Guilherme terminara de ler o livro best-seller que ocupava as suas viagens pelo metrô. A disposição de ler voltava, passados alguns meses de profundas trevas literárias. Após ler tragédias gregas, reentender o complexo de Édipo e tudo mais, decidiu ler um livro de crônicas.
Guilherme sabia que o livro com a capa cor-de-rosa, por mais desagradável (a história de machismo no mudo das cores. Ele não está errado sozinho, a sociedade inteira está) que pudesse parecer, seria interessante. Mais interessante do que o livro que Guilherme comprara no mesmo dia e que tratava sobre a adolescência. As queer as a clockwork orange, anunciava o prefácio. No entanto, o jovem de 18 anos optou pelas crônicas, sabia que seriam mais interessantes. Em menos de 12 horas, leu todas os 34 contos que recheavam as 132 páginas do livro.
À noite, Guilherme saiu. Recebera um convite interessante, rever a amizade que norteara seu final de 2005 em meio a tantos transtornos e que o ajudara para o mundo universitário que o ocupa suas noites todos os dias. Saiu, e sabia que o jantar seria engraçado. Sabia que faria de sua vida um livro aberto, sabia que daria risadas e também sabia que não queria que o jantar tivesse fim.
Guilherme, quando saiu de casa e passou pelo metrô, lembrou-se de que há mais ou menos um ano, encontrara, naquela curva que faz entrada para a estação, encontrara seu amigo jogado, bêbado e sozinho. Quando virou, procurou e não achou ninguém. Embarcou, foi até muito longe, jantou, contou histórias, divertiu-se e viu o jantar terminar.
Na volta, nada de muito especial. Ih, será? É, nada muito especial que valha caracteres por aqui. Quando saiu da estação, pela mesma porta por onde entrara, lembrou-se melhor: "foi mais ou menos a essa hora que eu tinha encontrado o César", pensou com os botões. Assim que saiu das escadas rolantes, viu o espaço onde as pessoas se encontram completamente vazio. "É, acho que eu me enganei. Tudo bem. Se eu acertasse de novo, teria que ir correndo jogar na Sena", brincou o garoto.
[brincar não é bem a palavra exata. Vivendo a nostalgia que o açoita nos últimos meses, ele sente vontade de brincar. Foi sozinho ao zoológico recentemente a fim de reviver os oito anos de idade e não conseguiu. Isso foi só um adendo, voltemos]
"Hoje é feriado, né? Ele não estaria jogado por aqui de novo. Hoje é dia de levar vodca pra casa e encher a cara lá, depois assistir a um filme, dar assas à imaginação e tudo mais. É, não é muito essa vida que eu quero levar", finalizou. Andou pela rua escura, perdido em alguns pensamentos que sempre recheiam sua cabeça enquanto anda pela civilização.
[Ah, agora eu lembrei de um detalhe da volta pra casa, enquanto estava no metrô. Achou ter visto um garoto de boné - com o mesmo boné de César - alguns bancos adiante. Olhou melhor, não era. Voltemos. De novo]
Andou pela rua escura, perdido em alguns pensamentos que sempre recheiam sua cabeça enquanto anda pela civilização. Foi quando viu, andando pelo meio da rua, o garoto de boné preto e branco, bermuda longa e moletom azul. E que foi para a calçada quando viu o amigo indo na direção oposta. Guilherme fingiu não ver, fingiu estar absorto em pensamentos - como sempre faz quando vê algum conhecido de longe - e só levantou a cabeça quando César lhe estendeu a mão.
- E aê, arrombado! - disse o amigo.
- Opa! - cumprimentou Guilehrme.
- Tô indo pra casa.
- É, eu também.
- Tá morando por aqui, agora?
- Não. Tô na casa da minha mãe... - pausa - ... é o final de semana que eu passo com ela.
- E onde você tava? - perguntou César
- Ah, tipo... eh... ah, eu tinha saído. Tinha ido jantar. Eh... ah, é, eu tinha ido jantar, tava num rodízio de sushi. Eh... - Guilherme tinha tanta coisa para falar ao amigo que não via há quase um ano. Ao melhor amigo de dois anos atrás, ao amigo que, com mais dois meses de convivência, seria chamado de irmão. Não contou porque supôs que suas palavras não teriam importância para o ouvinte. E também porque aprendeu a ter um orgulho idiota. Só contaria algo se fosse indagado.
- Você gosta de sushi? - supreendeu-se César
- Eh... gosto. - afirmou Guilherme. Na hora, lembrou-se de um convite que o amigo lhe fizera, dois anos atrás, para ir a um rodízio de sushi. E também se decepcionou pela desmemória de César.
