segunda-feira, 24 de julho de 2006

E o pior de tudo é ter medo

Medo de arriscar, medo de tentar, medo de sair... medo de mudar. Medo, preguiça, comodismo, falta de vontade, falta de interesse, falta de coragem. Um réquiem para um sonho.

Ah... Ah! É... é bom a gente dar um suspiro de vez em quando. Só é chato quando não é um suspiro de "aaaaaah, demais", mas um de "pois é, não deu". Não com o significado de antes, mas talvez um pouco mais sério. Porque daquela vez era algo nostálgico, platônico... um sonho grátis. Agora, bem... era uma coisa nostálgica e platônica, um sonho que seria grátis... mas envolvia uma coisa mais real, envolvia um sonho muito maior. Um sonho de falta. Um sonho de necessidade. Nem eu entendo muito, mas talvez agora seja mais sério porque acumula com o de antes, não sei. Não sei, não sei, não sei.

A única coisa que eu sei é que não foi desta vez. Não, não é você quem me faz sonhar, não é você quem me faz interromper as leituras obrigadas - e, conseqüentemente, desagradáveis -, não é você quem me faz sair do offline... Não é você quem me fez mudar. Blablablá. Blablablá. Também me cansei disso tudo.

Porque rolou uma frustração. Rolou um broxar. Porque estavas na minha lista de preferidos desde o começo, o que faltava era a coragem. Coragem de tentar uma amizade. Coragem de tentar uma melhor amizade. Pois é, não deu!

Amigos de infância, eles sim. Eles me fazem acordar o mais cedo possível, eles me fazem ter uma série de alegrias momentâneas e suspiráveis. São reais, e não um vislumbramento. Não uma imaginação.

Ah.... ah!

domingo, 23 de julho de 2006

Just to waste my time with you...

Era pra ser assim, pelo menos na minha cabeça. Porque pela primeira vez eu queria, de fato, fazer uma amizade. E não deu certo, porque eu me engano fácil, eu me deixo levar pelas primeiras aparências e sempre imagino as coisas certas com as pessoas erradas. Ou as coisas erradas com as pessoas mais erradas ainda. O resultado, bem, é sempre uma merda.

As primeiras impressões. Alca, alca, alcaralho! Sim. Uhum. Ahn. É. Ih. Hahaha. Hehe. Alcaralho! E o último fio de esperança se rompe com um "deixar pra lá" em uma conversa que poderia ser divertida. Uma conversa de amigos. De melhores amigos. Tsc, tsc.

E às vezes a gente se arrepende das coisas que acontecem. Não, arrepender não, mas talvez... a gente lamenta. Poderia ser tudo diferente agora, eu nem precisaria estar nessa busca incessante pela melhor amiga que nunca vai aparecer. É...

Acontece que essa canção eu vou ter que cantar pra outra pessoa. Eu só queria ser seu amigo, ah! Acontece que eu nem queria escrever. Acontece que eu nem sei porque escrevi. Já escrevi tanta baboseira, já digitei 50 páginas de pura imbecilidade... poderia ter escrito um livro, seria mais construtivo.

quinta-feira, 20 de julho de 2006

Sometimes, we realize...

Não sei de onde eu tirei essa frase, só sei que ela estava na minha cabeça há muito, mas muito tempo. Nunca tinha entendido o porquê, mesmo depois de olhar no dicionário... talvez agora uma parte dela se esclareça.

A gente deita no chão, olha pro céu, pra árvore, pro nada e pensa. Pensa que tentar reviver a infância não é a solução pra nada, apenas um meio de tentar fugir do que está pra vir... e uma confissão de que não se está preparado pras coisas que te vão acontecer logo mais. E que você deveria tirar proveito, ensinamentos e tudo o mais delas, mas não está preparado. Que deveria vivê-las para viver, mas não está preparado. Que deve mudar, que elas vão te mudar, mas você não está preparado. Que você tem que correr atrás de uma nova felicidade, só que isso dá muito trabalho... mas você não está preparado. Que agora você deve ser independente, deve mudar seus pontos de vista, seus conceitos, seu modo de agir na maioria dos casos, seus assuntos, seu modo de ser... mas não está preparado, não está preparado, não está preparado, não está preparado, não está preparado e não está preparado.

Vai, entra cada um pra um lado, fica 5 contra 5, zera o placar e continua. Levanta, vamos jogar! Aí você tem que levantar, parar seus pensamentos e continuar o jogo. Revivendo a infância.


Depois, você lê uma coisa e percebe que tem que rever muita coisa.
Você chama um grande amigo de irmão porque faz isso, isso, isso e isso pra ele. Mas voc}e é assim com o seu irmão de verdade? Então como chama um amigo seu de irmão se nem com o seu irmão você é assim!? Sometimes we realize...

