo lhe sussurra ao ouvido. “Aquele era o teu momento, aquele era o teu show. Não seja impaciente”.
Segundos que duram séculos.
E enfim a vitória (sim, aquela mesma, à qual você não está acostumado e que te faz sentir culpado por não achar que merece vencer).
Sorrisos escancarados para todo um feriado. A felicidade nos menores detalhes.
terça-feira, 4 de setembro de 2012
(toca o telefone às 2h37 da manhã)
Che!
Desculpa te acordar a essa hora da noite com essa ligação, sei que já nem me corresponde mais o direito de te acordar de madrugada nem que seja um caso de polícia. Mas é que... nah, não tem como não compartilhar isso contigo!
Acontece que... não, você não sabe. É um negócio tão sensacional e tão importante que você vai saber e espero que fique sem fôlego assim como eu fiquei em saber. Quero que você fique tão feliz quanto eu fiquei ao saber disso. É uma alegria que... sabe? Faz tempo que eu não sinto.
Quando foi a última vez que eu senti isso? Ah, lembrei! Foi aquele dia que eu fiquei te esperando sair da aula e fiquei ali fingindo que olhava para o outro lado da rua. E aí você veio, me deu um empurrão já me abraçando e me dando um beijo enorme pra que toda a tua cidade visse. Verdade, foi esse dia. Foi a última vez que nos encontramos.
Mas então, não me deixe sair do assunto. Vamos lá.
Acontece que não consegui vibrar sozinho ao saber disso e... até tentei respirar fundo, deixar para te falar amanhã. Mas aí peguei o telefone, vi teu número... e ah, o que custa te dar uma ligada? Vai que depois você dorme ainda mais feliz...
Sabe? Tenho saudade disso, de te ver dormindo tão feliz ao meu lado. Gostava de acordar no meio da noite quando você me dava um empurrão sem querer e eu ficava ali, te olhando, e te dava um beijo no ombro e passava a mão nos teus cabelos e já me sentia o máximo por... te ver dormindo.
Só que... é, eu te dizia... eu te dizia...
Bah, deixa pra lá. Nem era tão importante assim, mesmo.
Boa noite.
segunda-feira, 20 de agosto de 2012
Sobre o recomeço
Nas poucas vezes em que desviava meu olhar daquele monte de água, reparava em belas moças desfilando de biquíni com belas curvas e belas marcas e belos caminhares, e elas sempre passavam reto sem nem perceber minha existência. Mas eu já não precisava olhar para o teu rosto e penetrar nos teus óculos escuros para ver aquele olhar que você fazia para esconder que estava maravilhada com aquela paisagem – mas teu sorriso te denunciava.
quinta-feira, 2 de agosto de 2012
Entenda as piadas sem sentido do Chaves: o que abacaxis têm a ver com petecas?
(Se você teve preguiça de rodar o vídeo, eu resumo)
Viram? O Chaves diz, inicialmente, que a tribo era a dos Nhonhos - referindo-se ao filho do Seu Barriga, não à comunidade ñoña, conforme já explicamos aqui há muito tempo. Mas o que tem a ver o Nhonho com as supostas tribos cujos nomes terminam em –teças? Tudo:
terça-feira, 31 de julho de 2012
As coisas mais lindas que eu nunca quis te dizer
sábado, 28 de julho de 2012
Foi tão efêmero
Houve um momento em que percebi que iria guardar você para sempre na minha vida, e talvez você nem tenha se dado conta de quando isso aconteceu – porque não foi na primeira vez que te disse que te queria e nem quando admiti (para mim mesmo) que te amava.
Foi depois de tudo isso, pra te falar a verdade. Alguns dias depois.
Aconteceu em um domingo, depois que você teve que voltar para casa. Fingi que fui para o ponto de ônibus, mas na verdade acabei parando logo que passei pela porta do shopping do lado da tua casa, sentei em um cantinho e me rendi. É, foi ali.
Ali eu sabia que você já estava marcada para sempre na minha vida, e que nunca mais eu conseguiria lidar com a possibilidade de um dia você não estar mais. E ali eu chorei, sem parar, por quase uma hora. Talvez antevendo que um dia seria preciso conviver sem você.
