domingo, 20 de abril de 2008

The little help

Lembro como se fosse hoje de um recado enviado via-Orkut no final de fevereiro: “olha, eu gosto muito de With a little help from my friends, aquela pout-pourri com Sgt. Peppers”, ensaiei eu, tentando mostrar um pouco de erudição no assunto Beatles.

Pois bem. Algumas pessoas mais próximas e outras nem tanto sabem o estrago que o envio deste recado me causou. Resumindo para os leigos: eu, um cara que costumava se dar muito bem com um estilo de vida recatado, acabei percebendo que estava tendo problemas para curtir meus momentos de folga, apenas entre mim e meus botões. Tudo isso por estar com medo justamente de mim mesmo, do meu ócio. Enfim.

Foram precisos exatos dois meses para eu realmente perceber o real sentido de With a little help from my friends, e só o consegui em uma noite de sábado, em que eu resolvi ‘comemorar’ de forma adiantada meu vigésimo aniversário. Convidei alguns amigos mais próximos no momento, alguns que foram bem próximos não muito tempo atrás e algum que se tornaram bem próximos recentemente.

Por conviver com a sina de mudar de idade em data próxima a um feriado, não tinha lá muitas expectativas de muitos convidados - tanto que havia reservado uma mesa para não mais do que 20 pessoas. Acontece que eu, como de praxe, errei nos cálculos. E, entre um chope e outro, consegui contar nada menos do que 42 pessoas presentes ao longo da noite.

Preciso confessar: essa quantia foi uma agradabilíssima surpresa. Ainda que recentemente três pessoas tenham me considerado alguém ‘extremamente cativante’ (duas inclusive citaram a parte da raposa do Pequeno Príncipe, sendo que uma delas ainda me fez de raposa - mas sem se tornar responsável por aquilo que cativou), achava impossível me aproximar em números do Maneversário, que em 6 de outubro de 2007 reuniu mais de 50 pessoas no mesmo bar.

Na minha comemoração de 20 anos, muita gente disse que iria viajar com a família e não foi. Teve também quem disse que já tinha algo marcado. Outros decidiram viajar para cidades sugestivas com o seu novo caso amoroso. Alguns ficaram doentes. Teve gente que trabalhou, enquanto também houve aqueles que deram certeza de que marcariam presença e não deram as caras sem aviso algum. Acontece.

Resta, agora, agradecer aos 42 que se deram ao trabalho de sair de casa em uma noite chuvosa para tomarem chope de qualidade nos arredores da Paulista: Carol Canossa, Luísa Pécora, amigo da Luísa, Lectícia, Edson, Bia, Luiz, Vivi, Dersão, Mersão, Mobarah, Frango, Rafinha, Vyvy, André Marmota, Nara, Raul, Shrek, Mané, Samantha, André Albano, Eduardo Mé Carneiro, Allan, Brunella, Tati, Débora, Chitão, Erik, Renata, amigo do Chitão, Leitão, Didi, Fabio Honório, Eduardo, namorada do Eduardo, amigo 1 do Didi, amigo 2 do Didi, Fred, Hugo, Rodrigo Patrão, Gui e Evelyn.

Aos que não foram, fica a parte da qual eu me lembro do meu discurso, antes de dez chopes e várias (talvez seis ou sete) doses de cachaça mineira: “Não é todo dia que se faz 20 anos – e hoje, por exemplo, não é o meu dia. Mas como tal data se aproxima, decidi reunir as pessoas mais próximas a mim nessas últimas duas décadas (...). Consegui reunir pessoas que conheço há 16 anos, há 12 anos, há seis anos, há três anos, há um ano e meio e algumas que eu conheci em alguma balada. Não estão presentes todos os meus melhores amigos e nem todas as minhas grandes paixões. Mas tenho que agradecer a todos os que marcaram presença aqui, que são grandes, grande amigos e bastante especiais. Só que agor só nos resta beber, porque o resto... putz, tá difícil”.

Disse tudo isso antes de virar a segunda dose e cachaça. E continua sendo verdade, mesmo agora quase sóbrio.

Assim como aquela música dos Beatles, que permeou o início disso tudo:

Does it worry you to be alone?
How do I feel by the end of the day?
(Are you sad because you're on your own?)
No, I get by with a little help from my friends,
Hmm, I get high with a little help from my friends,
Hmm, I’m gonna try with a little help from my friends.


--

PS: nada disso faz sentido para Carol Canossa, que passou a desacreditar na veracidade de tudo o que é escrito por aqui por alguém melodramático.

5 comentários:

Tomiate disse...

Pô, eu sou um dos que ficaram doentes...
Terça feira tá aí (tá aí, tá aí!).

Lui disse...

Então me diga uma coisa, ó garoto da falsa melancolia: o fato de eu ter virado a primeira cachaça da noite com você faz de mim sua melhor amiga número......????

Anônimo disse...

Não só por ter ficado muito feliz pelo convite como, principalmente, pela "gentebonice" do aniversariante e dos convidados, eu realmente gostaria muito de ter ido. Humpf.

Ossos do ofício, né? Aliás, além de perder o teu aniversário e estar de plantão no feriado, ainda assisti à eliminação do Tricolor daqui da redação. O fim de semana poderia ter sido melhor, de fato.

De todo modo, fico à espera do próximo convite. Boteco já! :)

Anônimo disse...

Heeeeld!!! Passei pra ler seu blog. Adorei este texto. E foi mto bom seu niver, mto show mesmo, barzinhu, musica, comidinhas, amigos...Na terça te dou parabéns!

Anônimo disse...

Foi uma noite de sábado sensacional, apesar de sua máscara melodramática ter caído. De qualquer forma, o "À Mineira" é um ótimo ambiente (e aceita VR. U-hu!) e as companhias (mesmo as que eu conheci apenas lá) eram agradáveis. Uma pena que eu tive que ir embora cedo, mas espero que isso se resolva dentro de alguns meses. De qualquer forma, podemos fazer coisas semelhantes mais vezes, não apenas uma vez por ano.