terça-feira, 5 de abril de 2011

Entenda as piadas sem sentido do Chaves: porque o Seu Madruga não gosta do número 41

Sabe aquele episódio dado como perdido, em que Chaves e Quico fazem uma pichorra (vulgo piñata) e tudo mais? Pois então... há um momento em particular que poderia passar desapercebido por esta série, mas acabou despertando minha curiosidade por conta de uma raiva inexplicável do Seu Madruga. Fui atrás e veja só o que temos, a partir dos 3:54 do vídeo abaixo:



Logo na primeira parte do episódio, quando Quico e Chaves passam o maior dilema por conta de um papel que ficava colado em suas mãos, aparece o Seu Madruga reclamando da demora dos garotos para confeccionar a tal pichorra. E lhes chama a atenção: “Sem pichorra não tem festa”.

A bronca do Seu Madruga não cai bem ao Quico, que reclama: “Ai, já são 40 vezes que diz a mesma coisa!”. O pai da Chiquinha, então, repete sua fala e se irrita quando o Chaves o avisa de que com aquela já eram 41. Agora... por que a raiva?

Aí explicamos, com algo que vai mais além da barreira português-espanhol. Essa já tem mais a ver com algo da cultura mexicana, a partir da história do único país latino da América do Norte. O fato é que o número 41 possui uma relação extremamente próxima com o 24 para nós: ligado a homossexuais.

Bom, comecemos antes pela nossa razão: nada mais simples que o jogo do bicho, visto que o veado era o 24º animal daquela cartelinha com 25, que provavelmente todos nós já recebemos ou vimos por aí. Já no México a razão é mais complexa.

Durante o governo de Porfírio Diaz (entre 1876 e 1911), a polícia da Cidade do México resolveu fazer uma prisão em massa de homossexuais e, em uma festa, deteve 41 “suspeitos”. A notícia foi dada pelos jornais desta maneira, mas, ao saber que um de seus genros estava entre os detidos, o presidente ordenou que a imprensa divulgasse que haviam sido 40 os presos homossexuais.

Só que as erratas dos jornais não colaram, e no México começou a piada. Sempre que queriam sacanear com algum amigo, perguntavam: “Ei, você que é o 41?”. O número ganhou tal conotação que nenhum atleta gosta de utilizar tal número estampado em suas costas em qualquer competição esportiva.

Mistério resolvido?

5 comentários:

Anônimo disse...

Vale lembrar que a palavra Pichorra foi uma bizonha "tradução" do SBT para pinãta. Por que inventaram uma palavra que não existe em espanhol, menos ainda em português, só Deus e Silvío Santos para explicar,.

Gustavo disse...

A palavra até existe, mas não tem nada a ver (segundo o Houaiss) com piñata. :)

Anônimo disse...

No episódio dos Pasteizinhos também há uma alusão, quando Quico entra em cena pulando com o fio do ferro, ele conta: 36, 37, 38, 39, 90, 91...
Esquisito, não?

Unknown disse...

Muito legal seu blog. Gostei muito desse post. kk. Vou divulgar por aí.

Anônimo disse...

Num episódio dos Trapalhões tem uma cena em que os 4 (Didi, Dedé, Mussum e Zacarias) discutem para usar um único banheiro. Toda vez que a correria pro banheiro é iniciada, o Mussum sempre chega em primeiro, porém ele é injustiçado quando os outros 3 fazem separação por idade, cor ("os azuis claros na frente e o azul escuro atrás - piada infame, rs) e tamanho: Zacarias, mais baixo primeiro e Mussum, mais alto, último, atrás. Na questão idade, ficou Zacarias, 49; Didi, 47; Dedé, 46 e Mussum, 41. Nesta ele se sente humilhado e Didi fala: -faz tempo que está no 41...

pode se dizer que isso tenho algo a ver também.