Guilherme sabia que o livro com a capa cor-de-rosa, por mais desagradável (a história de machismo no mudo das cores. Ele não está errado sozinho, a sociedade inteira está) que pudesse parecer, seria interessante. Mais interessante do que o livro que Guilherme comprara no mesmo dia e que tratava sobre a adolescência. As queer as a clockwork orange, anunciava o prefácio. No entanto, o jovem de 18 anos optou pelas crônicas, sabia que seriam mais interessantes. Em menos de 12 horas, leu todas os 34 contos que recheavam as 132 páginas do livro.
À noite, Guilherme saiu. Recebera um convite interessante, rever a amizade que norteara seu final de 2005 em meio a tantos transtornos e que o ajudara para o mundo universitário que o ocupa suas noites todos os dias. Saiu, e sabia que o jantar seria engraçado. Sabia que faria de sua vida um livro aberto, sabia que daria risadas e também sabia que não queria que o jantar tivesse fim.
Guilherme, quando saiu de casa e passou pelo metrô, lembrou-se de que há mais ou menos um ano, encontrara, naquela curva que faz entrada para a estação, encontrara seu amigo jogado, bêbado e sozinho. Quando virou, procurou e não achou ninguém. Embarcou, foi até muito longe, jantou, contou histórias, divertiu-se e viu o jantar terminar.
Na volta, nada de muito especial. Ih, será? É, nada muito especial que valha caracteres por aqui. Quando saiu da estação, pela mesma porta por onde entrara, lembrou-se melhor: "foi mais ou menos a essa hora que eu tinha encontrado o César", pensou com os botões. Assim que saiu das escadas rolantes, viu o espaço onde as pessoas se encontram completamente vazio. "É, acho que eu me enganei. Tudo bem. Se eu acertasse de novo, teria que ir correndo jogar na Sena", brincou o garoto.
[brincar não é bem a palavra exata. Vivendo a nostalgia que o açoita nos últimos meses, ele sente vontade de brincar. Foi sozinho ao zoológico recentemente a fim de reviver os oito anos de idade e não conseguiu. Isso foi só um adendo, voltemos]
"Hoje é feriado, né? Ele não estaria jogado por aqui de novo. Hoje é dia de levar vodca pra casa e encher a cara lá, depois assistir a um filme, dar assas à imaginação e tudo mais. É, não é muito essa vida que eu quero levar", finalizou. Andou pela rua escura, perdido em alguns pensamentos que sempre recheiam sua cabeça enquanto anda pela civilização.
[Ah, agora eu lembrei de um detalhe da volta pra casa, enquanto estava no metrô. Achou ter visto um garoto de boné - com o mesmo boné de César - alguns bancos adiante. Olhou melhor, não era. Voltemos. De novo]
Andou pela rua escura, perdido em alguns pensamentos que sempre recheiam sua cabeça enquanto anda pela civilização. Foi quando viu, andando pelo meio da rua, o garoto de boné preto e branco, bermuda longa e moletom azul. E que foi para a calçada quando viu o amigo indo na direção oposta. Guilherme fingiu não ver, fingiu estar absorto em pensamentos - como sempre faz quando vê algum conhecido de longe - e só levantou a cabeça quando César lhe estendeu a mão.
- E aê, arrombado! - disse o amigo.
- Opa! - cumprimentou Guilehrme.
- Tô indo pra casa.
- É, eu também.
- Tá morando por aqui, agora?
- Não. Tô na casa da minha mãe... - pausa - ... é o final de semana que eu passo com ela.
- E onde você tava? - perguntou César
- Ah, tipo... eh... ah, eu tinha saído. Tinha ido jantar. Eh... ah, é, eu tinha ido jantar, tava num rodízio de sushi. Eh... - Guilherme tinha tanta coisa para falar ao amigo que não via há quase um ano. Ao melhor amigo de dois anos atrás, ao amigo que, com mais dois meses de convivência, seria chamado de irmão. Não contou porque supôs que suas palavras não teriam importância para o ouvinte. E também porque aprendeu a ter um orgulho idiota. Só contaria algo se fosse indagado.
- Você gosta de sushi? - supreendeu-se César
- Eh... gosto. - afirmou Guilherme. Na hora, lembrou-se de um convite que o amigo lhe fizera, dois anos atrás, para ir a um rodízio de sushi. E também se decepcionou pela desmemória de César.
- Ah, não sabia. Eu fui domingo a um rodízio. Era em Moema.
- Qual o nome?
- Nem lembro. Por quê?
- Ah, é porque... o que eu fui hoje era Matsuya, Matsunami, alguma coisa assim. E eu li que tinha uma filial em Moema.
- Não, o que eu fui era Shyn não sei o quê.
- Ah, não era o mesmo.
- Não. Mas é que lá em Moema tem um monte desses rodízios.
- É, lá tem bastantes restaurantes, normal ter muitos japoneses.
- É... bom, tô indo pra casa. Amanhã eu trabalho. - finalizou o amigo
- Então... falou.
