segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Sobre a gripe

Não sou do tipo de pessoa que se deixa abater por qualquer coisa. Muito embora esteja satisfeito com alguma coisa, procuro não deixar que isso se reflita no meu dia-a-dia e tento continuar levando uma vida mais ou menos normal.

Mas, confesso, tenho um ponto fraco. Fraquíssimo, para falar a verdade: a gripe.

Desde pequeno desenvolvi uma tendência incrivelmente enorme para adquirir doenças leves. Ainda que eu nunca tenha tido problemas como cárie, bronquite, gastrite, sarampo ou qualquer coisa do tipo, sou incrivelmente vulnerável aos resfriados. Uma droga.

Ficar resfriado talvez seja uma das piores coisas do mundo. Tudo começa de madrugada, quando você acorda no meio da noite com o nariz entupido e um pouco de frio. De manhã, o princípio de dores no corpo constata o início da doença.

Com o passar das horas, a dor de cabeça e a preguiça até para falar evidenciam ainda mais o mal que ainda o acometerá. O primeiro dia de gripe termina com um sono incrivelmente forte. Enquanto as horas passam de forma muito lenta, consegue-se sonhar com coisas estranhas, especialmente com suas células combatendo os vírus que aterrorizam seu organismo.

Não é raro deixar esse sono pesado com febre na manhã seguinte – quando é iniciado o pior momento do resfriado. Enquanto se sua bastante e os olhos ficam extremamente pesados, o mundo fora de sua cabeça parece conspirar contra você. As pessoas ficam ainda menos simpáticas, o metrô fica ainda mais lotado, o frio é ainda mais frio e o calor, putz, o calor é ainda mais quente.

Mas o pior e tudo mesmo é cumprir obrigações com gripe. Se já é ruim ficar em casa esperando os sintomas baixarem, é terrível ter que ir para a escola ou, então, para o trabalho. A capacidade de concentração é reduzida a um ponto quase nulo, a predisposição natural do ser humano é substituída por uma moleza fortíssima e uma iminência de sono. Tudo isso combinado com enjôos, tonturas e muita, mas muita coriza. Terrível.

Só que tudo começa a melhorar depois do expediente. O almoço e a sesta combatem os germes que fazem a festa em seu organismo e a vida volta a ficar feliz. E, embora os sintomas gripais continuem evidentes por mais uns quatro ou cinco dias, o mundo retorna às suas origens.

No entanto, nada apaga a tragicidade dos primeiros momentos da gripe. Para evitá-la, já tentei tomar aquelas pastilhas efervescentes de vitamina C, parei de tomar gelado, de andar descalço pela casa e de tomar chuva, evitei tomar friagem... nada funcionou. Além disso, percebi que pequenos detalhes relevantes da vida foram suprimidos em nome da gripe. Não valia a pena.

Um comentário:

Lia Lupilo disse...

hauhau, eu sempre imagino as células combatendo as bactérias