Buenos Aires (Argentina) - Tinha acabado de cortar o dedo jogando pebolim (totó para algumas partes do Brasil, fla-flu para os gaúchos) com o Rafael no sábado à noite quando desci para o meu quarto pegar um bandeide na minha mochila. “Putz, que sensacional! Nunca entendi por que minha mãe tinha colocado bandeides no meu kit de banho das aulas de tênis, mas... ah, mãe é mãe”.
Mal sabia eu como essa frase teria ainda mais sentido poucos dias depois. Bom, não vamos nos adiantar, tá bem? Comecemos do... de uma parte logo depois do princípio.
Tinha sido assaltado, perdido a câmera fotográfica e, também, a carteira aqui na Argentina. Dentro da carteira não havia documentos pessoais, mas em contrapartida estava lá o meu cartão do banco (que seria usado para fazer saques de la plata aqui em Buenos Aires).
Fiquei bem tranqüilo, apesar disso. Sabia que na segunda de manhã poderia ir atrás da agência do Bradesco aqui em Buenos Aires e conseguir um cartão novo. Ou, pelo menos, fazer na agência um saque generoso e continuar vivo na Argentina sem muitos outros contratempos. Ledo, ledo engano.
Peguei o ônibus na Paseo Colón com destino à Avenida de Mayo, quase que o centro comercial portenho. Lá havia uma agência do banco. Expliquei minha situação para a recepcionista, uma loira brasileira, e ela logo fez uma cara bem triste. Prenúncio de suas palavras: “Aqui a nossa agência não tem dinheiro. Somos apenas para questões burocráticas, para pessoas jurídicas... então não temos cartões, dinheiro... nada”.
“Ah, tá, mas... olha”, redargüi. “Sou cliente Bradesco há dois anos, estou precisando do dinheiro que eu estou juntando desde então. E é questão de emergência, porque tenho 100 pesos para passar uma semana em Buenos Aires. Nada de plata?”.
A moça disse que não, e que para eu conseguir dinheiro, deveria pedir do Brasil pela Western Union – que, pelas contas dela, encerrava o expediente às 15 horas, como todos os bancos da Argentina. Bom... eram 13 horas, eu precisava correr.
Voltei ao Sandanzas e liguei para a minha mãe. Na hora ela pesquisou como se deveria proceder para enviar dinheiro para cá, saiu do trabalho e, menos de uma hora depois, me deixou extremamente aliviado. “Acabei de depositar o dinheiro, você já pode ir buscar”. Passei por umas três agências Western Union, que embora fossem muito próximas ao albergue, não poderiam me pagar sabe-se lá por que motivo. Fui à central, na Avenida Córdoba, e lá peguei a grana.
Agora sim, as férias estão começando. Ok, e graças à minha mãe.
5 comentários:
Hahahaha, minha mãe costuma dizer que eu dou (ainda) mais trabalho a ela quando viajo.
Mãe é mãe, de fato. Sorte a nossa!
a minha mãe ainda diz pra eu não esquecer o casaco.
;)
Mãe é mãe...filho é filho ...e vc é um filho maravilhoso e meu melhor amigo...Amo vc.Quando estiver precisando de "la plata" é só me avisar.Curta bem suas férias.Bjs
Aaaah, que lindo, que bom.
E achei triste a história da Natália, mas você sabe né...isso aí é só pra o reencontro de fato ser melhor e mais bonito ainda.
Beijos!
Mãe é mãe mesmo. E olha que eu já passei por perrengue parecido quando fui alugar o apartamento em Santos.
Mas na ocasião, pai foi pai.
Postar um comentário