terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Algo semelhante à empatia

Que a situação do tênis brasileiro está uma lástima não há dúvidas. Enquanto o Guga inicia a sua turnê de despedida pelo mundo, outros raqueteadores nacionais se esforçam – muitas vezes em vão – na tentativa de entrarem na chave principal de algum torneio mequetrefe por aí. E, quando conseguem, não é raro caírem logo na primeira rodada.

Entre os homens, o que vem salvando o nome do país é a dupla mineira de Marcelo Melo e André Sá, semifinalistas em Wimbledon e quadrifinalistas do US Open e campeões do Torneio da Costa do Sauípe (que eu me recuso a chamar de Brasil Open). Já no feminino... xiii...

Ainda assim, resolvi recentemente começar a jogar tênis e entrei na lista de espera do clube. Assim que chamado, comprei raquete, munhequeiras (além de darem mais firmeza para o pulso, servem de toalhinha portátil e me remetem aos 16 anos) e me preparei para, enfim, correr de um lado para o outro que nem um idiota para rebater uma bolinha. Divertidíssimo, diga-se.

Não faz muito tempo, tive a minha primeira aula e o professor disse que precisava me testar para saber em que nível eu me encontrava, muito embora eu tenha deixado bem claro que tinha jogado pouquíssimas vezes nas últimas duas décadas.

Fui para o primeiro saque e pensei em jogar um slice bem angulado. Acertei a rede. No segundo, encurtei demais o braço e voltei a acertar a rede. Dupla falta. Cometi uma série de duplas faltas até perceber que eu não sabia sacar com slice, top spin e nem flat. Nada. Preferi, então, apenas colocar a bola na quadra.

Os velhos que estavam na quadra ao lado desistiram de jogar para ver o nosso jogo. Uma lástima. Não conseguíamos manter um rali com mais de três rebatidas para cada lado por causa da pouca familiaridade entre mim e a minha raquete.

E eu, que sonhava em descobrir meu talento tardio para o tênis, percebi que o meu forte mesmo não era o saque-voleio e nem o backhand, mas sim a paixão pelo esporte. E nada mais.

Depois desse dia, jurei que não seria mais tão crítico com os tenistas brasileiros...

3 comentários:

Anônimo disse...

Ah, não seja tão duro com você.
Todo início é difícil e cheio de erros...
Calma e persistência e um dia você chega lá... :]

Anônimo disse...

O fato de eu ser ruim no futebol não impede que eu ache o Souza (PSG) um legítimo beque-de-fazenda no meio-campo.

Assim como o fato de eu ser ruim no tênis não impede que eu ache que o Thomas Bellucci jamais será alguma coisa.

Pode cobrar, sim. Ora, o nosso jornalismo não é cobrado por gente que não tem o mínimo de formação?

Carolina Maria, a Canossa disse...

Com o atual nível do tênis tupiniquim, daqui a pouco você vai ser o número 1 do Brasil.