Buenos Aires (Argentina) - Já puto da vida, sem a câmera fotográfica, com pouca grana no bolso e pique algum para andar pela cidade, percebi que dificilmente as coisas poderiam ficar pior. Foi quando eu vi um ônibus com destino final Olivos, uma província de Buenos Aires, onde morava a minha antiga paixão argentina de infância. Em vez de me lamentar com os portenhos pelas ruas, decidi ir visitá-la e matar a saudade de... cinco anos e meio.
Ah, a antiga paixão argentina de infância... (suspiro)! Acho que eu tinha uns 14 anos quando a conheci. Ela e mais duas amigas moravam no mesmo condomínio que eu. Três garotas lindas. Todas com quase 20 anos, fazendo uma espécie de república no 1223.
Não tinham telefone em casa, e falavam com um sotaque bem esquisito no orelhão dentro do condomínio. Em um dia de tédio, bolei com uns amigos um ‘plano infalível’ para vê-las: tocamos o interfone do apartamento delas dizendo que um homem tinha ligado para a minha antiga paixão (já sabíamos o nome dela antes), mas que não havia se identificado.
Ela desceu logo depois, encontrou o telefone sem linha. Curiosa, ficou esperando a ligação novamente... e aproveitou para passar o tempo conosco. Ficamos amigos, e quando ela voltou para a Argentina para renovar o visto de turista nos adicionamos no ICQ. O nick dela era o nome dela, mas em hebraico. Virou o nome da banda que eu tinha com uns amigos. Continuamos ainda mais próximos, trocávamos e-mails todos os dias... até que ela voltou para o Brasil, em 1º de dezembro de 2002.
Eu estava jogando bola com os amigos quando ouvi um “Fêêêê!” do lado de fora do condomínio. Era ela. Mesmo linda e impecável, não se importou em dar um abraço em um garoto suado e pequeno. Passamos o resto do dia juntos, e a noite também. Ficamos conversando até quase amanhecer. Na manhã do dia 2 estava jogando bola com os amigos novamente e ela apareceu chorando: tinha brigado com as amigas, estava voltando para a Argentina naquele dia mesmo.
Ela foi embora prometendo voltar. Ela de fato voltou, em um dia em janeiro de 2005. Passou três semanas em Ubatuba e, antes de retornar a Buenos Aires, passou na minha casa. Eu não estava, e ela foi embora. Deixou o endereço para que eu mandasse uma carta: Roma, 32 – Olivos, Buenos Aires.
E em 13 de julho, lá estava eu indo para Roma, 32 – Olivos.
2 comentários:
Ainda te invejo por estar na Argentina e eu no Brasil.
E aí, e aí? Encontrou a Natália? Agarrou a Natália num take cinematográfico??
Ahhhhh. ¬¬
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