Chorei pelo eu de hoje, que, de algum jeito, avisava ao eu daquele dia o que ele estava fazendo. Chorei pelo que os felizes e radiantes eus daqueles dois anos em diante fariam ao eu cético de hoje, que acha que tudo foi tão efêmero e que teme nunca mais te ver de novo.
sexta-feira, 27 de julho de 2012
Entenda as piadas sem sentido do Chaves: Não se diz cagueta, se diz chupeta
Pois bem. Lembram-se neste episódio (inesquecível para mim, dada a voz irritante da dublagem do Chaves), logo no comecinho, quando o Seu Madruga vai ralhar com o nosso querido menino da Vila por ter dito à Dona Florinda que não havia pedra naquele estilingue? Pois bem. Ali começa um dos diálogos mais sem sentido do seriado, especialmente na versão dublada. E é dali que sai a famosa frase “não se diz cagueta, se diz chupeta”, que, imagino eu, sempre tenha carecido de uma explicação sóbria e sensata. Mas vejamos, a partir dos 2:00:
Toda essa confusão tem início por causa de um maldito verbo em espanhol que não temos (não em tradução perfeita) no português: o tal do echar, que pode significar muitas coisas. Um hispanohablante echa de menos quando tem saudade, echale sal quando salga alguma comida, echa a perder quando desperdiça algo, echa quando demite alguém... enfim, são nada menos do que 48 significados possíveis, de acordo com a Real Academia Espanhola. Isso sem falar em locuções, gírias ou regionalismos.
E é daí que sai o echar de cabeza, expressão usada pelo Seu Madruga quando o Chaves o dedura para a Dona Florinda. Só que, analisando friamente, não seria tão absurdo assim encontrar outro significado para tal declaração. Confira, no áudio original (adiante até os 2:50):
O Chaves se limita a entender a versão mais “clássica” do echar: “jogar de cabeça”. E responde que alguém que “echa de cabeza” outra pessoa é um lutador (e não carrasco!), porque “agarram o outro lutador e jogam de cabeça no ringue e ganham porque o juiz levanta a mão dele”. Perceberam como o gestual dele durante a fala tem mais sentido?
Mas, o que vem a seguir, é um festival de bobagens do Chaves para as perguntas do angustiado Seu Madruga, que diz se referir a pessoas “delatoras” – ou caguetas. Mas qualquer coisa menos isso foi entendida, basta ver a risada do garoto do barril: “não se diz de la tora (ou “da toura”, em português), se diz ‘de la vaca’”, responde ele.
Viram só? É apenas uma piadinha ingênua, simples... e que não tem naaaada a ver com a tal da chupeta. Só que, convenhamos, não era nada fácil encontrar alguma conversa com sentido para tal passagem tão desconexa (e engraçada!) da versão original, não é verdade? Até o próprio Seu Madruga admite que os dois não estavam falando no mesmo idioma.
Na sequência, aproveitando o cortejo, vamos desmascarar que “o dedo duro é o dedo esticado” (ainda que não deixe de ser verdade).
Seu Madruga pergunta (em espanhol) se o Chaves sabe o que é um traidor (e não um dedo-duro). A resposta simplória do garoto é dizer que um “traidor” é alguém que traz coisas – tem lá seu sentido, já que “trazer”, em castelhano, é “traer”. E um “traedor”, pensando assim, pode ser encarado como alguém que “traz coisas”.
Contentes? Tomara.
quinta-feira, 26 de julho de 2012
Entenda as piadas sem sentido do Chaves: O Imperador Carlos V ainda não chegou
E muita coisa mudou desde que eu havia interrompido esta série sobre as explicações para as piadas traduzidas do Chaves. Até o SBT resolveu nos brindar com uma série de episódios (semelhantes ou perdidos) que não eram apresentados havia décadas!
E, bom, reiniciemos esta série com um desses Episódios Perdidos: "A Sobrinha da Dona Clotilde".
Logo no começo deste episódio (6:20) vemos o Seu Madruga perguntando ao Quico onde estava a Dona Florida, ao passo que o bochechudo não hesita em questionar seu famoso "da parte de quem?". Seu Madruga, então, afirma que está lá em nome do Imperador Carlos V - para a surpresa do Quico, que pergunta se o famoso rei já chegou.
É difícil imaginar que o Quico saiba realmente quem foi Carlos V - no caso, imperador do Sacro Império Romano-Germânico e, mais tarde, imperador da Espanha. Mas o filho da Dona Florinda tinha uma noçãozinha, como podemos ver logo depois do instante 7:00.