Realize que é egoísta ao quadrado, que é um otário e cagalhão, que é fechado para o mundo e mais um milhão de coisas.

Talvez eu suma daqui por um tempo. Tá ficando tudo tão repetitivo que tá enchendo até o meu saco. Ah, cansei! Quero só voltar com um novo tom, com o primeiro dia do resto da minha vida.

Mas a gente estabelece metas pessoais para contar quanto tempo demora pra desobedecê-lhas...

{Pelo menos, enquanto eu conto quanto tempo levo pra desobeceder a essa meta maluca, a vida pneumotoraxiana fica aqui do lado, não será arquivada, engavetada e tudo mais. Porque aquele dia foi demais. Não aquele dia, mas aqueles 5 minutos. Surreal.}

[e é meio imbecil esse lance de Ctrl+C + Ctrl+V, mas esse é tão meu... Perceber aquilo que se tem de bom no viver é um dom. Daqui não, eu vivo a vida na ilusão. Entre o chão e os ares vou sonhando em outros ares, vou fingindo ser o que eu já sou, mesmo sem me libertar eu vou. É, Deus, parece que vai ser nós dois até o final. Eu vou ver o jogo se realizar de um lugar seguro (De que vale ser aqui, onde a vida é de sonhar?)]

terça-feira, 18 de julho de 2006

Picles Spreewald

Uma coisa que motiva tanto, tantas coisas que desmotivam um bocado. Mas pelo menos, no balanço entre os dois lados, hoje até que foi legal.

É legal ficar até 5 da manhã conversando com sua melhor amiga. E é legal ir dormir às 5 da manhã ouvindo rádio AM, porque sempre dá sono. Só não é legal acordar às 11h com um puta susto porque seu celular tá apitando que nem um desgraçado. Assim como não é legal olhar o número que aparece na telinha e não saber de onde surgiu. Só que é tão legal quando é uma voz de mulher do outro lado, ela se anuncia como responsável por uma empresa que você nem sabia que existia, mas que quer fazer uma entrevista com você. A primeira entrevista de emprego. O primeiro estágio. A primeira vez que eu vou sair de casa com sapato e não vai ser pra ir num casamento ou formatura. O único pesar é que... os únicos, vai, são que aparecer lá de mochila pega mal, então nada de músicas ou livros. Nada dos Irmãos, nada de Capotes. Serão dois ônibus só olhando o trânsito... ou alguma coisa ridícula que - com certeza - acontece nos coletivos.

Nem sei quando, quanto e quanto tempo. Mas é melhor do que nada, né? Dá pra começar a juntar rumo a 2010! Soooonha!

Tem muitas outras coisas que não são legais. Ensaiar quando não tem vontade. Ensaiar com pessoas que não têm vontade. E tocar músicas que você tem uma vontade absurda de tocar, mas tá todo mundo tão desmotivado que ela vira a pior música do set list. Nem se dão ao trabalho de tocá-la inteira. "Próxima".

Próxima!

A próxima coisa é você perceber que a cerveja perdeu a graça em dados momentos. Tão legal era quando você, do nada, ia tomar uma cerveja gelada com um amigo. Nem que fosse um copo, uma garrafa ou meia lata, o momento era especialíssimo. Agora, parece que a cerveja só é legal nos bares. Botecos, vai, porque o que tem de gente que chama balada de bar... Puta merda! Mas [800 mas num post, nem ligo!] aí a gente lembra... aquela{s} no bar, enquanto seu amigo fazia um show, numa caneca de vidro, espumante e tudo mais; tarde da noite [porque naquela época de primeiro colegial, sair à noite e voltar pra casa às 23h era tardissíssimo] e tendo aula no dia seguinte. Perfeita! Também tem aquela que aconteceu num dos últimos dias de aula do segundo colegial: um calor absurdo, uma semana cansativa ao quadrado, uma sede maior ainda, a última semana de aula, o boteco atrás da escola e uma garrafa de cerveja pra dois amigos. Fenomenal! Ah, e seria maldade não lembrar daquela no ano passado: na virada pro seu aniversário {embora ninguém estivesse pensando nisso, só você que olhava no relógio, contava os minutos e se parabenizou quando o 23:59:59 virou 00:00:00}, no estacionamento de um supermecado que você nem tem idéia de onde era; mas estava de carona no carro, com amigos engraçados, com um papo mais engraçado ainda... e meia latinha de cerveja foi divertidíssima! Ou então aquela lá. Aquela enquanto você via, na casa do seu melhor amigo, que o Émerson tinha sido cortado da Copa do Mundo de 2002. A casa vazia, você no alto dos seus 14 anos e preparadíssimo pra enveredar pro mundo do crime. E meia latinha de Kaiser te deixaria mais vermelho do que um pimentão. Mas ela foi a mais emocionante, porque era a primeira, porque o momento era demais, porque a semana tinha sido perfeita, porque a amizade não acabaria nunca. Mas algumas coisas PODEM SIM ser modificadas. Mas a tal da Inês já esticou as canelas há muito tempo.

