Poucas pessoas sabem, mas eu me sentia o máximo quando alguém mais velho perguntava em que série eu estava no colégio e eu respondia que tinha acabado de formar. Era sempre igual, e as pessoas que haviam me questionado, fossem quem fossem, sempre repetiam a mesma coisa: “Nossa, sério? Putz, tô ficando velho(a)!”.
Já faz dois anos que terminei o colegial, me estressei com a época de vestibulares e fui aprovado em uma faculdade. E a reação das pessoas ao saberem que você está na faculdade não é tão intensa como quando você acaba de se formar. Vai entender... Mas o fato é que parei de ouvir as pessoas falarem que já estão ficando velhas.
Dia desses lembrei de uma amiga mais nova, com quem eu costumava conversar bastante alguns anos atrás. Depois daquelas conversas de praxe, quando um diz que estava com saudades do outro e blábláblá, chegamos ao consenso de que tínhamos que nos reencontrar e colocar os assuntos em dia. Até que ela disse: “Vamos, vamos marcar sim. Mas espera passar a segunda fase da Fuvest porque aí sobra mais tempo. E aí o meu estresse já vai ter passado”.
Não preciso nem dizer que a minha reação não foi outro que não perguntar “Nossa, sério? Putz, tô ficando velho!”. Ela disse que não, que o tempo tinha passado normalmente. Ela era dois anos mais nova do que eu e, como não repetiu nenhuma série, havia conseguido se formar. Mesmo assim não conseguia entender. Até que ela sacramentou: “Mas é verdade, pensa bem! A gente se conheceu quando você tinha acabado de entrar no segundo colegial e eu, na oitava série. Faz as contas”. Fiz e era verdade: já fazia quatro anos.
Percebi, então, que o começo dos anos é um negócio estranho. É quando aquilo que você estava acostumado a chamar de ‘este ano’ já virou ano passado. E que o ‘ano passado’ há era dois anos atrás. E 2004, que não faz muito tempo era uma lembrança mais do que recente na minha memória, já é considerado quatro anos atrás. O tempo, na verdade, não faz muito sentido.
Outra coisa que me fez ficar meio atordoado recentemente. Quando pequeno, via jogos de futebol na televisão e sempre imaginei os jogadores de futebol muito, mas muito mais velhos do que eu. Até mesmo na Copa São Paulo de Juniores, que só tem atletas novos (hoje em dia, com menos de 18 anos).
Esses dias, no entanto, assisti a alguns jogos da Copinha e vi que todos os jogadores, salvo algumas exceções, tinha cara de moleques muito mais novos que eu. Bom... talvez eu esteja ficando velho, mesmo.
3 comentários:
É, amigo, também andei pensando sobre o tempo esses dias...
FATO é que ele passa muito mais rápido do que a gente pensa...
E 2008, daqui a muito pouco, vai ser um passado distante...
Nem fala... Eu já não tenho idade para a Fórmula 1. Nem consiguiria ficar bom a tempo de entrar na seleção olímpica.
Mas não tem problema. O negócio da Copinha é estranho. Espera pra você conhecer Reginaldo, do Barra do Garças-MT, que tem uns 38 e joga.
É a sua barba que te faz parecer velhão.
(Finazzi tá aí pra salvar, filho.)
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