Guilherme até pensou em balbuciar um "a gente se vê", mas preferiu ser sincero com o conhecido. Ia voltar para casa, enfim, até que se lembrou de um combinado.
- Êi, você não respondeu meu e-mail!
- No hot?
- Quê?
- Você me mandou no hotmail?
- Isso.
- Não, não chegou. Manda de novo.
- Recebeu sim, tanto é que eu te mandei três.
- Quê?
- Eu te mandei, você respondeu. Depois mandei mais um, e você também respondeu. Aí eu mandei mais um e você não respondeu. - e virou as costas.
- Aaaaaaaaaaaaahhh! Era você?
Guilherme estava certo. Certo de que encontraria o amigo, certo de que ele não saberia quem era o ser estranho que lhe mandava e-mails, certo de que suas dicas não foram entendidas. Guilherme sabia que isso era um pouco excêntrico de sua parte, mas queria brincar com César. Brincar de adivinhações. "Ele não fala holandês, como saberia como é 'herói' nessa língua? Quer dizer, ele podia usar o Altavista, mas... é, eu sabia que ele não iria atrás. Mas eu queria ter me enganado", lamentou.
Guilherme voltou pra casa, sabendo que daria risada do que acontecera. Pelo caminho escuro - de 600 metros - que separava sua casa do lugar do encontro inusitado, voltou rindo. Riu mais ainda quando viu uma mulher passando, com um decote enorme, e um homem atrás carregava o filho no colo. E sussurrou no ouvido da criança de quatro anos: "Olha, que mulher gostoooosa!". Sua risada foi um pouco mais intensa quando passou na frente do antro - do puteiro, porra! - da rua e viu um homem descendo de um caminhão e entrando na casa luminousa. Isso não era engraçado, mas foi engraçado quando o jovem de 18 anos passou na frente do caminhão e viu que havia um garoto de uns 10 anos de idade dentro do veículo. E o moleque tava com uma cara de entediado!
Guilherme sabia também que o porteiro estaria dormindo e demoraria para abrir a porta do prédio. Sabia que o elevador estaria em um dos últimos andares, sabia que a família estaria dormindo e também sabia que seria recebido com festa pelo cachorro.
Guilherme parou na frente do prédio e teve que tocar o interfone para acordar o porteiro. Quando passou pelo hall, viu que o elevador estava no oitavo andar e subiu de escadas [Guilherme, não o elevador]. Teve dificuldades para abrir a porta de casa (a fechadura tem emperrado muito), então fez barulho com a chave, acordando o cachorro. Assim que o gartoo abriu a porta, o cachorro latiu, balançou o cotoco de rabo, pediu carinho e lambeu sua mão. Foi para o seu quarto, e percebeu que sua mãe e seu irmão já dormiam.
Guilherme, então, decidiu registrar seu dom. Guilherme sabe que tem um dom de saber as coisas, embora também saiba que a sua cabeça não se dá muito bem com o coração. A relação dos dois não é das melhores, então Guilherme não sabe o que se passa em sua vida afetiva.
Ligou o computador e a televisão e abriu um livro. Começou a escrever sobre seu dia e suas aventuras, enquanto procurava por um poema que ilustrasse algum dos acontecimentos recentes e ligou a tevê para fazer barulho no quarto.
Achou uma poesia, Estrada, e gostou dos últimos versos:
"E quanta gente vem e vai!
E tudo tem aquele caráter impressivo que faz meditar:
Enterro a pé ou a carrocinha de leite puxada por um bodezinho manhoso.
Nem falta o murmúrio da água, para sugerir, pela voz dos símbolos,
Que a vida passa! que a vida passa!
E a mocidade vai acabar."
Enquanto isso, o telejornal noticiava: "O dia das crianças animou os lojistas". Guilherme se lembrou de que o dia que terminava era o dia das crianças. E lembrou-se de quando recebia presentes e da expectativa que vivia nos dias antes e o prazer que tinha quando desembrulhava os embrulhos...
Guilherme passou o dia sem lembrar da importância da data, embora tenha discutido com um outro amigo sobre o dia de Nossa Senhora. Não se lembrou de que hoje era o Dia das Crianças, ninguém o havia congratulado por isso. Guilherme, então, entendeu que a mocidade acabou.
E Guilherme se chateou enquanto escrevia, porque se lembrou de outra coisa: "É, o César também esqueceu quando o pai dele me chamou para almoçar num restaurante japonês e eu disse que adorava sushis. Hmmm, eh... "
Guilherme se aborreceu. Mas foi porque não sabe que é feliz. E não sabe que aquela sensação boa que ele sente quando olha para os seus pulsos e vê que suas mãos estão sempre lá é felicidade. A única coisa que Guilherme sabe é que seu nome não é Guilherme.