Próxima!

Não é legal tomar uma cerveja tendo só um tomate no estômago. E não é legal tomar uma cerveja gelada se a sua garganta tá doendo mais do que sei lá o quê. Não que eu tenha passado mal, nunca!, mas ela nem foi legalzinha.

Vaaaai, a próxima!

Legal, você tem um parente. Que raiva que me deu! Até tinha esquecido, mas que deu raiva, deu. O cara vem todo empolado {apesar de ser um imbecil logo de cara} querer saber se é seu parente. Mesmo sobrenome maluco na mesma cidade grande cheia de milhões de pessoas. Mas não custa nada perguntar. Dá o nome do pai, o nome da mãe, do avô... só faltou dar o nome do cachorro! Dei uma resposta pragmática, até fui educado e lancei um se formos parentes de verdade, vamos marcar de nos conhecermos e tal, poxa! O nome de software me soou familiar, fui apurar melhor. E confirmei, o assassino da Flor de Lácio era meu primo. Sei lá, quarto grau. Mas é, né? Logo depois de eu ter feito a fenomenal descoberta, lá estava mais uma mensagem dele, dessa vez confirmando o parentesco. "Confirmado, sou seu parente! - {ele foi no Ratinho? Do jeito que ele falou, parecia que passamos 20 anos sem saber se éramos ou não da mesma família. Meio novela mexicana, né?} Mas o pior não foi nem isso, mas o que veio depois... bom, se ele correu atrás, é porque queria ser meu parente. Sei lá, e parentes conversam [pelo menos é isso o que eu penso, já que nunca fui de ter lá muitos parentes], são mais ou menos amigos. Se ele procurou ter certeza do parentesco, sei lá... queria virar meu amigo, né? Só que o Avast terminou bem assim o recado: "Beleza, falou. Abraço". Porra, você quer ser meu parente ou contar pra todo mundo que tem 7, e não 6 primos? Ah, tomar no cu, viu!?

A seguinte!

Internet Banking bloqueado, garganta doendo, quarto na maior zona do Universo, um monte de livros que você quer ler e não pôde porque tem que ler outros pro ensino acadêmico - mas não os leu porque queria ler os outros. Necessidade de financiar o perigo e permutar a sujeira do mundo transitivo. Vergonha e preguiça pra tudo isso. Sem criatividade pra escrever, pensar num título legal...

A próxima! E é a última chance!

Ficar um dia inteiro sem falar com a sua melhor amiga é ruim. Muito ruim.
{oh, finalmente uma queixa que tem fundamento!}

quinta-feira, 13 de julho de 2006

Doll me up in my bad luck

Pode chamar do que quiser: nervosismo, falta de atenção, frescura, amarelo, casual, azar, falta de sorte, derrape, braço, pouca-prática... tudo isso cabe e não me toca. A única coisa que caberia e não me tocou [porque não aconteceu] foi um abraço. Só não sei se foi pior ficar no ponto de ônibus por meia hora abraçando uma mochila vazia ou pegar o celular e ver uma mensagem promocional: Acelere [...]. Ah, tomar no cu! A única coisa que me tocou foi o abraço que eu recebi. Do cachorro. Foi confortante, pelo menos alguém se importa.



Uma cerveja não me instiga a escrever. Precisarei de mais uma.


Pronto, não precisei. Só uns cliques me remeteram a uma reflexão enorme que me bodeia de tudo. Ah, post inútil.

Ah, Inês!

Porque as coisas não podem ser tão legais. Because it never rains, but it pours. Porque nem o canal de desenhos animados clássicos passa os desenhos animados clássicos. Onde já se viu Jackie Chan no lugar de Tom & Jerry? Desenhos japoneses imbecis no lugar de Pernalonga, Eufrasino e toda a renca? Ah, esse mundo, viu!?

Anacronismo.

segunda-feira, 10 de julho de 2006

Não há graça em ser louco se não se divertir

"Tentar ser mais sociável nas minha interações requer um esforço tremendo. Tenho a tendência de acelerar o fluxo de informações sendo direto. O resultado não é muito agradável."

