terça-feira, 6 de novembro de 2007

O lado iluminado

A vida passa rápido de verdade. Muito mesmo, pra falar a verdade. Tanto que hoje já não sei se faz dias, semanas, meses ou até mesmo alguns anos que conheci uma amiga.

Era uma garota especial. Por mais que não conversássemos todos os dias, era bom estar perto dela. Ela me passava confiança, me fazia prestar mais atenção em algumas coisas antes corriqueiras... enfim. Era uma menina diferenciada.

Nossa amizade, porém, não durou muito. Por um motivo que não vem ao caso agora, ela teve que se mudar para muito, muito longe. Para um lugar que também não vem ao caso agora. Só que antes de ir me ensinou algumas coisas que eu, teimoso, relutava para ver.

Ela me fez perceber que algumas coisas na vida são ruins e poderiam muito bem enlouquecer qualquer um. Outras, por outro lado, apenas te fazem ter vontade de xingar. Mas ela me disse para que, quando eu estivesse roendo os ossos da vida, para não reclamar, mas assobiar. Segundo ela, isso ajudaria a fazer com que tudo se tornasse melhor.

Se isso não funcionasse e as coisas parecessem ter se estragado, eu é que teria me esquecido de algumas coisas, como rir, sorrir, dançar, cantar... Mas se ainda assim eu me sentisse um monte de lixo, tudo ficaria mais divertido se eu apenas assobiasse.

Com a garota aprendi que viver é algo meio absurdo, já que morrer é o fim da linha. Por outro lado, sempre que eu acordasse, deveria abrir a janela e cumprimentar o sol ou até mesmo quem estivesse passando pela rua. O que ela queria dizer é que eu deveria deixar as minhas preocupações de lado e sorrir para o mundo, pois poderia ser a minha última chance.

Caso um dia isso não fizesse sentido e eu inventasse de ter alguma tendência suicida, então eu deveria olhar também o lado bom da morte. Mas isso só quando eu estiver à beira de dar meu último suspiro. Minha amiga sabia que eu não teria coragem de tomar atitudes tão extremistas.

Minha amiga foi embora e, inevitavelmente, perdemos o contato. Não sei onde ela está e, sinceramente, não faço muita questão de procurar também. Só que, ainda assim, me lembro dela de vez em quando. Quando? Humm... quando eu acho que a vida é mesmo uma merda, reflito um pouco mais e percebo que tudo não passa de uma piada. Tudo isso não passa de um show.

E então continuo sorrindo. Nem que seja por uma besteira qualquer.


Um comentário:

Anônimo disse...

Muito bom esse vídeo Held!!!

Bjão.