quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Rapidinhas olímpicas (Antes da Abertura)

O mundo se prepara para a Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos, aquela coisa extremamente bonita, ensaiada, com efeitos luminoso aqui e ali, show pirotécnico, show de cantoras internacionais, discursos, discursos e discursos de um monte de gente chata...

Até que começam os desfiles das delegações e todo mundo fica na expectativa da entrada da delegação brasileira. Assim que entra a bandeira verde-amarela-azul-e-branca e a gente fica tentando detectar alguns dos nossos ídolos, todo mundo começa a dormir e só acorda na hora de acender a tocha.

Só que ninguém sabe que, para que tudo isso funcione, um monte de gente ficou se matando que nem louco antes da cerimônia. Algo semelhante acontece no mundo do jornalismo esportivo, que vive seu quase-apogeu (nem vem, Olimpíadas não ganham de Copa do Mundo nem aqui muito menos na China): para você ver aquela cobertura maoumenos em tempo real e cheia de dados relevantes, teve gente que se matou, se matou e se matou. Prazer, Felipe Held.

Mas mesmo depois do meu dia mais estafante por causa dos Jogos de Pequim, arrisco umas rapidinhas pré-abertura das Olimpíadas. Vamos a elas:

Rapidinhas olímpicas:

Auto-entrega: Por causa da especial olímpica, acabei ficando na redação até mais tarde. E, conseqüentemente, não consegui ir ao Parque Antártica ver o Palmeiras aplicar um sapeca-iaiá de 3 a 0 no Vitória. Tá certo que a chuva e o trânsito caótico na Paulista às 18h30 me desanimaram, mas ainda assim os Jogos de Pequim começaram a atrapalhar a minha vida social. Hunf.

Formando opiniões. E revoltas: A Carol deu seus pitacos sobre pódios e amareladas no Nossa, Canossa. Mas hoje à tarde sentamos para discutir as modalidades em que o Brasil tem mais chances de medalhas em Pequim-2008. Promovemos o futebol, as maratonas aquáticas e os saltos ornamentais; rebaixamos o basquete e o tênis. Fiquei imaginando, depois, alguém do tênis de mesa ou da esgrima ganhando alguma medalha e declarando na entrevista pós-bronze: “E essa medalha vai para aquele site de esportes, que colocou que eu só ganharia uma medalha por milagre. Chupa, trouxa!”.

Vencendo na birra: A Andressa Fernandes chiou, reclamou, se estressou e chorou, mas conseguiu o direito de viajar para a China para substituir a Érika Miranda, cortada da categoria meio-leve do judô com uma lesão de última hora. Como dito aqui anteriormente, será a volta ao mundo mais rápida já registrada na história.

Maldição da tocha: Não suporto quase nenhum símbolo olímpico. Tirando um ou outro mascote engraçadinho, me enche o saco o slogan de uma competição, o logotipo... mas, é claro, nenhum deles ganha da tocha. A tocha é a coisa mais chata da cobertura olímpica. Ter que ficar noticiando que um foguinho passou por aqui, por ali... que um monte de rebelde desocupado tentou impedir que o foguinho passasse pela cidade...é um porre. Ainda bem que amanhã a maldita tocha vira pira olímpica e só volta dentro de quatro anos.

Acendendo a pira, lembranças: A mega-tocha é sempre acesa de um modo legal, se possível homenageando um grande tleta do país sede da competição. Em 92, o atirador com arco para-olímpico espanhol Antonio Rebollo disparou uma flecha incandescente em direção à pira, mas errou feio o alvo e o fogo surgiu por meio de um acendedor elétrico (tipo um de fogão em larga escala). Em Sydney-2000, a velocista australiana Cathy Freeman viu o mecanismo que levaria o fogaréu para o alto travar. Nos Jogos de 2004, menos show para evitar gafes, e o velejador grego Nikolaos Kaklamanakis botou fogo no aparato que mais parecia do Star Wars. Nada fantástico. Das cerimônias que eu já vi, a mais legal mesmo foi a de 96, quando o Muhhamed Ali, tremendo de Parkinson, incendiou alguma coisa que subiu para a pira por meio de um teleférico. Simples, bonito, tocante.

Acendendo a pira, previsões: O acender da pira olímpica é um show e tanto, e em Pequim-2008 o mundo vive a expectativa de como a pira vai ser acesa no feioso Ninho de Pássaro. Dada a tradição chinesa em alguns esportes, tenho alguns palpites: a). Badminton ou tênis de mesa: algum xinguelingue botará fogo em uma peteca ou em uma bolinha de pingue-pongue e a lançará do outro lado do estádio, até a pira, estilo Barcelona-92; b) Saltos ornamentais ou ginástica artística: algum chinezinho colocará fogo em si mesmo e, com uma acrobacia digna de nota 10, mergulhará dentro da pira: bonito, inédito, único, chocante... só que meio mortal, né? Melhor esperar, em vez de fazer prognósticos idiotas...

3 comentários:

Maria Loverra disse...

Rapidinha! Uh! Tá foda em Held? Acha que as pessoas querem rapidinhas? Apesar que " (...) não ganham de Copa do Mundo nem aqui muito menos na China" foi MUITO bem colocado, ri por horas.

Mentira.
Foi uma risada rapidinha.

Caroline Arice disse...

Posso ter um espírito totalmente anti-olímpico.
Mas essa é a graça da diversidade de opniões.
Só quero entender qual a diferença entre as aberturas dos Jogos Olímpicos? Para mim elas são exatamente iguais.
Pufff...
Quando acaba isso mesmo?

Lia Lupilo disse...

como disse em comentários anteriores, por mais que critique um monte de coisas, eu gosto das olimpíadas. gosto de acompanhar qualquer competição que está passando. não sei o que acontece, eu páro e fico madrugada adentro: hipismo, natação(!), vôlei de praia - sim! A coisa mais chata ever e engraçada por ser esporte olímpico.
e o que dizer das meninas da ginástica olímpica? eu me emociono vendo as coitadinhas super estressadas nessa modalidade fascista (comunista? hahaha), que caem da trave, se desequilibram, fazem todas aquelas loucuras e tiram pontos assustadores, como 14.000, 15.800 e por aí vai.

e entendo que copa do mundo é uma competição mais querida por aqui, e ultimamente tive algumas discussões por causa disso. futebol não é minha modalidade preferida nem para assistir. prefiro um jogo de basquete que é mais corrido, mas coração na mão o tempo todo. futebol sempre dá uma dispersada, e se você tá no estádio você sai pra comprar alguma coisa, ir no banheiro... como se fosse um happy hour de jazz. gostosinho mas um aquário.

sei que todos que estão em pequim tem um senhor ego, mas nada é mais insuportável do que os jogadores da copa do mundo. que aliás é uma competição bem menos democrática, machista e várias outras coisas =P

resumindo, futebol não é o esporte mais legal, cujos participantes nem são chamados de atletas. eles jogam, apostam, varzeiam, malandreiam, eca eca

beijos e ótima cobertura =D

PS ainda estou procurando uma boa tv on line, porque no meu apartamento ou eu ligo a internet ou a tv. fica dificil