"O pesadelo [...] é não saber o que é verdadeiro. Imagine, de repente, descobrir que as pessas, e os lugares, e os momentos mais importantes para você não se foram nem morreram, mas pior: nunca aconteceram. Que tipo de inferno seria?"

"E no caminho de casa, lá estava o Charles. Às vezes sinto falta dele."

"Charles, você foi um grande amigo. O melhor. Mas não falarei com você de novo. Não posso."




E mais uma madrugada fenomenal. Uma madrugada acompanhado de uma mente brilhante. Duas. E é daí que se tira uma série de conceitos, auto-entendimentos, pirações e mais um monte de coisa nada a ver. A vocação matemática se atrofiou, restou da sintaxe. Mas são parecidas.

E melhor ainda é a auto-entrega. Porque fazia tempo que não rolava uma interação como a de hoje. MUITO tempo. Até posso precisar a data, só preciso achar na minha carteira. Uh! Além de estar na minha frente, o dia era 01/04. E daí?

Foi a última. Porque, neste ano, foram poucas. Duas. E duas cinematográficas. Dois filmes fenomenais. E nas duas o que aconteceu foi reprimido. Porque não cairia bem. Porque seria ridículo. E porque nas três [inclua 9 ou 10/7] foram com questões pessoais. Sempre são, né? Mas é que, hoje, todas as falas faziam sentido. Todas me remetiam a mim mesmo e ao passado. Porque tudo me [des]construiu.

Talvez seja por isso que meus lapsos de memória/atenção/concentração se tornaram freqüentes depois disso.

Mas é passado.

domingo, 9 de julho de 2006

If you're out of luck or out of work, we could send you to Johannesburg

Toda essa festa, toda essa alegria... todos esses sorrisos, olhares esperançosos, toda essa vibração, essa felicidade. E eu aqui, um pouco longe, só olhando. Só olhando, pensando, pensando... Pena que não é tudo nosso. Aliás, não é nada nosso. Poderia. Ah, poderia! E eu queria.

Se assim fosse, a uma hora dessas eu estaria mais bêbado do que o Jeremias, mais barbudo do que um bêbado por essência, mais feliz do que um bêbado alcoolizado. Pulando mais do que um felizardo ganhador da Megasena... e essas coisas. E assim tudo se acaba. Com muitos sonhos, com muitas promessas e superstições que não deram certo... A Copa do Mundo. Mais felicidades bestas, mais entretenimento contínuo, mais desperdício de entretenimento [porque eu gosto de esbanjar as coisas que eu não tenho]. Agora o Pan-2007. Ah, quer saber? Grande merda! Pouco me importa o tiro ao prato com carabina vermelha, a ginástica de piruetas que qualquer símio faz diariamente e não ganha nada por isso, os 8500 metros com barreiras móveis e nem a ponte do rio que cai. Qual a graça? Nenhuma! Pelo menos daqui dois anos tem a Eurocopa.

Só que o que vai começar é a escalada rumo a 2010. Porque eu não quero ser mais um amigo, porque eu não quero ouvir as contradições do Casagrande, porque eu não quero ouvir as baboseiras deslavadas e sem nenhum peso de consciência do Wright. Porque eu não quero ver as ruas amarelas, porque eu não quero ver as palhaçadas de MSN felicitando a França por ganhar do Brasil. Porque eu não quero ver os shows esportivos diários com toda a palhaçada que rola. Porque eu quero arranjar um emprego [agora tem que ser], porque eu quero economizar 92% do meu salário, porque eu quero viajar. Porque eu quero fazer parte da Copa de 2010. Porque eu quero ir pra África [na verdade, eu preferia uma viagem à Escandinávia ou ao Leste Europeu]. Porque eu quero estar lá. Porque eu quero tirar um milhão de fotos [mesmo odiando fotografar]. Porque eu quero sonhar, porque eu quero conhecer, porque eu quero me comunicar com pessoas que não falam nenhuma língua que eu sei [ou vá saber]. Porque eu quero fazer amigos no avião, no hotel ou onde quer que for. Porque eu quero. Mas se eu tiver uma sorte ao quadrado, por que não tentar Suíça-08 e África do Sul-10? Ah, vaaai! Sonha!

Mas eu quero. Quero brincar com a minha imaginação, quero brincar de acreditar. Pra depois brincar de ser feliz, sozinho, numa terra beeeeem longe. E me apaixonar por um lugar diferente, com outra língua e o cacete que for, e lá me esbaldar pra sempre. Se esse era meu sonho quando era pivete, essa Copa reaviveu e reacordou toda essa vontade. [Só não sei, então, pora quê eu tô fazendo o raio da faculdade aqui, me debulhando nesse idioma que eu não usarei e imaginando uma série de jogos de palavras que eu não vou saber usar].

