quarta-feira, 5 de março de 2008

Ponto de encontros casuais

O fato de morar em uma cidade grande não dá a garantia de que você sempre terá alguma coisa para fazer. E foi justamente nesse contexto em que eu me encontrei hoje, quando bati o cartão do trabalho às 17 horas e teria que esperar até às 19 para entrar na aula.

Entre as duas opções que me restavam (ficar na Paulista ou voltar para casa e retornar logo em seguida), optei pela primeira, ajudado por um filme em cartaz no cinema. Mas como a sessão teria início apenas às 17h30, seriam 30 minutinhos de tédio.

Foi quando eu resolvi matar o tempo sentado no escadão da Gazeta com o ipod no colo e os fones (novos!) nos ouvidos. Mas o mais estranho é que, não fosse o bilhete do cinema no bolso, eu certamente teria o que fazer até as 19 horas.

Assim que me acomodei em um dos milhões (?) de degraus, vi lá embaixo uma antiga conhecida, amiga de uma antiga amiga minha, andando meio despreocupada. Poderia ser uma boa chance de rolar um “e aí, como você tá, que anda fazendo, tem notícias daquele cara e lembra daquele dia engraçado?”. Mas a música no meu ouvido estava mais interessante.

Menos de três minutos depois, vi passar um colega do meu condomínio. Mais tarde, quem apareceu foi um dos meus colegas de trabalho, enquanto instantes em seguida foi a vez de uma colega de faculdade.

A primeira pessoa que veio falar comigo, no entanto, não me conhecia. “Opa, cara, onde fica o Mercado Pirituba?”. Ainda me readaptando ao som ambiente, pedi para repetir. “Onde eu encontro o Mercado Pirituba?”. Pensei, pensei... “Mercado, tem certeza? Pìrituba é longe pra caralho”, salientei. “Sim, é... eu tenho que ir lá pra Ponte dos Remédios e tenho que pegar esse ônibus”, explicou.

Lembrei. O Bruno Neguinho mora nesse fim de mundo. Bastou puxar pela memória e... “Cara, tem o Terminal Pirituba, não seria isso?”. Uma luz brotou na cara dele. “Sim, é, é Terminal Pirituba! Onde eu pego?”. “Olha, é aquele ali que acabou de fechar as portas no ponto de ônibus”. O cara agradeceu e saiu correndo. Em vão.

Nos minutos seguintes sentado no escadão, vi vários conhecidos passarem atordoados, compromissados, descompromissados e relaxados. Claro, não vi quem eu realmente queria ver. Até que as 17h30 chegaram e eu tive que partir para o cinema. Mas que o escadão é um programa e tanto contra o tédio, disso eu passei a não ter mais dúvidas.

2 comentários:

Anônimo disse...

Pô, fiquei curioso para saber que filme você foi ver! Conta aí, né?

:P

Anônimo disse...

O escadão sempre foi o meu refúgio quando eu não tinha nada para fazer e queria ficar sozinha. Quando eu passava algumas horas lá, a sensação que eu tinha era de "estar" sozinha, mas não a de "ser" sozinha. Dá pra entender?

Enfim...

Sempre foi um dos meus programas contra o tédio prediletos aí na metrópole.