- É... bom, tô indo pra casa. Amanhã eu trabalho. - finalizou o amigo
- Então... falou.
Guilherme até pensou em balbuciar um "a gente se vê", mas preferiu ser sincero com o conhecido. Ia voltar para casa, enfim, até que se lembrou de um combinado.
- Êi, você não respondeu meu e-mail!
- No hot?
- Quê?
- Você me mandou no hotmail?
- Isso.
- Não, não chegou. Manda de novo.
- Recebeu sim, tanto é que eu te mandei três.
- Quê?
- Eu te mandei, você respondeu. Depois mandei mais um, e você também respondeu. Aí eu mandei mais um e você não respondeu. - e virou as costas.
- Aaaaaaaaaaaaahhh! Era você?
Guilherme estava certo. Certo de que encontraria o amigo, certo de que ele não saberia quem era o ser estranho que lhe mandava e-mails, certo de que suas dicas não foram entendidas. Guilherme sabia que isso era um pouco excêntrico de sua parte, mas queria brincar com César. Brincar de adivinhações. "Ele não fala holandês, como saberia como é 'herói' nessa língua? Quer dizer, ele podia usar o Altavista, mas... é, eu sabia que ele não iria atrás. Mas eu queria ter me enganado", lamentou.
Guilherme voltou pra casa, sabendo que daria risada do que acontecera. Pelo caminho escuro - de 600 metros - que separava sua casa do lugar do encontro inusitado, voltou rindo. Riu mais ainda quando viu uma mulher passando, com um decote enorme, e um homem atrás carregava o filho no colo. E sussurrou no ouvido da criança de quatro anos: "Olha, que mulher gostoooosa!". Sua risada foi um pouco mais intensa quando passou na frente do antro - do puteiro, porra! - da rua e viu um homem descendo de um caminhão e entrando na casa luminousa. Isso não era engraçado, mas foi engraçado quando o jovem de 18 anos passou na frente do caminhão e viu que havia um garoto de uns 10 anos de idade dentro do veículo. E o moleque tava com uma cara de entediado!
Guilherme sabia também que o porteiro estaria dormindo e demoraria para abrir a porta do prédio. Sabia que o elevador estaria em um dos últimos andares, sabia que a família estaria dormindo e também sabia que seria recebido com festa pelo cachorro.
Guilherme parou na frente do prédio e teve que tocar o interfone para acordar o porteiro. Quando passou pelo hall, viu que o elevador estava no oitavo andar e subiu de escadas [Guilherme, não o elevador]. Teve dificuldades para abrir a porta de casa (a fechadura tem emperrado muito), então fez barulho com a chave, acordando o cachorro. Assim que o gartoo abriu a porta, o cachorro latiu, balançou o cotoco de rabo, pediu carinho e lambeu sua mão. Foi para o seu quarto, e percebeu que sua mãe e seu irmão já dormiam.
Guilherme, então, decidiu registrar seu dom. Guilherme sabe que tem um dom de saber as coisas, embora também saiba que a sua cabeça não se dá muito bem com o coração. A relação dos dois não é das melhores, então Guilherme não sabe o que se passa em sua vida afetiva.
Ligou o computador e a televisão e abriu um livro. Começou a escrever sobre seu dia e suas aventuras, enquanto procurava por um poema que ilustrasse algum dos acontecimentos recentes e ligou a tevê para fazer barulho no quarto.
Achou uma poesia, Estrada, e gostou dos últimos versos:
"E quanta gente vem e vai!
E tudo tem aquele caráter impressivo que faz meditar:
Enterro a pé ou a carrocinha de leite puxada por um bodezinho manhoso.
Nem falta o murmúrio da água, para sugerir, pela voz dos símbolos,
Que a vida passa! que a vida passa!
E a mocidade vai acabar."
Enquanto isso, o telejornal noticiava: "O dia das crianças animou os lojistas". Guilherme se lembrou de que o dia que terminava era o dia das crianças. E lembrou-se de quando recebia presentes e da expectativa que vivia nos dias antes e o prazer que tinha quando desembrulhava os embrulhos...
Guilherme passou o dia sem lembrar da importância da data, embora tenha discutido com um outro amigo sobre o dia de Nossa Senhora. Não se lembrou de que hoje era o Dia das Crianças, ninguém o havia congratulado por isso. Guilherme, então, entendeu que a mocidade acabou.
E Guilherme se chateou enquanto escrevia, porque se lembrou de outra coisa: "É, o César também esqueceu quando o pai dele me chamou para almoçar num restaurante japonês e eu disse que adorava sushis. Hmmm, eh... "
Guilherme se aborreceu. Mas foi porque não sabe que é feliz. E não sabe que aquela sensação boa que ele sente quando olha para os seus pulsos e vê que suas mãos estão sempre lá é felicidade. A única coisa que Guilherme sabe é que seu nome não é Guilherme.
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