É por isso que o Quico pergunta, na versão original em espanhol, se o Seu Madruga havia virado vendedor de chocolates. E por quê? Bom, simples: porque Carlos V é o nome de uma popular barra de chocolates da Nestlé vendida no México.
Ainda em tempo, vale explicar os erros de ortografia que a Dona Florinda menciona no cartaz feito pelo Seu Madruga. No letreiro, como é mostrado em determinado momento, consta: "En esta becinda estan proividos los animales y los niños chiquititos".
Há cinco erros aí, e dois deles são muito comuns em espanhol como os erros que vemos corriqueiramente em português com as trocas de S, SS, XC, Ç... trata-se da troca do B pelo V, como já vimos anteriormente. E pessoas de menos instrução, com certa frequência, cometem erros assim - e também outros, como omitir letras que não são pronunciadas (como os Ds mudos, os Hs neutros... e por aí vai).
Vizinhança, em espanhol, se escreve vecindad, mas se pronuncia "becindá". Já a palavra proibidos, em espanhol, escreve-se "prohibidos" - e se lê "proibidos". Mas, lembramos, é muito comum confundir o som de V e B em espanhol. Assim como, em alguns lugares, não é tão absurdo assim se encontrar por aí a grafia de "poio" para "pollo", ou frango. Assim é a vida. Já o quinto erro nada mais é que a falta de acento em "están".
Sinceramente? Foi bom voltar.
quarta-feira, 25 de julho de 2012
Entenda as piadas sem sentido do Chaves: Dança das Horas, de Tchaikovsky
Muitas vezes cometemos erros porque queremos falar acerca de algo que não sabemos, e a arrogância nos leva ao equívoco – tão vergonhoso, senão mais, que a falha por ignorância. É mais ou menos assim que o Quico comete uma ligeira gafe – que acaba passando desapercebida por todos seus amiguinhos –, que retrataremos aqui.
Acontece enquanto os alunos do Professor Jirafales estão no pátio da escola brincando de orquestra, antes de cantarem as mais do que famosas “Se você é jovem ainda” e Que bonita sua roupa”. Chaves tem a brilhante ideia de que todos toquem a mesma canção e Nhonho acareia quais músicas cada um tocava. São elas:
Chaves tocava Mamãe eu quero (na versão original, seria La cucaracha), Nhonho batucava O seu cabelo não nega (ou Las mañanitas), Godines apitava Garota de Ipanema (não consegui decifrar qual era no roteiro castelhano) e Pópis, Ceuzinho Lindo. Então Quico mete as patas ao se esbanjar: A dança das horas, de Tchaikovsky.
Nessa hora cairia bem um “Ai que burro, dá zero pra ele”. Explicaremos. O russo Piotr Tchaikovsky não compôs a Dança das horas, senão a Dança das fadas. Seu contemporâneo italiano Amilcare Ponchielli quem foi o responsável por criar o balé mencionado por Quico.
Só que não!
A frase do Quico, embora errada, apenas abre espaço para uma outra piada. Minutos mais tarde, quando o Seu Madruga pergunta o que a turma estava tocando, o Chaves acusa que o bochechudo vestido de marinheiro estava tocando A Dança das 24 Horas, de Tchutchaychukowsky.
E é aí, moçada, que entra a piada. Vejamos (a partir do instante 11:30):
Notaram o que o Chaves falou? "Quico estava tocando a Dança das 24 Horas de Zabludovsky". Pois então! Acontece que Jacobo Zabludovsky é um jornalista mexicano que, décadas atrás (algo como 1960), tinha um programa na própria Televisa chamado "24 Horas, con Zabludovsky. E o Chaves nada mais faz que se embananar todo e misturar tudo.
Matamos? :)
Bom, aproveitemos o espaço para mostrar algo que talvez alguns ainda não saibam. A letra original da canção que conhecemos como Que bonita sua roupa não tem nada a ver com vestimentas, e sim com a vila do Chaves. A canção se chama Que bonita vecindad, e o refrão é Qué bonita vecindad/ Qué bonita vecindad/ Es la vecindad del Chavo / No valdrá medio centavo / Pero es linda de verdad - traduzindo, “Que bonita vizinhança / É a vizinhança do Chaves / Não deve valer meio centavo / Mas é linda de verdad”. Tá aí abaixo, pra quem quiser.
sábado, 21 de julho de 2012
Meu telefone não toca, e sempre acho que é você
sexta-feira, 20 de julho de 2012
A sensação mais imbecil do mundo
Va... me muero por oírtelo, creo que se me rompería la cara con la sonrisa que tendría.
segunda-feira, 16 de julho de 2012
Autoflagelação
sexta-feira, 29 de junho de 2012
TGIF
Não me leve a mal, eu sei que acabamos de nos conhecer e que ainda não é a hora de eu ser sincero contigo. Ainda precisamos daquele momento em que eu te conto vantagens da minha vida, você me conta algumas vantagens da tua e assim vamos nos conhecendo mais e mais.