E a maior decepção do dia vai pra quê? Pela minha ressaca brutal, pela minha imaginação pueril e piegas, pra este pleonasmo imbecil ou pelo sentimento de que poderíamos ser nós...? Não sei. Não sei de nada, só sei que quero tudo aquilo lá em cima.

A maior justiça foi [só pra citar porque realmente me tocou] a Itália ganhar. Sinceramente, foi a imagem mais bonita de toda a competição. Eu não queria, eu torcia contra e eu queria um final apoteótico pro carequinha. Mas mudei de idéia na hora dos hinos. Os italianos urrando, vibrando, abraçados, emocionados e nostálgicos com o hino. Os franceses, caladões. Justiça foi feita, infelizmente.

Só que voltando ao tema principal, é meio... é totalmente besteira pensar isso. Muito. Mas que seria demais, ah, seria!

sexta-feira, 7 de julho de 2006

A vida pneumotoraxiana

É meio arriscado fazer um post sobre o dia inteiro logo às 9 da manhã, mas é que a empolgação é tanta que, sei lá, o dia já vai ficar com essa marca boa, com essa cara de perfeição, com essa luz que bate tão gloriosamente em minha janela [o sol das 7 às 10 da manhã é perfeito!] , com esses acessos de otimismo, confiança e alegria... que nada pôde tirar de mim. Nem a cara triste do rapaz engravatado no Metrô, nem a voadora que eu quase levei dum Nelore na porta do açougue, nem o elevador que ficou de palhaçada comigo (entrei, apertei o botão, a porta não fechou. Fiquei um minuto contemplando o novo visual - que me rejuvenesceu de 15 a 20 anos - e nada daquela merda subir. Abri a porta, fechei de novo... nada. Saí, fiquei olhando de fora... e nada. Aí desencanei, fui de escada, subi os longos, extensos e cansativos 18 degraus que me separam dos meus aposentos... ao chegar no meu andar, lá estava o elevador). Até parecia pegadinha, mas tava tudo tão perfeito! E nem rola escrever mais tarde, acho que a intensidade não seria a mesma. A aura (e essa merda me faz lembrar, sempre, só que não agora) estaria presente.

O único pesar é que eu deveria ter aproveitado melhor o momento. Não estava fazendo nada, não iria fazer nada... por que não fiquei mais tempo por lá? Deveria. Seria fantástico!

Tá, vamos às vias de fato: Após a comprovação de que eu estava certo, tive o reembolso justo de meus dezoito Reais que não foram corrompidos pela sujeira do mundo automotivo. Estava indo para o Metrô a fim de pegar o rumo à minha casa. Mas parei na frente da banca de jornal pra ver as manchetes do dia. As manchetes esportivas, claro. E o verde parece estar voltando a representar a esperança... El mago, Valdivia - ou sei lá -, mais o Marcelinho Loira do Tchan... Ah, demais! Agora vai! Apalpei os bolsos em busca de algumas moedas ou algo que valesse R$ 1,25, mas nada... Pensei em vender os Vales-Transporte que fazem volume na minha carteira, mas nem valeria a pena. Então virei as costas, tava indo pro embarque, mas logo na hora um velhinho (daqueles que são bem animados, sabe? Daqueles que passam a manhã de domingo no bar jogando dominó e conversando sobre o Campeonato Brasileiro e tal) barrigudinho, com uma roupa bem de velhinho - calça cinza escuro, malha (porque velhinhos falam malha) vinho e um boné (velhinhos de boné são demais, acho engraçadíssimo! Ah, eu me esbaldo!) do Palmeiras.

Ele se dirigiu a mim com uma cara atônita e uma pergunta meio idiota. Se fosse alguém com uma camiseta do Maluf, um cabelo encaralocado e ruim, uma havaianas e um vocativo bem característico (You, Diôu, Jão), quase certeza de que eu iria rir. Mas a do velhinho realmente me tocou:

- Onde eu compro passagem do Metrô?
- Atrás de você, senhor, tem uma fila. Tá vendo onde tem aquele monte de gente parada? Só entrar atrás de algum deles que o senhor vai cair no guichê. {e agora eu me lembro do meu quê de guia turístico, tão contemplado, rido e, sei lá... que me fez ver um sorriso interessante em Registro. São piadas ocasionais que fazem as pessoas darem risada, bem do tipo de que eu gosto}
- E depois pra pegar o metrô?
- Só virar na primeira esquerda, senhor. Tá vendo onde tem aquela plaquinha de embarque e a setinha pra esquerda? Então, lá já tem as catracas e tal. Aí o senhor pode ir pra qualquer um dos lados que vai sentido Tucuruvi.
- Tá, mas é aqui que eu compro?
- Isso, onde tem esse monte de gente.

