Recapitulando: havia uma argentina lindíssima no evento em Barueri. Trocamos alguns olhares rápidos, mas o conquistador aqui não sabia como iniciar um papo com a garota do país vizinho. Até que ambos se encontraram pegando um suco de abacaxi e trocaram um sorriso. Certo. Voltando...
Era a melhor chance de começar a puxar assunto com a argentina de olhos azuis. A única. Um mínimo deslize e qualquer possibilidade de uma troca de culturas iria por suco abaixo. Não podia falhar. A pressão era grande.
Quando eu abri a boca para explicar que aquela fruta não se chamava xubáqui, mas sim abacaxi, a assessora de imprensa do evento me chamou. Iria começar a coletiva do Mika Hakkinen. “Vamos lá?”. Argentina, trabalho, argentina, trabalho, argentina, trabalho, argentina... suspiro... trabalho. Destampei a caneta para começar a anotar a entrevista com a mesma sensação de estar tampando para sempre a chance de tomar um café em Buenos Aires com uma chica guapa. Mas a vida é assim.
Aos poucos estou me acostumando a ver pessoalmente pessoas que eu vi a minha vida inteira na tevê. Não é fácil. Na telinha, as personalidades sempre parecem ser muito mais altas do que realimente são, possuírem um certo brilho próprio. Ao vivo, meu amigo, isso não existe. E as pessoas são tão normais quanto você ou eu.
Pois bem. Entrei na sala de imprensa improvisada, com um sofá para o Hakkinen e algumas cadeiras para os jornalistas. Sentei na primeira fila e já traduzia mentalmente as perguntas para fazer. E ainda ganhei um tempo, já que as mídias impressas são sempre as últimas a perguntar.
A coletiva não rendeu nada, como é de costume. Coletivas sempre são assim. Como ainda tinha algumas perguntas para fazer, perguntei se poderia falar com o Mika depois. Fiquei surpreso quando disseram que sim, mas que teria de esperar. Sem problemas.
É estranho imaginar que as coisas podem dar certo mesmo quando tendem a dar errado. Se antes eu achava que seria uma pauta meio perdida, estava prestes a conseguir uma entrevista reservada com o Mika Hakkinen. Isso, aquele piloto que eu costumava escolher no videogame quando tinha 11 anos.
Só que aconteceu mais do que isso. Antes de falar com o reles estagiário, o Mika deu algumas voltas no circuito do kartódromo. Os profissionais de imprensa estavam convidados para serem passageiros do ex-bicampeão de Fórmula 1. Já andou de Mercedes com um piloto de F1 dando slalons, acelerando em curvas, cantando pneu? É quase a mesma sensação de andar em uma montanha russa, mas com bancos de couro, ar condicionado, direção elétrica... e, claro, muito mais seguro.
Depois das aventuras a bordo da Mercedes, enfim aconteceu a entrevista. É estranho como as coisas podem dar incrivelmente certo em seqüência. Foi o que aconteceu na entrevista. Por causa de uma frase mal formulada em inglês, ganhei a confiança do cara. E por causa de várias frases bem formuladas por parte dele, saí da sala de imprensa com a sensação de ter conseguido a matéria da minha vida. Ou quase isso.
...
Voltei para casa hoje um pouco de cabeça cheia, meio revoltado com o frio, com o calor, com a garoa, com o trânsito, com a minha dor de cabeça... com tudo. Até com o sol, com o galo, com o porco... e com os cavalinhos, se bobear. Coisas que só uma terça-feira pode proporcionar.
Mas bastou abrir a porta do meu quarto e ver uma cópia da entrevista com o Hakkinen. A minha terceira profissionalmente, mas um bocado mais especial do que a primeira, que simplesmente caiu no meu colo. Essa era especial, por vários motivos.
Outra coisa: essa entrevista me lembra um outro assunto. Sabe aquela argentina? Não encontrei mais com ela depois da coletiva com o Mika. Não peguei o e-mail dela, não a ensinei a falar abacaxi e nem sequer perguntei o seu nome.
Era a melhor chance de começar a puxar assunto com a argentina de olhos azuis. A única. Um mínimo deslize e qualquer possibilidade de uma troca de culturas iria por suco abaixo. Não podia falhar. A pressão era grande.
Quando eu abri a boca para explicar que aquela fruta não se chamava xubáqui, mas sim abacaxi, a assessora de imprensa do evento me chamou. Iria começar a coletiva do Mika Hakkinen. “Vamos lá?”. Argentina, trabalho, argentina, trabalho, argentina, trabalho, argentina... suspiro... trabalho. Destampei a caneta para começar a anotar a entrevista com a mesma sensação de estar tampando para sempre a chance de tomar um café em Buenos Aires com uma chica guapa. Mas a vida é assim.
Aos poucos estou me acostumando a ver pessoalmente pessoas que eu vi a minha vida inteira na tevê. Não é fácil. Na telinha, as personalidades sempre parecem ser muito mais altas do que realimente são, possuírem um certo brilho próprio. Ao vivo, meu amigo, isso não existe. E as pessoas são tão normais quanto você ou eu.
Pois bem. Entrei na sala de imprensa improvisada, com um sofá para o Hakkinen e algumas cadeiras para os jornalistas. Sentei na primeira fila e já traduzia mentalmente as perguntas para fazer. E ainda ganhei um tempo, já que as mídias impressas são sempre as últimas a perguntar.
A coletiva não rendeu nada, como é de costume. Coletivas sempre são assim. Como ainda tinha algumas perguntas para fazer, perguntei se poderia falar com o Mika depois. Fiquei surpreso quando disseram que sim, mas que teria de esperar. Sem problemas.
É estranho imaginar que as coisas podem dar certo mesmo quando tendem a dar errado. Se antes eu achava que seria uma pauta meio perdida, estava prestes a conseguir uma entrevista reservada com o Mika Hakkinen. Isso, aquele piloto que eu costumava escolher no videogame quando tinha 11 anos.
Só que aconteceu mais do que isso. Antes de falar com o reles estagiário, o Mika deu algumas voltas no circuito do kartódromo. Os profissionais de imprensa estavam convidados para serem passageiros do ex-bicampeão de Fórmula 1. Já andou de Mercedes com um piloto de F1 dando slalons, acelerando em curvas, cantando pneu? É quase a mesma sensação de andar em uma montanha russa, mas com bancos de couro, ar condicionado, direção elétrica... e, claro, muito mais seguro.
Depois das aventuras a bordo da Mercedes, enfim aconteceu a entrevista. É estranho como as coisas podem dar incrivelmente certo em seqüência. Foi o que aconteceu na entrevista. Por causa de uma frase mal formulada em inglês, ganhei a confiança do cara. E por causa de várias frases bem formuladas por parte dele, saí da sala de imprensa com a sensação de ter conseguido a matéria da minha vida. Ou quase isso.
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Voltei para casa hoje um pouco de cabeça cheia, meio revoltado com o frio, com o calor, com a garoa, com o trânsito, com a minha dor de cabeça... com tudo. Até com o sol, com o galo, com o porco... e com os cavalinhos, se bobear. Coisas que só uma terça-feira pode proporcionar.
Mas bastou abrir a porta do meu quarto e ver uma cópia da entrevista com o Hakkinen. A minha terceira profissionalmente, mas um bocado mais especial do que a primeira, que simplesmente caiu no meu colo. Essa era especial, por vários motivos.
Outra coisa: essa entrevista me lembra um outro assunto. Sabe aquela argentina? Não encontrei mais com ela depois da coletiva com o Mika. Não peguei o e-mail dela, não a ensinei a falar abacaxi e nem sequer perguntei o seu nome.
Foto do Túlio Vidal/Gazeta Press
O que me restou dela? Apenas uma foto, que realça alguns 'defeitos' dela: o nariz grande (típico de um argentino portenho), o queixo saliente, o rosto magrelo... Não importa. Era uma garota charmosa, bonita, de olhos azuis e um sorriso cativante. Que vai me lembrar um raríssimo suco de abacaxi.Auto-promoção: Não gosto muito de divulgar meus textos de trabalho. Prova disso é que, sempre que citei neste espaço algumas notícias, optava por aquelas que não foram escritas por mim. Mas já que os dois 'capítulos' não existiriam se não fosse a entrevista com o Hakkinen, ei-la: Hakkinen prevê início da "era Raikkonen" na Ferrari
4 comentários:
Excelente entrevista. Aliás, ela até foi comentada por aí: http://ultimosegundo.ig.com.br/paginas/grandepremio/materias/462001-462500/462193/462193_1.html
Num tem boi... eu sou seu fã...
Quando eu crescer quero ser igualzinho a você Helda!
Putz, e eu crente de que você tinha pego o telefone da argentina... Mas bonita mesmo assim!
OBS: Direção HIDRÁULICA, não?
Filho...sem palavras.Vc é sensacional....
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