sábado, 11 de novembro de 2006

Um, dois, três... ok, próxima.

Hoje, enquanto me recuperava de algumas cervejas numa sexta-feira após quase três semanas sem beber nada, estive pensando no que era a melhor coisa do mundo. Tá, é um assunto bem idiota e tal, mas, sei lá, é o que às vezes acontece.
Quando cheguei em casa, meu cachorro acordou, latiu, me viu e veio correndo na minha direção, abanando o que lhe resta de rabo. Vinha ofegante, feliz da vida, apoiou as patinhas no meu joelho e pediu colo. Segurei-o bem no alto e ele me lambeu o nariz, e isso fez eu ter uns três segundos de felicidade.
Um pouco mais tarde, um amigo me ligou e me chamou para passar a madrugada em algum lugar bem frio, mas tomando umas cervejas. Nem tava muito afim, já que sábado é dia de acordar bem cedo e tal. Aì eu disse que amanhã é dia de acordar bem cedo, mas que a gente iria se ver à noite, no casamento da irmã do meu amigo. Quando desliguei o telefone, fiquei um pouco feliz por ficar em casa. Essa sensação durou, sei lá, uns três segundos.
Aí eu deitei na minha cama. Lá fora, a temperatura deve estar lá pelos 10 graus, mas não sob meus cobertores e tal. Deitado e aconchegado, lembrei que minha carteira de trabalho não estava comigo. Lembrei que descolei um emprego - o melhor que eu poderia esperar - e que, sei lá, se um dia eu inventar de lançar um livro, aquela biografia de cinco linhas vai ter algo tipo "O imbecil da foto acima é jornalista nasceu no ano de 1988 e começou sua carreira aos 18 anos, no Gazeta Esportiva.net...". Fiquei feliz por causa disso. Sei lá, foi aquela sensação que vem de dentro e te domina por três segundos.
Antes, uma amiga minha apareceu na faculdade e me parabenizou por ter conseguido o emprego. "Como você sabe disso? Humm, eu não contei pra ninguém". Ela, sem graça, disse que as notícias correm. Dei um sorriso que representou uns três segundos de uma sensação que eu tive, algo do tipo 'sei do que você tá falando. E eh, ah ah... ah!'. Nem eu entendi, mas... sei lá.
Mais tarde, quando a aula acabou, eu estava na mesa do bar, passando o maior frio, mas estava com um copo que tinha algo mais gelado dentro. Todos pegaram o copo, a coisa gelada brilhou e todos bateram os copos uns nos outros. Aí, sei lá, isso foi legal. Mas só durou até o timmm parar de soar. Uns três segundos.
Durante o carteado de bar, tinha um rei na mesa e eu pedi um truco, sei lá, meio assim, displicente. A outra dupla fugiu. E eu dei uma risada empolgada, porque eu simplesmente não tinha nada e, porra, que ousadia trucar quando se perde por 10 x 9 e sem nada na mão! Foi legal, me senti bem. Por uns três segundos, aí a outra mão começou.
Sei lá, eu não entendo muito disso, mas a única coisa que eu percebi bem é que a felicidade não existe muito. Quer dizer, é algo que vem de dentro e faz você ter uma... uma overdose feliz de três segundos que, sei lá, faz com que você fique além das nuvens. Não sei muito bem por que eu escrevo isso, mas é que amanhã é dia de casamento. Vestir terno, dar o nó inglês-afrancesado e afrescalhado na gravata e depois brindar, beber, dar risada e ter uns 300 segundos de felicidade. E 30 horas de ressaca no dia seguinte, mas acontece.
Enquanto escrevia, lembrei uma coisa que a minha avó falava quando eu era pequeno e eu não entendia muito bem: "Hoje em dia, falam que as coisas são melhores... Mas qual a diferença, se esses raios de modernidade não duram nada?".
Acho que ela quis dizer três segundos...
Sei lá.

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