{e aí vem a parte que fez meu dia ser o melhor das últimas semanas}

- É que faz tanto tempo que eu não venho aqui, a gente esquece!
- Ah, é normal (e um riso simpático).
- É que faz tanto tempo! Que nem, agora eu tô com 88...
- Nossa, mas não parece. Juro, o senhor está super bem! {e era verdade}
- É, então... eu quase não saio. Não tenho ninguém pra sair comigo...

{e foi aí. Não tive o dó que eu teria se fosse o velhinho Paulista x Brigadeiro que tivesse me falado... E nem o dó se fosse qualquer outro velhinho. Fiquei tão sei lá que nem consegui comentar nada}

- É, não tenho ninguém pra sair comigo. E é ruim sair sozinho, né? {só eu sei o quanto é, senhor}
- Ah, com certeza!
- Mas é ali que eu compro, né?
- Ah, eu tô indo embarcar também, a gente vai junto até a fila!

(Fomos)

- Pronto, senhor, é só ficar atrás desse cara com a camisa da França. É duro, né, ter que agüentar isso. Não basta o nosso Palmeiras, também tem que agüentar a Seleção...
- Palmeiras? (e deu uma olhada pra aba verde do boné) Ah, nem fala! Agora é só esperar aqui?
- Isso. Ah, por mim o senhor até poderia passar direto. É que sabe como o pessoal tem bom senso, né? O certo seria que o senhor passasse direto!
- Ah, tudo bem. É normal, mesmo. E aí depois é só pegar o trem?
- Isso. Só virar aqui, logo depois do guichê.
- Tá, brigadão, viu?
- Ah, magina, senhor. Bom dia, bom passeio!
- Bom dia!

{e dei-lhe um pequenino abraço. Achei esquisitíssima a sensação que eu tive. Um misto de felicidade e tristeza. Porque eu sentia que a gente nunca mais se encontraria... e mais mórbido ainda, que ele logo mais...}

E assim foi. Logo que eu passei das catracas, achei que deveria ter voltado. Porque eu me senti tão bem falando com o velhinho... ele parecia estar tão animado em falar comigo... Ah, deveria ter voltado! E eu tô com essa sensação até agora! Impossível a gente se encontrar de novo, eu sei, mas seria demais! Era como se ele fosse meu avô. E eu tenho tanta falta de um avô, de uma avó... de um velhinho de quem eu pudesse ouvir histórias da vida {verdadeiras ou não, porque o que avô mais gosta de fazer é inventar}, mas que me entretivesse. E que se entretivesse. Seria demais.

A única certeza que eu tenho é que eu quero viver bastante. Bastante mesmo, pra servir de avô exemplar pros meus netos e tal. Porque agora eu sei o quanto é importante pra uma criancinha ter um avô, uma avó...

É, eu me senti como se a gente fosse avô e neto. E tive a maior vontade de que vivêssemos juntos ou tivéssemos um puta contato. E aí ele não teria essa de falar que não tem com quem sair, porque todo domingo eu pegaria o carro [que carro? Ah, deixa eu imaginar, vai!] e a gente iria pro jogo do Palmeiras. Ficaria nas cadeiras, no melhor lugar do estádio. Comendo pipoca, amendoim e tal. Como ele fazia comigo quando eu era pequenininho e ia todo uniformizado pro estádio. Como ninguém nunca fez comigo quando eu tinha 6 anos de idade...

E não só jogos do Palmeiras. Iríamos ao cinema, à praça, a uma porrada de lugares.
Uma vida. Uma vida que não foi. Podia ter sido, mas não foi.

E a alegria perdura. Notas altas, excelente bimestre levado nas coxas, com a barriga ou em Banho-maria. Fenomenal!

{e porque esse foi o único texto que eu quis revisar depois de pronto. O único texto que fez com que eu tivesse vontade de corrigir os erros de digitação e tal}

quinta-feira, 6 de julho de 2006

O mundo encantado do depois de uma cerveja

Enganação! Antes o gosto dela era mais doce, a degustação era mais suave. Não sei se por causa da expectativa ou de que raios for, a patrocinadora oficial da Copa nem tá tão delícia. Então, se não é encantado, mágico ou fantástico, ature meus tons chatos.

