Vou receber tua mensagem e não vou te responder. Vou lê-la, vou tentar entender o que você quis dizer, vou ouvir tua voz entrando pelos meus ouvidos e descendo até o coração, vou sentir teu olhar penetrando os meus olhos, mas vou respirar fundo e aspirar o teu perfume e não vou te responder.
Vou reler a mensagem e tentar destrinchar cada palavra, cada letra, cada vírgula, cada espaço para tentar entender todas as dimensões daquilo que você quis me dizer.
Vou pensar em todas as possibilidades — e vou inventar mais algumas.
Vou imaginar as consequências de cada uma em mundos paralelos que tiveram início a partir do momento em que eu bati os olhos sobre a tua mensagem.
Vou bloquear a tela do meu telefone e não vou te responder. E então vou desbloqueá-la para lê-la de novo e pensar no que vou te responder. Não agora, mas daqui a 5 ou 10 minutos. Ou 15. 15. 15 é melhor. Mas claro que vou te responder. Quem disse que não iria?
Vou apenas fazer um charme, fingir (para quem?) que não vou te responder e no final eu sempre acabo te respondendo — afinal, não teria sentido puxar uma conversa com você após tanto tempo para simplesmente não te responder mais.
Vou deitar o celular sobre a mesa e esfregar as pontas dos dedos sobre as palmas das mãos — e eles vão deslizar sobre uma fina camada de suor. Vou agarrar minha camiseta pelo colarinho para secar o suor. Vou respirar fundo novamente para recobrar o controle da situação e…
E, enquanto eu inspirava, tua mensagem chegou. E mal terminei de expirar, já havia te respondido.
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