O fato é que eu, um cara que parece um bode bêbado dançando, estava indo... indo a uma aula de tango apenas para acompanhar a garota da Suíça. Aqui no albergue ainda ganhamos a companhia da Marrrrríííne, uma bela francesa meio doidona que não falava um A de inglês, mas falava espanhol melhor do que muito argentino. Éramos três indo para a aula de tango: Marine, eu e a... a... a...ok, eu tinha percebido que não sabia o nome da suíça. Achei melhor não perguntar, e descobrir de alguma forma.
A aula de tango estava bem vazia. Havia por lá apenas um casal de tiozões brasileiros, um de norte-americanos (o cara inclusive parecia o Arnold Schwarzeneger) e nós três. Para piorar ainda mais a minha situação, ninguém perguntou nossos nomes: ou seja, eu continuava sem saber o nome da suíça.
Começamos os primeiros passos de tango, e a suíça era minha parceira. Poderia dizer que foi a primeira vez que abracei uma
Logo em seguida, nós três fomos a um show de tango em um centro cultural na entradinha da Boca. Um lugar bem legal, escuro, com velas em todas as mesas. Lembrei do meu último jantar romântico no Brasil, quando o restaurante estava completamente vazio e eu sequer tive a idéia de propor um fondue à luz de velas. Já mais ‘experiente’, resolvi não perder a chance com a... a... (o fato de não saber o nome dela estava me incomodando muito)... a suíça. E também a Marine, claro.
Ficamos um bom tempo lá no centro cultural pertinho da Boca e depois retornamos ao albergue. A Marine se despediu de nós (ia passar dois meses nos Andes logo na manhã seguinte), e a suíça subiu para o salão comunal para ver se sua amiga (que chegaria na manhã seguinte a Buenos Aires para que então iniciassem um giro pela Argentina) havia mandado uma mensagem.
O computador do albergue estava ocupado, e a suíça estava morrendo de sono. Ofereci meu laptop, ela aceitou e ficou toda agradecida. Até abriu a caixa de mensagens e me pediu para ler o e-mail que a amiga tinha mandado, no mais puro swiss-german. Era uma gargalhada dela a cada palavra que eu dizia. Mas continuei: a amiga poderia ter escrito o nome dela em algum lugar da mensagem, e então eu poderia descobrir.
Mas não, nem uma dica do nome da suíça. Só para me vingar, abri uma notícia na Gazeta Esportiva.Net e pedi para que ela lesse. Para minha surpresa, ela falou quase todas as palavras perfeitamente: apenas não sabia pronunciar ‘conseguiu’ e ‘posições’. Compreensível.
Antes de ir para a cama, me deu um papelzinho e uma caneta: “write me down your e-mail, and then we can keep in touch”, ela disse. “If you need to go to Switzerland one day, you can tell me and stay at my house”.
Escrevi meu e-mail e, logo abaixo, minha identificação: Felipe Held, the drunk goat tango dancer. Ela morreu de rir, e eu decidi me aproveitar da situação. “Well, but I must confess you something: we hang out all day long, and… oh, don’t be upset, but I don’t know your name”.
“Oh, don’t mind. You could have asked before, no problem: it’s Debbie”.
4 comentários:
Cara, eu aqui pensando em te chamar pra um Chopp e você aí vivendo tudo isso!!! Hahahaha
Bom, você fica me devendo um chopp e ficou devendo atenção nas nossas aulas de geografia na escola!!! Só pra sua informação a Argentina não fica na Europa!!! Então foi a primeira vez que o Sr. abraçou uma européia sim!!! Tá vendo, quem mandou vc me ensinar a ser chato assim!!! Hahahaha...Bjoooo lindão..Boas Férias.
Why the hell do you write soooooooo many things in English?
Exibido. =P
Que bom que você foi no Café Tortoni! Uma das minhas frustrações foi ter dado com a cara na porta duas vezes. Mas só pela fachada eu tinha certeza que era lindo, e que o café seria ótimo!
E que bom que você foi no tango. Não é lindo?
E que queda é essa que você tem por francesa que qualquer coisinha você já quer colocar uma França no meio? Hahahahahahaha...
Por curiosidade, qual foi a nota que ela leu? Se vc quiser, eu posso escrever uma com palavras beeem mais complicadas, hehehehe.
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