E o que postar por aqui hoje? Nada de mais me acontece, a única coisa que eu tinha pensado em discorrer, esqueci o que era. Não era nada relacionado à Copa do Mundo, a Portugal, ao Felipão... nada de trânsito nas cidades grandes, a poluição sonora, o efeito estufa, o desmatamento, as queimadas, nada de... ah, lembrei!

E aproveitar a pequena e tímida brisa que se me apodera e vou poder, sei lá, explicar melhor. Agora sim tudo faz sentido! Se desde aquele dia, mesmo pintada de verde, azul, vermelho e tudo a que tinha direito; se seu jeito sem graça, tímido e de sorrisos meigos me havia conquistado mesmo sem que eu soubesse seu nome; se apenas um obrigado me tinha deixado em claro por uma noite, não foi em vão. Era tudo parte d' O homem que copiava! Ah, agora sim!

Mesmo estilo. No filme eu tinha gostado, ao vivo fora um prato cheio pra minha imaginação. Era meigo, era... verdadeiro?, era demais. E tão fácil! Tão fácil a ponto do momento apoteótico (ah, esse momento com que eu tanto sonhei outrora!) acontecer com, logo de cara, um pedido de casamento. Ah, o cinema. Ah, Hollywood! [!?]

Será que por aqui poderia ser assim? Não, não mesmo. Se eu pedisse pra casar com ela, sei lá, depois de carregar as malas dela, ela ia rir muito, como nunca rira a vida toda. Ah, inferno!

E se o filme me causa uma sensação de "se insistir, vai", o fim [amargo, porque todo final de cerveja é quente, choco e amargo] da Bud me reitera que não. Se ela faz um favor em te responder, muito provavelmente fazia um favor em ler todas as baboseiras meticulosamente escritas, que você laboriosamente planejava, e muito mais provavelmente ainda, fará um favor em não rir da sua cara. Ou fará um favor em rir da sua cara, depende da boa intenção {ou da falta de} alheia.

Bom, não espere pessoas bem intencionadas por aí. Se até o melhor amigo de três anos atrás te decepciona a cada dia que passa {mesmo vocês não tendo contato há seis meses, e, nos últimos 18 meses, não ter havido mais do que 10 contatos entre vocês [se ele te decepcionava até quando tinham aquela amizade com cara fraterna (mas você cria tanto naquela amizade que deixava de lado, deixava passar)!... São momentos assim que fazem a gente perceber que tudo foi em vão. Fazem a gente perceber que até aquela porrada de choros compartilhados poderiam ser substituídos (e muito bem!) por algo que me entretivesse melhor. Um jogo de futebol no vídeo game, um desenho animado na televisão, a décima oitava reprise (em menos de dois meses) do Esqueceram de Mim... qualquer coisa. Pelo menos não deixariam essas mágoas por aqui]}. , por que encontrar um bem intencionado num dia em que se está bêbado e disposto a falar com qualquer pessoa? Aaaaah!

domingo, 2 de julho de 2006

Família, êê; família, ah! Família!

E eu nem sabia que tinha!

Tirando esse lance de pai, mãe, irmão... e uma tia que você tá cansado de ver, um primo pequeno... Porra, hoje eu descobri que não sou [tão] anormal! Tenho família, tenho uma cambada de primos! Legal, legal! Mesmo eu sendo o ser mais tímido da face da Terra, achei demais. Truco divertidíssimo, uma renca de gente que eu não conheço, uma hospitalidade do cacete... família! Mesmo eu nunca tendo visto um ser daqueles na minha vida, foi demais!

E só assim que eu pude entender aquele esquema de que família é tudo igual. Engraçadíssimo, é verdade! Parece até seriado, novela ou sei lá o quê. Rola aquele puta clichê: a tia compreensiva que aperta as bochechas, a tia perua, o tio cachaceiro, o tio que vai ver você jogar bola, o primo esquisito, a prima linda e gostosíssima e seu namorado viadão... ah, que demais! Se tivesse conhecido toda essa leva 18 anos antes, talvez uma coisa ou outra seria diferente. Mas antes tarde do que nunca, né? Ah, demais! Pelo menos isso pra mudar [um pouco] o clima de enterro pós-Copa.

Tá, e acho que é isso. Nada demais, a não ser pra mim.
E espero que isso não fique só na confraternização de hoje. Preciso de uma família com quem eu possa passar o Natal. Por mais... ahn... inútil?... aaaahn... dispensável que possa ser o Natal, passar com uma centena de gente que você nunca viu mas que enche a cara e sai abraçando meio mundo seria fantástico!

