domingo, 25 de junho de 2006

Pré-fabricado

Definitivamente, preciso sair com um gravador, um papel e uma caneta ou qualquer coisa em que se possa registrar minhas pirações momentâneas. Eram tão fenomenais que eu acabei esquecendo! Pensei em tanta, mas tanta coisa que agora não lembro de nenhuma. Tudo bem, sou adepto da arte do improviso.

O problema é que eu não sabia sobre o que seria o meu sermão de hoje. Pensei em me arrepender novamente (e cada dia mais, incrivelmente desagradável), só que não achei muito interessante. Poderia fazer mil críticas sobre a minha fé pela Suécia, mas tenho outro espaço, outro heterônimo futebolístico. Talvez relembrar, sei lá, amizades frustradas. Era sobre isso que eu iria falar... só que as coisas mudam com o passar de algumas horas e a gente se vê obrigado a mudar.

[Esse texto vai ser adversativo pra cacete, então vou ficar repetindo os mas da vida e nem vou dar importância pra contudo, entretanto, embora, apesar de, só que...]

Amizades. Amizades perdidas. E pensar que, em tempos, cheguei até a achar que sem tais amizades não sobreviveria. Que o consolo - virtual ou ao vivo - era fantástico, a oportunidade de desabafos era fenomenal. Que os abraços eram os mais quentes e os que mais me confortavam. E agora as duas principais amizades se foram. Elas nem sabem que se foram; se amanhã eu chegar e mandar um scrap - ou o raio que seja - pra algum desses fantasmas do passado, vou ler uma resposta de alguém que morre de saudades, que precisa de mim e que QUER marcar alguma saída, sei lá. Ah, nem é! Se quisessem mesmo, já teriam vindo me procurar. E eu nem preciso correr atrás, quer dizer... Se eu tô aqui até agora sem tais amizades, bom... elas eram legais, mas não fundamentais. Paciência. Deixa pra lá...

Mas o que mais me tocou, sei lá... Aproveitando a trilha sonora que rolava no lugar, foi aquela pessoa por quem eu, com toda a certeza, trocaria a minha televisão (mesmo em época de Copa do Mundo! Sério mesmo!) por um jeito de levá-la. Mesmo que já tenha mais de um ano que tudo aconteceu, até hoje eu passo pela rua dela a dou uma espiadela pra ver se ela não está por lá. Mesmo que eu ficasse completamente nostálgico quando via ela (a via é muito gay) casualmente (e já faz alguns meses que isso não acontece), era demasiadamente bom pra mim. Mesmo que teivesse dado errado, as nossas trocas de olhares ainda me faziam feliz. Mesmo que a gente nem se fale mais, eu ainda fico na esperança de encontrá-la, assim, como quem não quer nada, no Metrô. Tanto é que entro pela mesma porta por que ela costumava sair. E tantas outras coisas que ainda ma lembram...!

Ouvir Hoobastank no meio da Paulista. Mesmo que a Paulista não tenha nada a ver com ela (pelo menos não no meu ver), só a razão me lembra o dia em que eu fiquei 40 minutos na plataforma do Metrô ouvindo essa música e esperando que ela saísse de algum trem que chegasse. Ou lembrar do meu ápice de coragem, do meu apogeu de criatividade, do meu máximo de sinceridade... Mesmo que completamente vão, orgulho-me disso.

E até mesmo lembrar, sei lá, todas as desventuras que se seguiram. As conversas que nunca rolaram, a conversa que poderia nunca ter rolado, que se poderia ter culminado na maior alegria depois da Copa de 2002. Tudo, tudo isso. Até hoje. Talvez as outras duas foram só fugas, acho que até hoje quedo por ela. Por tudo dela. Tudo. Olhar, cabelos, rosto, corpo (!), palavras, risada, gestos, ignoradas, sorrisos direcionados (ah!), o estar sem-graça (e eu nunca fique tão besta diante de um como naquela vez), as voltas pra casa (que eu sempre forjei pra que acontecessem), os scraps, a aura das fotos... e a balada em que a gente ficou mais próximos (e até hoje eu não entendo), mesmo que me tenha feito o maior mal já visto, foi a melhor do mundo. Tudo, tudo. Tudo me atrai, tudo me cativa. Será que eu deveria voltar? Eu quero, sempre quis. Só nunca o fiz por achar que o tempo havia apagado tudo. Mas hoje descobri que não, que ninguém entendeu. Será que nem ela também? Ah, eu vou tentar. Vou, vou sim. Como quem não quer nada, vou tentar usar algumas palavras arranjadas em uma ordem bonitinha que me valham um fio de esperança. Porque eu sempre acreditei. Porque eu quero acreditar. Porque é questão de honra acreditar. Porque é a minha maior vontade acreditar.

E isso fez com que eu passasse o resto do dia a pensar. A pensar, a pensar, a pensar. Será? Ah, acho que me vou. Vou, vou sim. Vou lá agora!

E, de novo, não se trata de otimismo exacerbado, mas sei que vai adiantar em nada. Nada mesmo. Nada sobre nada. Mas não custa nada tentar, né?

Depois eu digo como tudo acabou. :)

[e o fio da esperança ainda existe, acredite!]

Nenhum comentário: