terça-feira, 27 de novembro de 2012

Cartão postal


Si no te hubieras ido, qué harías?

Nunca havia entendido essa pergunta, feita por um filósofo belga. Até um dia em que minha barba ficou maior e eu resolvi tomar um porre de vinho.

Se eu não tivesse ido, o que eu faria?

Buscaria um trabalho de subalterno. Ganharia menos do que ganho hoje, trabalharia mais do que trabalho hoje.

Sentiria mais saudade das pessoas de quem não sinto falta. Não sentiria saudade da única pessoa de quem sinto falta.

Teria aprendido a cevar mate.

Seria mais nacionalista.

Compraria cigarros por menos.

Falaria melhor a R vibrante.

Viveria contigo por todo o tempo do mundo. A chama não se apagaria como se apagou.

Mas eu tinha que voltar. Eu tinha. Eu sabia que tinha.

Voltei.

E agora me pergunto quando vou receber a contrapergunta.

Si te hubieras ido, que harías?

Estaria bêbado, às 5 da manhã, ouvindo a música que ouvi na festa quando te disse que te amava. Lembrando de você e me perguntando por que você se foi.

Che, por que me dejaste ir?

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