Acontece que eu queria dar um passo mais além, se é que me permites. Gostaria de te falar que adorei passar essa noite de sexta contigo, de ter ficado horas e horas te ouvindo falar sobre a tua admiração pelo Tim Burton e o quanto te comoveu o filme mais recente do Ricardo Darín.
Sabe? Queria te contar o quanto foi legal te ouvir falar de coisas sobre as quais eu não tinha a menor ideia. Foi interessante, de verdade, e era por isso que eu não falava nada sobre mim... apenas dava corda pra você me falar mais e mais de você.
Eu sei, eu sei que deveria ter interrompido todo o teu falatório e ter tentado melhorar ainda mais aquela noite que inaugurava o nosso final de semana. Talvez você estivesse esperando que eu tomasse alguma iniciativa e... sei lá, te tascasse o maior beijo dos últimos tempos enquanto você divagava sobre o roteiro do season finale de How I met your mother.
Mas não consegui, essa é a verdade. Queria aproveitar o máximo do máximo do máximo de todo aquele momento. E não queria correr o risco de interromper tudo aquilo e colocar todo o resto a perder - afinal, a conversa estava super agradável, não é? Só que relaxa, isso não quer dizer que eu não gostei de você, que eu te achei feia ou que te achei chata ou brochante. Pelo contrário!
Agora vou deitar lembrando de ti, tentando escutar o que resta da tua voz dentro da minha cabeça, vou tentar lembrar o toque da tua mão e imaginar como seria o teu beijo. E também como você sorriria para mim depois de tudo isso - será que seria o mesmo sorriso que você deu quando eu te contei a pior piada dos últimos tempos? Talvez...
Então. Eu só queria te dizer que você agora é o grande amor da minha vida. Vou imaginar como tudo seria se um dia for. Todos, todos os detalhes que você puder imaginar. Tudo isso por pelo menos por uma semana.
E só queria te pedir uma coisa, se não for muito incômodo: não me desiluda até a próxima sexta-feira. Se nada der certo entre a gente durante semana, sexta eu tento conhecer o novo amor da minha vida da semana que vem. Mas, por enquanto, deixa eu brincar de fantasiar?
Obrigado.
quarta-feira, 27 de junho de 2012
Lembrei do Roco hoje à noite
terça-feira, 12 de junho de 2012
Ainda não tirei tua foto 3x4 da minha carteira
Ela continua lá, no mesmo lugar de sempre, acompanhada de pequenas coisas que gosto de carregar comigo para cima e para baixo, nas minhas errantes e quixotescas aventuras que nunca sequer começaram, que nunca sequer existiram.
Só que virei tua foto, escondi teu rosto.
Te explico.
Não quero ver teu rosto, me lembrar de ti e trazer contigo um caminhão de boas lembranças de um momento impossível e improvável no espaço-tempo que tornamos (como?) verdadeiro.
Ainda não é a hora. O doce dói, o amargo seria o melhor tratamento.
Quero pensar que um dia vou poder te olhar sem arrombar os estigmas que não querem cicatrizar. Gostam de estar ali, de inflamar, de fazer doer.
Quero poder um dia olhar para ti e sorrir, rir, gargalhar, orgulhar-me do passado e...
Mentira.
Quero ver teu rosto sim, me lembrar sim de ti e, claro, trazer contigo um porta-aviões de ótimas lembranças.
