sábado, 7 de junho de 2008

Sobre as noites de sexta-feira

Ah, a noite de sexta-feira!

O momento mais esperado da semana por toda a população mundial. É quando os universitários saem de suas faculdades e vão encher a cara no bar. É quando os trabalhadores saem de seus empregos e vão encher a cara no bar. É quando aqueles que não trabalham e nem fazem faculdade saem de suas caras e também vão encher a cara no bar.

Eu, com todo esse meu jeito esquisito de ser, tinha uma relação diferente com a noite de sexta-feira quando mais novo: em minha época de estudante no colégio, por exemplo, adorava ligar um Ramones lá pelas 11 da noite, sentar à beira da cama e fazer todas as lições de matemática e física.

Já crescido e afastado do mundo dos números, percebi que esse meu jeito, ahn, exótico de aproveitar uma noite de sexta-feira não se afastou de mim. Prova disso foi como aproveitei a minha última noite mais esperada da semana.

Assim que meu relógio marcou seis da noite, encontrei com o Pilatos pelos corredores do 12º andar do prédio do trabalho e comentei: “Cara, que puta inveja. Todo mundo voltando pra casa e eu aqui, trancado no prédio. E mesmo meu expediente terminando daqui uma hora, ainda tenho mais um tempinho de tortura na faculdade”. Não sei por que, eu achava que havia como ter bom proveito naquela sexta-feira.

Saí da faculdade, fui para o bar para assistir ao jogo do Brasil e voltei para casa no intervalo da partida. Ainda vi os minutos finais da vexatória derrota para a Venezuela (em Boston!), jantei e me vi num marasmo danado. Nada de muito interessante na televisão, MSN às moscas... putz!

Acabei abrindo a geladeira, encontrei uma Bohemia solitária e voltei para a sala. Coloquei a latinha sobre a mesa, abri alguns sites especializados e me pus a adiantar o trabalho de amanhã: fui pesquisar um pouco mais da carreira da Ana Ivanovic, que joga a final de Roland Garros dentro de algumas horas com a Dinara Safina.

Sim: workaholic assumido, passei a noite de sexta-feira trabalhando. Esqueci o mundo lá fora e passei a anotar todos os feitos notáveis da morenaça sérvia, já preparando algumas notícias de repercussão para quando a partida acabar. Esgotada a procura, me preparei para anotar algumas coisas da Safina – feiosa, tadinha. Mas assim como fiz há 52 semanas, deixei de lado a busca da tenista menos credenciada para o título (veja só, no ano passado eu havia pesquisado sobre a Justine Henin e menosprezado a Ivanovic!).

Abri mais uma cerveja, liguei a televisão em um telejornal qualquer (e grande parte das notícias que ouvi eram de Porto Alegre: incrível como as cidades para as quais eu viajei este ano passaram a ganhar um destaque enorme nos noticiários). Abandonei mesmo a pesquisa sobre a Safina e decidi me preparar para dormir.

Bom, vou mesmo dormir. Tenho que estar de pé dentro de poucas horas para transformar em cascatas toda essa minha pesquisa sobre a Ivanovic. Resta torcer agora para que a carismática e bela tenista balcânica não faça com que a minha noite de sexta-feira tenha sido vã e ganhe amanhã. Isso me pouparia um trabalho enorme.

Um comentário:

Anônimo disse...

Ganhou, e ganhou fácil. Mas que é sempre difícil se concentrar no jogo quando quem está em quadra é a Ivanovic, ah, isso é...

;)