terça-feira, 29 de abril de 2008

Aquela que matou o gato

Sou um curioso nato. Desde pequeno, sempre quis saber de todos os detalhes de tudo o que me cercava – o que, no fundo, não é um negócio lá muito bom: a intensidade da vida é muito maior quando não se sabe de muitos detalhes. Mas isso é história para outros posts num futuro talvez não muito distante.

Com o passar do tempo consegui largar mão de muito da minha curiosidade. No entanto, admito: até hoje sou bastante curioso. E assumo que muitos dos comentários anônimos que aparecem por aqui de vez em quando me instigam um pouco.

No final do ano passado, por exemplo, recebi um comentário anônimo quando relatei aqui meu retorno ao Círculo Militar – meu segundo clube do coração, perdendo apenas para um localizado perto da Avenida Antártica. Era assim: "Oi Held! Muitas lembranças da minha infância tb estão no Círculo Militar. Saudade desse tempo. A gente deve ter se cruzado por lá quando pequenos. Bjos".

Ora, ora. Uma leitora (creio eu) deste humilde blog também era sócia do mesmo clube que eu? E o fato de ela não ter se identificado me deixou extremamente curioso por cerca de uma semana.

Não muito tempo depois, em fevereiro deste ano, uma série de comentários anônimos me chamou a atenção. Ao que tudo indica, uma garota da mesma faculdade que eu passou a ler e a se identificar com meus relatos. Durante cerca de um mês comentou quase que diariamente, sempre mostrando ter uma certa proximidade comigo. Depois deste post, no entanto, desapareceu. E o curioso aqui tentava imaginar quem seria.

Outro comentário que me chamou muito a atenção no mesmo período veio neste post. Na época em que entrava de cabeça em uma paixão ao som de Beatles, uma anônima assinou sob o heterônimo de Eleanor Rigby, nome da música em que o quarteto de Liverpool exalta pessoas extremamente solitárias (inclusive pelo verso "aaaah, look at all the lonely people").

Digo tudo isso para provar, talvez até para mim mesmo, que continuo sendo um cara deveras curioso – embora tenha decidido deixar para trás muito dessa característica. Mas não precisava: bastou acordar hoje de manhã para receber mais uma mostra de que a minha bisbilhotice me tocava um bocado.

Havia um pacote sobre a mesa da sala endereçado a mim. Abri o envelope e qual não foi minha surpresa ao ver um DVD do show Music for Montserrat, gravado em setembro de 1997 a fim de arrecadar uma grana para as vítimas da ilha caribenha Montserrat, que há 19 anos fora assolada por uma série de erupções vulcânicas.

Olhei a parte de trás da caixinha sem muita esperança, mas me surpreendi com o repertório: o genial Mark Knopfler; a animadíssima Hot, hot, hot; Sting, Eric Clapton e, por fim... Paul McCartney! Olhei novamente o envelope: não havia remetente.

Um presente mais do que bacana para alguém que fez aniversário há exatamente uma semana. Mas quem havia me enviado? Quem sabia que aos 14 anos era viciado em Dire Straits (a banda do Knopfler) e sou fã inveterado de Beatles? E por que diabos não havia se identificado?

A curiosidade, meus caros, persiste aqui dentro.

3 comentários:

Alemão disse...

Sou tão (ou mais) curioso que você.
Aqui no escritório, até me apelidaram de Anteninha uma vez.

Eu venho da Alemanha, tenho o mesmo nome que você, quem sou eu?

Porra, tá fácil, desencana.

Anônimo disse...

Que beleza, admiradora secreta, é?

:)

Pô, fiquei com inveja desse seu presente aí. Mark Knopfler é mesmo genial; Sting e Clapton também; e o Paul, bem, o Paul dispensa comentários, né?

Quando a seu clube de coração - aquele "localizado perto da Avenida Antártica" -, quero só ver o que vai acontecer hoje à noite em Recife. O Paulistinha vocês já ganharam, mas estou curioso para saber o que vão aprontar no campeonato que realmente importa. Vai, Sport!!!!

;)

Abraço

Tomiate disse...

Nossa, eu tenho esse DVD. ANIMAL.