Só ainda não tive coragem de tirar tua foto de lá.
terça-feira, 22 de maio de 2012
Sorriso de meio rosto
terça-feira, 15 de maio de 2012
Suspiro
Muitas vezes a tua finalidade nada mais é que... se recompor. Renovar a carga daquilo que você se desprendeu. Só que, como nos ensina a vida, a tua chance de cumprir o teu objetivo é de 9 em 10. Digo, 10 elevado à máxima imaginável potência. E então esteja preparado para as consequências do fracasso. Que não são muitas, na verdade. A única coisa que pode te acontecer é simples.
domingo, 13 de maio de 2012
Uma semana depois
Em conversas desse tipo é que o clima se torna o melhor assunto das galáxias. Se faz frio, melhor. Mais minutos de comentários amenos sem objetivo algum. E sobre isso que falaram. O frio, o vento, o calor, a falta dele, qualquer coisa que estivesse relacionada... ao clima. Não ao tempo. Tempo era uma palavra a ser evitada, neste e nos outros incontáveis e impensáveis universos paralelos que os envolviam. Falaram sobre o clima. E depois sobre os empregos. Inventaram insatisfações que não existiam apenas para manterem aquele (re)encontro frágil da forma mais fácil e falsa que podiam. E ficaram assim durante infinitos 15 minutos.
Se beijaram.
Não um beijo desengonçado, mal ensaiado, torto, morto. Era um beijo, como todos os beijos daqueles que um dia se amaram devem ser. Mas foi melhor do que isso. Nada ensaiado. Foi improvisado. Sentido. Vivido.
sexta-feira, 11 de maio de 2012
Claustrofobia
Daqui mal posso saber o que acontece aí do outro lado. Escuto alguns ruídos, sinto que às vezes você se aproxima mas não sei se está de fato pensando em me tirar daqui de dentro, se apenas esbarrou por aqui sem querer ou se está brincando comigo. Enquanto isso tento continuar minha fantasia, cada hora com um desfecho, cada hora com um andamento diferente. É o que me resta, não?
A verdade é que estou aqui por uma boa razão, você me convenceu. É para que você extermine todos os males daí de fora e venha me resgatar quando tudo já estiver calmo e tranquilo para que possamos viver em paz. Você quer apenas me proteger, até de você mesma, e eu deveria pensar que linda atitude esta, que sinal de altruísmo. Que atitude a se levar em conta!
Desculpe, a falta de luz me deixa irônico.
Andei pensando muito. Sei que não estou forte o bastante, sou apenas um pequeno ovo com a casca um pouco rachada, mas queria te pedir: por favor, me tira daqui? Está muito escuro, já está fazendo bastante calor, não estou conseguindo respirar bem e meus sonhos se me confundem, não sei mais o que é realidade e o que é fantasia.
Por mais que não esteja forte o bastante, quero lutar. Quero fazer parte dessa guerra, quero estar na linha de frente e reabrir o caminho para tudo o que estava por vir. Quero ter minha lança empunhada, te dar a outra mão. Aceito pelejar sem escudo, de tão certo que a vitória virá contra esse exército tão grande que se voltou contra nós sem nenhuma razão na qual valha a pena pensar.
Mas se você não quiser lutar essa guerra e prefere dar-se por vencida, tudo bem. Me tira daqui do mesmo jeito. Quero seguir minha vida, respirar novos ares, voltar a ser espontâneo e estar mais à mercê do porvir. Quero fazer eu o meu destino, não esperar que o façam por mim sem saber o que virá. Cansei de estar aqui, sozinho, no escuro, trancafiado, não fazendo nada além de contar os dias, as horas e os minutos sem poder sequer ver o meu relógio. Não sei nem se acabei de entrar aqui e estou fazendo birra ou se estou aqui já há séculos. Não sei o que é o tempo, mais.
Seja como for, decida-se. Agora. Deixa de fazer esse jogo, não quero brincar. Esse jogo perverso que só me faz ficar ansioso e angustiado aqui dentro. Assuma, nem que seja só hoje, a consequência das tuas atitudes. Ou confesse, pelo menos uma vez, que a tua decisão não foi a melhor possível e admita o teu erro. Seja sincera, seja honesta, nem que por um pequeno instante. Lute comigo ou me deixe lutar em outra guerra, com outras pessoas. Não fui feito para estar aqui, preso, no escuro, dentro da tua gaveta.
Gaveta... Que coisa muito louca.
Gaveta, que em espanhol se diz cajón.
Cajón, que em portunhol se traduziria caixão.
Caixão, que em espanhol se diz ataúd.
Momento de reflexão
Manuel Bandeira, um gênio
Você me conhece?
(Frase dos mascarados de antigamente)
- Você me conhece?
- Não conheço não.
- Ah, como fui bela! Tive grandes olhos, que a paixão dos homens (estranha paixão!) fazia maiores... fazia infinitos. Diz: não me conheces?
- Não conheço não.
- Se eu falava, um mundo irreal se abria à tua visão! Tu não me escutavas, perdido ficavas na noite sem fundo do que eu te dizia... Era a minha fala canto e persuasão... Pois não me conheces?
- Não conheço não.
- Choraste em meus braços!
- Não me lembro não.
- Por mim quantas vezes o sono perdeste e ciúmes atrozes te despedaçaram! Por mim quantas vezes quase tu mataste, quase te mataste, quase te mataram! Agora me fitas e não me conheces?
- Não conheço não.
Conheço que a vida
É sonho, ilusão.
Conheço que a vida,
A vida é traição.
Close para o fim
Só que o problema maior não é isso.
Há quem tente superar a dor fingindo naturalidade, forçando a normalidade e transparecendo uma sanidade madura e estável. Isso dói, e dói muito. Dissimular uma condição que não é a tua te sufoca na hora de escolher as melhores palavras, as melhores expressões, as melhores respostas, os melhores roteiros.
A verdade é que nada sai direito. Aquelas que pareceram até milissegundos atrás as melhores chaves para as portas encerradas explodem na madeira maciça e sequer a fazem tremer. E pior: tornam-na mais forte e cada vez mais intransponível. Especialmente se a aleatoriedade sempre havia deixado aquelas portas escancaradas, mostrando do outro lado um jardim alegre, habitado por altas árvores e flores e pássaros e borboletas e insetos e... (aquilo ali é um arco-íris?) e abrilhantado pelos raios de sol das 8 da manhã.
Mas parece que dissimular é o melhor cenário.
(É o que eu tento dizer a mim mesmo)
(E eu mesmo me respondo, sem muito pestanejar)
- Ah tá, como se isso fosse um filme de final feliz.
quinta-feira, 10 de maio de 2012
Queria te dizer tanta coisa.
O ar, limpo, frio, saborosamente insosso, estufa meu peito.
Me acalma.
Me conforta.
Oxigena meu cérebro, tenso, e acalma minhas terminações nervosas.
As mãos, molhadas e frias, se esquentam.
Expiro o ar vagarosamente, quase calmamente.
Sinto a carga pesada esvaziando minha cabeça.
Sinto meus olhos, antes nublados, quase cegos, que não faziam outra coisa senão enxergar lembranças nos lugares mais incomuns (e mais improváveis), se fechando naturalmente.
Sinto o sono que há tempos não sentia.
Quero dormir.
Preciso dormir.
Apesar de ainda ter tanta coisa para te dizer.
Mas...
...
Preciso não te ligar amanhã.
quinta-feira, 3 de maio de 2012
Divisão da cama de casal
Nunca, mas nunca mesmo, uma cama de casal vai ser repartida igualitariamente entre duas pessoas – a não ser que um muro de tijolos seja colocado sobre um meridiano de Greenwich imaginário sobre o colchão, o que faria com que toda a mística sobre um leito para dois deixe de existir. Só que... sinceramente, quem se importa?
Jamais será você quem invadirá o espaço alheio (embora, sim, você também o invada). Sempre será o outro, e acho que isso passa um pouco pelo processo de automartirização de uma pessoa apaixonada. Sem neologismos, o que você quer mesmo é valorizar todos os sacrifícios que alguém em tal condição de insanidade amorosa é capaz de fazer.
E é necessário frisar aqui: dormir sozinho é uma das maiores comodidades que já inventaram. Você tem todo o espaço do mundo, pode se mexer à vontade, não acorda com o próprio ronco e (quase) nunca terá um déficit de cobertas. E poderá se cobrir e descobrir quando bem entender. Isso é inegável.
Enquanto isso, a partir do momento em que você divide um colchão com alguém, certos problemas surgem. Há menos espaço. Menos mobilidade. Menos liberdade. Mais chutes. Mais cotoveladas. Mais chances de cair da cama. E olha que ainda nem mencionei o ronco: eu, se pudesse, escolheria meu par amoroso pela altura do ronco. Por sorte, sempre fiz escolhas acertadas (neste quesito, vamos nos concentrar neste quesito).
Outra coisa: o corpo humano não foi desenhado para a cama de casal, que comporta no máximo três braços. Um (o teu, obviamente) sempre sobrará. E ficará dormente, independentemente da maneira como for acomodado. É um verdadeiro incômodo, vai por mim.
