Itu (SP) - Não sou do tipo de pessoa que pode ser considerada conhecedora do mundo. Do alto dos meus 19 anos e alguns quebrados, olho para trás e sinto que poderia ter viajado um pouco mais.
Só que não. Pelas minhas contas, até hoje, dormi sob outro céu que não o paulistano apenas cinco vezes . Mas vale lembrar que não tenho me dado bem com os números de uns tempos para cá – desde que comecei a faculdade, para ser mais exato (para se ter uma idéia, uns dias atrás errei uma conta de 8–2).
Minha primeira viagem foi aos nove anos, em uma excursão para Águas de São Pedro com os amiguinhos da escola em um hotel fazenda. Sensacional, apesar de ter durado apenas dois dias. Mas senti uma saudade brutal da minha mãe, do meu irmão, da minha casa...
A minha segunda vez foi no começo de 2001, quando fui para o Guarujá com a minha mãe e meu irmão. Foi quando eu descobri que os limites do mar iam além dos limites da tela da TV. Com quase 13 anos, fui a pessoa mais velha a conhecer a praia no meu senso comum. C’est la vie.
Depois me aventurei no pico do inverno de julho na Praia Grande, já em 2004, passando uma semana na casa de praia de um melhor amigo. Foi uma semana incrível, com histórias engraçadas que vou carregar por muitos anos.
Em 2005 vivi meu ápice turístico, deixando a capital em duas oportunidades num espaço de 12 meses. Nos primeiros dias do ano, fui para Campos do Jordão com minha mãe e meu irmão. Em outubro, andei pela primeira (e única) vez de avião, rumo a Porto Seguro.
Minha última viagem foi no ano passado, para Registro, para a reunião dos Jovens Unidos Contra a Aids, o Juca-2006. E nunca mais. Meses depois comecei a trabalhar, e o expediente nos finais de semana e feriados passou a fazer parte da minha rotina – diferentemente das viagens. (Ou seja, foram seis as minhas viagens até então. Isso só comprova que, em 15 meses, desaprendi 17 anos de matemática).
Mas hoje, ainda que a trabalho, revivi uma das melhores sensações que um viajante pode ter. Hoje, 7h48, subi em uma Parati na Avenida Paulista e fui cobrir o treino do Botafogo em Itu, onde o time treina antes do clássico de domingo contra o Vasco.
Entrar em um carro e partir para uma viagem é uma das melhores sensações que há. Estranhamente, as nuvens somem do céu, o sol brilha um pouco mais e o vento começa a soprar de uma maneira agradabilíssima na janela do passageiro.
Incrível como em uma viagem de ida, o asfalto brilha um pouco mais e todas as conversas são mais engraçadas. Os animais na beira da estrada parecem sorrir para os carros que atravessam as rodovias com os vidros abertos. É tão bom que sempre bate um sono após determinado quilômetro de viagem e, inevitavelmente, você dorme.
Bom, o treino acabou. Agora tenho que parar por aqui para pegar as entrevistas e depois volto para São Paulo.
Mas isso já não interessa. Os retornos não são nem um pouco legais, como todo mundo sabe. Não é nada mais do que uma longa jornada em um carro quente. E não adianta abrir os vidros para refrescar: sempre chove. E então a única coisa pra fazer é passar a viagem inteira com a cabeça apoiada no vidro, com um olhar perdido para os carros do outro lado da estrada e para as luzes das cidades ao redor.
Por falar nisso, o céu sobre a Castelo Branco no sentido São Paulo está escuro. Parece que vai chover. Se eu continuasse a viagem em direção a Porto Feliz (sugestivo o nome, não?), teria pela frente um céu completamente azul, sem uma nuvem sequer.
Incrível.
Um comentário:
Aeeee Relda...
Mttt boa a descrição...
É bem por aí msm!!!
Parabéns pelo blog!!! to lendo tds seus textos "antigos" e to curtindo bagarai, de verdade!!! O "Flor de Lótus" e o "Memórias" ficaram geniais!!!
Serei um visitante mais assíduo!!!
Abs!!!!
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