domingo, 29 de junho de 2008

Sobre o riso

Dizem por aí que o tempo é o melhor dos remédios. Discordo. Que me desculpe o dito popular, mas o riso... o riso é indubitavelmente o melhor dos medicamentos. É um alívio, como sugere o Word no dicionário de sinônimos para a palavra ‘remédio’.

Mas há vários, vários tipos de risos. Tem o riso falso, que não leva a lugar algum. Há também o irônico, que muitas vezes machuca o interlocutor. Tem o desesperado, que é a porta de acesso para a loucura. O melhor riso mesmo é aquele que vem de dentro, sem explicação alguma, às 5h38 da manhã de um domingo.

Foi mais ou menos a esse horário que meu cachorro latiu anunciando para o restante da família que eu estava chegando da rua. Sóbrio, completamente sóbrio após passar horas em um bar tomando Coca-cola. Lei seca, lei seca... nada de álcool se estiver dirigindo, ou carro apreendido e motorista na cadeia.

Estava bem sóbrio quando abri a geladeira e peguei uma cerveja, sentei no sofá de casa e liguei a televisão, esperando assistir ao jogo da seleção brasileira feminina de vôlei. Mas sequer cheguei a vasculhar os canais a cabo: logo de cara, vi que o SBT estava transmitindo aquele quadro do Bolaños que não emplacou, o Pancada Bonaparte (que tem Chespirito e Professor Girafales como loucos e o jargão ‘não há de queijo, só de batata’). Bem sem graça, diga-se, mas que não me deixou de mudar de canal.

As piadas eram as mesmas de sempre. Previsíveis, corriqueiras e algumas até forçadas, como ‘escovar os dentes do serrote’. Mas foi o bastante para me fazer rir, e só não me fez rir alto em respeito a minha mãe, meu irmão e meu cachorro, que estavam dormindo.

Sabe o que é mais legal nessas horas? É que não é preciso fazer alguma piada, seja inteligente ou escrachada, para rir sem motivo. Em horas assim a gente apenas... ri.

Quando se tem um riso assim, é inevitável que todos os problemas ou as dores passadas sejam esquecidos. Reclamações, constrangimentos, lamúrias e coisas do gênero? Ah, que nada! O momento era mesmo de rir. De rir alegre, de rir empolgado, de rir aliviado.

Nota da redação: Putz, e Chaves acabou de começar. A grade de programação do SBT é deveras interessante a esse horário.

5 comentários:

Lui disse...

Então vai por mim e assiste a novela dos mutantes...

Anônimo disse...

Pô, acordei tarde demais hoje e perdi o segundo "A Turma do Didi" com o Dedé!

Droga.

Bonie disse...

Juro que eu admiro a sua capacidade de escrever sobre qualquer coisa a partir de... nada!

(Mas de qualquer jeito, cada vez que você diz a palavra "Chaves", cai uns 50 pontos no meu conceito. Só uma nota.)

LF disse...

rir é o melhor remédio, já dizia a rainha dos baixinhos.


ehe.

;)

Caroline Arice disse...

Não sou nada fã de Chaves.
Mas sou a favor de rir pelo motivo que quiser.