Quatro anos de uma espera do caralho. Mas ainda bem que a Copa vai começar. Pelo menos uma coisa pra me animar, pra me entreter, pra me prender a atenção.
Já que nada mais tem lá muito sentido, pelo menos a Copa do Mundo.
Mas o mais fato é que eu vi de novo. Pensei que ele tinha se dado bem, que (como ele mesmo disse) a aposentadoria tinha saído... ou que ele mudou de zona porque lá nem dava muita grana. Só que hoje eu pensei nele. E ele estava lá. Estava dando graças a Deus por não mais encontrá-lo no cruzamento Paulista x Brigadeiro, era a maior depressão. Todos os dias.
Coitado. Velhinho, magrinho, caquético, triste. Talvez eu me sinta mal ao vê-lo porque meu maior medo é ter um fim como o dele. Sozinho. Sozinho, sem ninguém. Sozinho, sem ninguém, abandonado e triste. Com um olhar triste. Com gestos tristes. E ignorado pela multidão. Estava ficando feliz por não mais encontrá-lo, embora me sentisse mal por não saber que fim ele tinha levado. Pelo menos ele não levou um fim.
O velhinho do cruzamento da Paulista com a Brigadeiro. Meu Karma. Meu espelho. Minha depressão.
Feliz aquele que, hoje, morreu na contramão (do túnel) atrapalhando o (inclusive meu) tráfego (dos metrôs). Pelo menos alguém teve coragem. Ou foi imbecil o suficiente pra ser um usuário na via.
Ah, a Copa do Mundo. Copa do Mundo.
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