sábado, 5 de janeiro de 2008

Pequeno mistério da humanidade

O Ronaldo Fenômeno tem contrato vitalício com a Nike e, assim, vai receber de graça e para sempre o material esportivo que quiser da empresa norte-americana do logotipo das asas da deusa Victoria. O Mika Hakkinen, por sua vez, tem vínculo com a Mercedes-Benz, e sempre que quiser vai poder dirigir um dos carrões da montadora alemã.

Tem muita gente que sonha com suprimentos vitalícios de várias coisas. Uísque, cerveja, jogos de computadores, videogames, chocolate, DVDs de filmes de Hollywood. Eu, se pudesse escolher algum produto para receber de graça para o resto da minha vida, sem dúvida alguma a minha pedida seria de fones de ouvido.

É, fones de ouvido. Daqueles intra-auriculares e bem normais. Basta apenas serem pequenos o bastante para se adaptarem às minhas orelhas, terem um volume relativamente alto e não contarem com fios muito curtos. Isso me evitaria temporadas de questionamentos sobre o universo e, talvez, me faria uma das pessoas mais felizes do mundo.

Pode parecer besteira, mas não é. Não me lembro de nenhum par de fones de ouvido que tenha durado mais do que um ano nas minhas mãos – e nos meus ouvidos, lógico. Sempre suspeitei de que os pequenos reprodutores de sons não iam com a minha cara, mas a confirmação veio apenas há quase quatro anos, quando ganhei meu primeiro (e único) discman.

Foi minha mãe que me deu o tocador portátil de CDs no meu aniversário de 16 anos. O aparelho, Panasonic, veio com um par dos melhores fones que eu já tive na vida. Mas que não tiveram vida muito longa: funcionaram perfeitamente de abril de 2004 até abril de 2005. Depois um dos fones passou a ter mau contato. Consegui consertá-lo com algumas tiras de fita isolante, mas semanas depois ele pifou de vez. E dos dois lados.

Tentei comprar fones quaisquer no camelô da esquina ou um Cougar ruinzinho em uma loja de bairro, mas ambos duraram apenas cinco dias. Um outro que eu tinha em casa, também vagabundo, parou de funcionar depois de duas semanas.

Até comprei um terceiro par em outro camelô, mas não cheguei a usá-lo. Uma amiga minha, que tinha acabado de voltar dos Estados Unidos, disse que preferia muito mais o modelo que eu tinha comprado por R$ 5 a um Sony que ela tinha comprado por algumas muitas dezenas dólares na Terra do Tio Sam e decidiu trocar. Foi o melhor negócio que fiz na vida. E consegui os melhores fones também.

Só que mesmo importado, Sony e tudo mais, o par gringo não durou mais de um ano e apagou em maio de 2006. Com preguiça de ir atrás de um par novo, optei por comprar um MP3 e ter os tais fones 'de graça'. Embora vagabundos, os pequenos reprodutores que vieram com o meu MP3 duraram seis meses. E, então, passaram mais uma vez a falhar.

Até que, após sair da redação em meu primeiro dia de estágio na Gazeta, resolvi me dar um presente: um par de fones decente. Fui à Fnac e paguei 60 pratas em um Phillips, com garantia de um ano. Ele durou uma semana, mas fiz valer meu direito de consumidor e os troquei por um par novo. E eu parecia ter encontrado o sentido da vida.

Em março, comprei meu ipod e ganhei os fones branquelos da Apple, mais do que na moda. Muito melhores que os meus da Fnac e mais confortáveis. Mas seis meses depois o grave do ouvido esquerdo passou a dar problemas e voltei a usar os que eu tinha comprado em 1º de dezembro de 2006. Até porque aqueles sim eram bons, e tinham garantia de um ano!

A segunda semana de dezembro de 2007 chegou e a garantia dos fones Phillips da Fnac expirou. Coincidentemente ou não, o aparelhinho perdeu 70% de sua potência e não consigo mais ouvir som alto. E, agora, tenho me contentado com os fones da Apple, já descascados, desconfortáveis e incapazes de reproduzir sons graves.

Tentei até amenizar isso ouvindo o Acústico MTV da Legião Urbana, mas não deu muito certo. Qualquer batida no bumbo ou qualquer toque de baixo faz o barulho desagradável soar no meu ouvido esquerdo.

Está na hora de comprar um novo par de fones de ouvido, eu sei. E, enquanto sonho com um suprimento vitalício de fones, tento entender o mistério dos tais aparelhinhos. Mas não dá: é algo tão complexo como a origem do universo.

4 comentários:

Hugo Alexandre disse...

É..fones de ouvido costumam não durar mais de 1 ano mesmo...talvez por causa do manuseio, os fones tendem a dar mal contato...
Os melhores fones que ja tive foram os da koss...tente experimentar o the plug, intra-auricular e isola quase que 50% do som ambiente só ao coloca-lo...
É uma pena que a duração não mude muito, o meu durou um ano apenas...
Vou investir algo a mais em um fone intra-auricular bluetooth...talvez o problema com mal contato deva acabar
=)

Anônimo disse...

Heldinha,
Normalmente eu não comento blogs, mas essa postagem combinou exatamente com as minhas idéias.

Comprei exatamente 8 fones em 2007.

Ruinzinhos, de esquina da Paulista, bons, comprados em lojas como a FNac, coisinhas caras, de marca.

Roubei o da minha irmã, estourei.
O do gravador, também.

Até que decidi gastar BEM e comprar, de presente de Natal, um fone grande, do estilo de DJ, fio comprido, puta fone legal.

Não estourou.
Ainda.

Allan Brito disse...

uhahuahuahuauhahuauhahua...

Acho que TODO MUNDO tem esse problema...

É uma grande merda mesmo!

Fones são aparelhos descartáveis...também me dei ao luxo de ocmprar um fone caro na Fnac e com garantia, igual vc fez... o meu ainda funciona bem e tá na garantia... vamos ver depois!

Boa sorte pra vc e se arrumar um modo d conseguir esse suprimento vitalício, me avisa!

Anônimo disse...

Eu sempre achava qu era culpa minha e me dizia 'poooorrr eu sou uma mega destruidora de fones' ou culpava meu irmão (heh heh heh).
Mass oww, sabe o que vc faz? Compra umas daquelas caixas pancadão sabe?? Pooo, massa massa. Pra vc sair na rua então! Vai fazer o mair sucesso! (será que era por causa de traumas com fones que aquela galera do Suol e Break andava com sons no ombro?)