É, seria. Seria mesmo.

sábado, 1 de julho de 2006

oh

Em todas as minhas desventuras cotidianas, eu tenho a maior vontade de poder ter alguma coisa que me deixasse poder escrever. Tenho idéias sensacionais, planejo milhares de figuras de linguagem, de rimas, de jogos de palavras... Imagino um texto fenomenal [à minha maneira] e não paro de pensar nesse pequeno embrião. Isso sempre quando eu perco um trem do Metrô, quando um carro passa pela poça e me molha, quando eu pego chuva ou quando a pilha do meu discman ou, sei lá, quando o Palmeiras perde.

Mas agora a decepção é tanta, é tamanha, que eu não consigo pensar em nada. A cabeça pesa, o olhar é profundo e pro nada, a vontade de ficar com a boca fechada é tamanha, qualquer som passa em vão pela minha cabeça. Qualquer manifestação de emoção minha é em vão, não sai. E qualquer manifestação de emoção alheia me dá raiva. Nenhuma ironia me cai, nenhum comentário sério me é conciso, nada dito é compreendido. E a vontade de escrever não existe. Nenhum pensamento, nada de interessante. Só um formigar na ponta dos dedos que me impede de manter a cabeça entre as mãos olhando para o chão. Porque o chão tem sido o alvo dos meus olhares ultimamente.

Sempre foi assim. As maiores decepções não me tiram uma lágrima sequer. As pequenas, sim. Talvez porque uma grande abale inclusive o sistema nervoso, sei lá. Foi assim em julho de 98, foi assim em dezembro de 99 (duas vezes), foi assim em junho de 2000, foi assim em dezembro de 2000, foi assim em junho de 2001, foi assim em junho de 2002, foi assim em dezembro de 2002, foi assim em julho de 2004, foi assim em julho de 2005, foi assim em dezembro de 2005... foi assim três semanas atrás. E foi assim hoje. E está sendo assim hoje. Só essa sensação de decepção, nada mais.

Nenhuma surpresa, eu sei. Eu disse que pessimismo e realismo são a minha vida. Eu sabia de cor todas as datas até o jogo das oitavas-de-final. Eu nunca vi o Brasil ganhar da França. E minhas superstições foram vãs. Agora nem tem muito mais o que falar, muito mais o que fazer. Não adianta culpar um imbecil que não mexe no time, não adianta culpar um time apático. Não adianta culpar um cabeludo ridículo e nem ninguém. Falar o quê? Não tem. Tudo bem, deixa pra lá.

Mas se era a Copa o que me dava esperança, se era a ilusão de um 10/07 fenomenal, acho que tenho de arranjar alguma coisa. Mas de tempos pra cá, que otimismo eu tenho? Meu time quase conseguindo uma vaga pra segunda divisão e com uma diretoria que consegue ser tão inteligente quanto a Carla Perez, a minha auto-estima atinge gradativamente o chão, minhas possibilidades de novos horizontes se restringem ao nada (não o nada distante, o nada nulo)... E agora?

E olha que eu imaginava isso desde quando li a coluna do falecido, logo depois da euforia de 2002. Tá, a vida não acaba aqui e eu não parei de ouvir isso três semanas atrás, mas... quem se importa? Só queria ter voz pra mandar enfiarem todos os fogos no olho do cu. Queria ter voz pra mandar enfiarem no rabo todas as mensagens saudando a França. Nunca entenderam nada de futebol. Nem gostam de futebol e agora querem apitar. Por isso que dizem que mulher [mulher nenhuma, a real é essa] não entende nada de futebol.

Pelo menos vou poder voltar a fazer a barba. A promessa foi pro saco, né? Poxa, em 2002 ela funcionou...

Show do intervalo

Se o lugar mais apropriado pra lamentações é este, usemo-lo.

Não que eu esteja lamentando, mas a tensão realmente me corrói. Será? Primeiro tempo completamente parado, nenhuma chance, nenhum chute. Só sustos. Susto atrás de susto. Porque um dos dias mais desagradáveis foi aquele 12 de julho. A decepção, a tristeza... a derrota.

E até hoje esse trauma se faz presente. Qualquer bola que passa do meio-campo, qualquer jgoada ofensiva da França... E que susto eu não levei quando eu vi aquele número 5, o tal do Gallas, se deslocando na área na jogada do escanteio pela direita do mesmo jeito que o Zidane fez em 98!

Caralho!

Porque eu não tenho esperança nenhuma, não tem como ter. Meu realismo há muito se mistura com o pessimismo. Hoje, já não sei quem é quem. Meu único fio de torcida está nas minhas superstições. Muitas, muitas. E desde sempre. Pelo menos funcionam. Pelo menos nesta Copa têm funcionado.

Queria poder torcer como na época do Felipão. Queria torcer como o Felipão. Queria acreditar como o Felipão. Queria ser como o Felipão...