Olhando por esse lado, dormir com outra pessoa é a pior coisa do universo. E afirmo tudo isso com a tarimba de quem já fez a loucura de dividir uma cama de solteiro com alguém. Por mais de um mês. Mais de uma vez.
Foram as melhores noites da minha vida.
Aconteça o que acontecer, nada se compara ao acordar ao lado da pessoa de quem se gosta e ter como primeira sensação do dia o sentir o contato da tua pele com a dela – que já é quase a tua. Nem tampouco ao olhar ainda sonolento dela, sem maquiagem ou com o rímel já todo corrido, que te dá arrepios cada vez mais fortes. E falar o que do primeiro “oi” que você ouve e que faz o teu dia melhor, por pior que você saiba que ele vá ser?
É difícil encontrar algo que também seja melhor que dormir grudado com a pessoa amada, em um abraço tão forte que demonstre que você nunca a deixará ir. E ficar nessa posição durante uma, 3, 6, 8, 10, 12 horas. Quantas forem necessárias, e que serão uma fugacidade. Deveriam durar para sempre.
E se em algum momento cansar e seu corpo, entediado, rogar por uma mudança de posição... ele mesmo vai te implorar, menos de 10 segundos depois, para voltar ao abraço e ao aconchego dela. E com o tempo o braço que sobra na cama... até ele vai se acostumar a passar toda a noite dormente, formigando, dolorido, incômodo.
Aos poucos você só vai conseguir responder se teve uma boa noite de sono se dormiu com ela.
quarta-feira, 2 de maio de 2012
Pandora, maldita
Ah, Pandora, tua maldita.
Não pudeste simplesmente deixar-me alheio de tudo isso? Não pudeste simplesmente deixar-me tão contente com a minha ignorância, a minha ignorância que me fazia tão bem? A minha ignorância que era a minha felicidade! Funesto conhecimento este, que nada mais faz senão amuralhar qualquer brisa de esperança que queira vir em minha direção.
Ah, a esperança.
Esperança, consolo dos não ignorantes, única alternativa de felicidade dos infelizes. Feliz era eu, errado, sem esperança e sem males que me atormentassem. Tinha apenas os meus sonhos – que nada tinham a ver com a esperança. Então teu jarro, tua caixa, teu amaldiçoado cofre, que em um mundo ideal jamais seria preenchido nem pela mais remota e passageira dor... e que me brindou o indesejado conhecimento e me roubou a ignorância, prenúncio de felicidade.
Ah, a... felicidade?
Agora me contento com a esperança e te la suplico. Renuncio à antiga e falsa (eu sei) felicidade de outrora pela inebriante esperança se permitas que ela me traga novamente aquela ignorância quase pueril, que me turve os olhos e me devolva o andar torto e soberbo dos bêbados. Que torne minha sobriedade tão embriagada, tão insensata, tão improvável, tão irreal e tão concreta, tão real, tão provável, tão sensata.
Ah, Pandora...
Por quê?
domingo, 29 de abril de 2012
Prefácio de um livro inexistente
Hoje, no entanto, acordei com a certeza de que toda essa minha escrita simples e pessoal com você nos últimos intensos e insanos dias não eram mais o bastante. E nem o suficiente. Hoje, em uma manhã fria de domingo, com um bloco virgem e uma caneta nova, decidi que escreveria um livro sobre nós. Um livro para que eu leia daqui uns dois, cinco, 50 ou talvez 70 anos e me recorde de você.
Ou para que eu tenha a certeza de que eu ainda não me esqueci de você, não sei. Até porque, como eu já lhe tinha falado uma ou 100 vezes, não dá para levar uma vida normal depois de ver o seu sorriso iluminar o meu mundo.
Antes que eu esqueça, queria te falar uma coisa: mudei a estrutura do nosso livro. O prefácio não será a nossa pré-história (ou seja, a nossa história antes do primeiro encontro). E ah, esse livro terá um fim, como já se sabe (e não será, como havíamos combinado antes, um relato que seria concluído apenas por nossos filhos).
Espero que não se importe de ver a nossa história exposta aqui, assim tão real, aos olhos de tanta gente. E espero que, assim como eu, ainda guarde lembranças boas de nossa vida juntos.
Sinceramente e com carinho;