Sempre fui fascinado por curiosidades de outros países. Quando pequeno, era viciado em fuçar no atlas vendo a tabela de países e tentava memorizar suas bandeiras e capitais. Depois, abria o livro de capa dura no mapa político e tentava localizar um por um.
Mas uma das coisas que mais me deixou encabulado quando pequeno na geografia mundial foi descobrir que aquelas manchas azuis na fronteira entre Estados Unidos e Canadá eram os lagos Superior, Michigan, Huron, Erie, e Ontario – mais conhecidos como os Grandes Lagos.
Essa descoberta me causou inicialmente uma grata surpresa: lagos também eram representados em mapas, e não só os oceanos. Então passei a procurar incansavelmente a lagoa do Parque do Ibirapuera no mapa.
Nada mais sensato para um molequinho de quatro, cinco ou seis anos: aquela era a maior reserva aquática que eu conhecia e, se os lagos entre Estados Unidos e Canadá estavam no mapa, por que o de São Paulo não estaria também?
Passei então a procurar no mapa mundi. Não encontrei e tentei em um do continente americano. Após falhar na procura, reduzi a escala para um da América do Sul e, depois, para um apenas do Brasil. Mas o conjunto aquático do Ibirapuera não estava nem no mapa da região sudeste e nem no do Estado de São Paulo. Foi uma decepção.
É claro que naquela época eu não sabia que os Grandes Lagos ocupavam, juntos, uma área de 244,3 mil km² e possuíam cerca de 27,7 bilhões de litros de água. Também não tinha a menor noção de que a lagoa do Parque do Ibirapuera ocupa, no total, 0,15 km².
Mas hoje, embora saiba da insignificância da lagoa do Ibirapuera em nível cartográfico, me sinto extremamente reles quando passo por ela, que por sua vez passa a ser o lugar mais importante do mundo e me traz algumas das melhores lembranças de uma infância alegre. Em certos momentos, dá até vontade de reivindicar uma representação no mapa.
Um comentário:
Putz, q doideira...
Eu tb era fissurado em mapas e bandeiras, mas esse tipo d viagem nunca tive...
Q coisa hein Relda?!!! hahaha...
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