Toda essa festa, toda essa alegria... todos esses sorrisos, olhares esperançosos, toda essa vibração, essa felicidade. E eu aqui, um pouco longe, só olhando. Só olhando, pensando, pensando... Pena que não é tudo nosso. Aliás, não é nada nosso. Poderia. Ah, poderia! E eu queria.
Se assim fosse, a uma hora dessas eu estaria mais bêbado do que o Jeremias, mais barbudo do que um bêbado por essência, mais feliz do que um bêbado alcoolizado. Pulando mais do que um felizardo ganhador da Megasena... e essas coisas. E assim tudo se acaba. Com muitos sonhos, com muitas promessas e superstições que não deram certo... A Copa do Mundo. Mais felicidades bestas, mais entretenimento contínuo, mais desperdício de entretenimento [porque eu gosto de esbanjar as coisas que eu não tenho]. Agora o Pan-2007. Ah, quer saber? Grande merda! Pouco me importa o tiro ao prato com carabina vermelha, a ginástica de piruetas que qualquer símio faz diariamente e não ganha nada por isso, os 8500 metros com barreiras móveis e nem a ponte do rio que cai. Qual a graça? Nenhuma! Pelo menos daqui dois anos tem a Eurocopa.
Só que o que vai começar é a escalada rumo a 2010. Porque eu não quero ser mais um amigo, porque eu não quero ouvir as contradições do Casagrande, porque eu não quero ouvir as baboseiras deslavadas e sem nenhum peso de consciência do Wright. Porque eu não quero ver as ruas amarelas, porque eu não quero ver as palhaçadas de MSN felicitando a França por ganhar do Brasil. Porque eu não quero ver os shows esportivos diários com toda a palhaçada que rola. Porque eu quero arranjar um emprego [agora tem que ser], porque eu quero economizar 92% do meu salário, porque eu quero viajar. Porque eu quero fazer parte da Copa de 2010. Porque eu quero ir pra África [na verdade, eu preferia uma viagem à Escandinávia ou ao Leste Europeu]. Porque eu quero estar lá. Porque eu quero tirar um milhão de fotos [mesmo odiando fotografar]. Porque eu quero sonhar, porque eu quero conhecer, porque eu quero me comunicar com pessoas que não falam nenhuma língua que eu sei [ou vá saber]. Porque eu quero fazer amigos no avião, no hotel ou onde quer que for. Porque eu quero. Mas se eu tiver uma sorte ao quadrado, por que não tentar Suíça-08 e África do Sul-10? Ah, vaaai! Sonha!
Mas eu quero. Quero brincar com a minha imaginação, quero brincar de acreditar. Pra depois brincar de ser feliz, sozinho, numa terra beeeeem longe. E me apaixonar por um lugar diferente, com outra língua e o cacete que for, e lá me esbaldar pra sempre. Se esse era meu sonho quando era pivete, essa Copa reaviveu e reacordou toda essa vontade. [Só não sei, então, pora quê eu tô fazendo o raio da faculdade aqui, me debulhando nesse idioma que eu não usarei lá e imaginando uma série de jogos de palavras que eu não vou saber usar].
E a maior decepção do dia vai pra quê? Pela minha ressaca brutal, pela minha imaginação pueril e piegas, pra este pleonasmo imbecil ou pelo sentimento de que poderíamos ser nós...? Não sei. Não sei de nada, só sei que quero tudo aquilo lá em cima.
A maior justiça foi [só pra citar porque realmente me tocou] a Itália ganhar. Sinceramente, foi a imagem mais bonita de toda a competição. Eu não queria, eu torcia contra e eu queria um final apoteótico pro carequinha. Mas mudei de idéia na hora dos hinos. Os italianos urrando, vibrando, abraçados, emocionados e nostálgicos com o hino. Os franceses, caladões. Justiça foi feita, infelizmente.
Só que voltando ao tema principal, é meio... é totalmente besteira pensar isso. Muito. Mas que seria demais, ah, seria!
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