Só que o problema maior não é isso.
Há quem tente superar a dor fingindo naturalidade, forçando a normalidade e transparecendo uma sanidade madura e estável. Isso dói, e dói muito. Dissimular uma condição que não é a tua te sufoca na hora de escolher as melhores palavras, as melhores expressões, as melhores respostas, os melhores roteiros.
A verdade é que nada sai direito. Aquelas que pareceram até milissegundos atrás as melhores chaves para as portas encerradas explodem na madeira maciça e sequer a fazem tremer. E pior: tornam-na mais forte e cada vez mais intransponível. Especialmente se a aleatoriedade sempre havia deixado aquelas portas escancaradas, mostrando do outro lado um jardim alegre, habitado por altas árvores e flores e pássaros e borboletas e insetos e... (aquilo ali é um arco-íris?) e abrilhantado pelos raios de sol das 8 da manhã.
Mas parece que dissimular é o melhor cenário.
(É o que eu tento dizer a mim mesmo)
(E eu mesmo me respondo, sem muito pestanejar)
- Ah tá, como se isso fosse um filme de final feliz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário