Depois de pouco mais de um mês nas aulinhas de tênis, aprendi que a terminação dos golpes (o movimento que você faz com a raquete depois de bater na bolinha) é muito importante, sobretudo porque direciona melhor a rebatida.
Tá, e o que isso tem a ver com a vida real? Eu explico. Em mais uma segunda-feira de folga, acabei me pegando na mesma situação que no finalzinho de fevereiro: deitado à beira da lagoa do Parque do Ibirapuera. Foi uma terminação legal para fevereiro e uma base para um mês de março que foi bem legal. E hoje, justamente no dia 31 de março, lá estava eu repetindo a terminação. E isso me fez pensar um bocado.
Naquele dia de fevereiro, mal sabia eu o que me esperava nas próximas semanas. Apenas estava deitado na grama pensando que rumo a minha vida poderia tomar. Claro que errei todas as previsões e nem sequer acertei 1% de que rumo março tomaria.
Agora vocês se perguntam: que rumo março tomou, cara pálida? Pois eu respondo com uma nada pequena retrospectiva cheia de links do Cavaleiro com Solitária.
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Comecei o mês acordando cedinho e indo para o CCT da Barra Funda do São Paulo, quando o Adriano deu piti com a imprensa e reivindicou o título de Imperador. E ainda do treino do São Paulo escrevi o primeiro post do mês, contando a minha conversa poliglota (em inglês, português, espanhol e italiano) com um italiano.
E por falar em trabalho, vivi um dos meus melhores momentos profissionais logo no dia seguinte, quando fui escalado para cobrir o clássico entre Corinthians x Palmeiras no Morumbi. Ainda naquela semana, fui a uma pauta da seleção olímpica brasileira de remo e, com exclusividade, noticiei a iminente aposentadoria de Thiago Gomes (uau!).
Outro ponto que merece destaque rolou no dia 16, quando cobri o tour do Zidane pela favela de Heliópolis e pelo Clube Paineiras. Embora tenha feito expediente triplo, vi de perto o craque carequinha e, no dia seguinte, ainda fui entrevistado ao vivo no BandSports pelo Erick Beting.
Resumindo, tive um mês muito bom profissionalmente falando. Mas o mais legal de março é que ele foi bem diferente dos demais meses que eu já vivi: sempre achei que não era possível ser feliz dos campos profissional e pessoal ao mesmo tempo. Ainda bem que eu estava enganado.
Março reservou algo inédito para mim: viagens. Foi o mês em que eu mais peguei estrada, totalizando duas viagens inteiras (em nove feitas por mim até hoje). Uma delas, inclusive, marcou a minha estréia on the road em feriados prolongados e em outra, presenciei o quase fim de um eucalipto em Jacareí. Também aproveitei um dia de folga para curtir uma de mochileiro pela estrada. Além disso, conheci a rodoviária do Tietê, a Via Dutra, pessoas agradabilíssimas, observei reencontros no interior. E fiz até uma amizade com uma funcionária de rodoviária. Bacana.
Em São Paulo também tive bons momentos. Retornei à praça nos arredores da Paulista que serviu de cenário para a trilogia Praça de Pedra, no ano passado, e tive uma tarde sensacional. Ainda fui apresentado a um bar/padaria nos arredores, o Xodó Paulista. A noite terminou com uma janta no Domino’s e o início de algo que se assemelhou a uma paixão ao som de Liverpool, com uma garota que soube da minha existência por ser leitora deste blog.
Também consegui terminar um livro inteiro pela primeira vez no ano. Não conseguia ler um livro do início ao fim desde dezembro, quando li o sensacional Dias, do Fábio Matos (atualizado e corrigido, com apenas um T) e fiquei mal-acostumado. Depois disso, até tive um sonho maluco, em que eu ficava calvo.
Mas é claro que março não foi perfeito, e vivi momentos desagradáveis. Além de sofrer meu primeiro furto em 19 anos, perdendo minha carteira e meu ipod (in memorian), ainda passei por alguns maus bocados. Precisei fazer uma ligação de emergência e não pude, além de ter vivido situações bem tristes como esta e esta aqui, no fim do relacionamento ao som de Beatles.
Mesmo assim, não tenho por que me arrepender de março, que marcou também o aniversário do meu xará chileno. Nos últimos 31 dias, estreitei ainda mais os meus laços com a minha sapientíssima mãe, voltei a falar com meu pai após mais de dois anos e, depois de uma filosofada com um segurança do trabalho, percebi que o importante mesmo é viver a vida intensamente, cada momento.
Março foi bem bacana. Percebi isso quando estava no ponto de ônibus esperando para voltar pra casa e estava subindo e descendo na ponta dos pés, quase dançando ouvindo Help! Uma terminação muito boa de um mês extremamente bom. Impossível não criar expectativas para abril.
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Como vocês devem ter percebido, novas ‘aquisições’ foram feitas em março para reforçarem a seção ‘Valem o dobrão’ deste humilde blog. Em ordem cronológica, apareceram por aqui o Blog da Lui, da divertida Luísa Pécora; o Devaneios Cinematográficos, da Carol Arice (conterrânea do eucalipto da Dutra) e o When I’m 64, da tão viciada em café como eu Camila Mamede.
3 comentários:
Maravilhoso...Adorei...Te amo...sempre
Adoro retrospectivas, principalmente as que vêm em forma de texto, e especialmente as bem escritas. Sensacional!
:)
E por que será que todo mundo acha que o meu "Matos" é "Mattos", com dois Ts??? É com um T só, cara-pálida! E olha que você não tem desculpa, até por ter o livro aí bem pertinho, hehehehe...
Que venha abril, né?
Poxa vida... um belo dia de fevereiro eu estava procurando dicas sobre como seria um "Trote do Bixo" e encontrei seu blogg... Depois disso me tornei um assídua leitora sua. Parabéns!!
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