Foram milhares de aces, winners, forehands, backhands, aces, smashes e break points. Centenas de homens e mulheres em busca de prêmios milionários e pontos nos rankings. Incontáveis jornalistas esportivos de olho nas telinhas, nas raquetes, nas bolinhas e, claro, nos concorrentes. Foram duas semanas de Australian Open, tênis e, acreditem, bastante diversão e aprendizado.
E depois de ver os títulos da linda Maria Sharapova e do carismático Novak Djokovic em Melbourne, me senti na obrigação de fazer a minha mea-culpa depois de tantos palpites errados nos prognósticos do primeiro Grand Slam do ano, tanto na chave feminina quanto na masculina.
Vamos lá. Entre as damas, minhas grandes apostas eram Tamira Paszek, que seria a primeira adolescente após Sharapova a faturar um troféu de Grand Slam. Mas a austríaca que até o final do ano passado foi treinada pelo brasileiro Larri Passos foi eliminada logo na primeira rodada para a sérvia Jelena Jankovic.
Se eu achava que a jovem austríaca ganharia moral ao passar pela terceira cabeça-de-chave, aconteceu justamente o contrário: a combalida balcânica se motivou ainda mais, superou as lesões e chegou às semifinais. Um feito mais do que notável para uma tenista que aparenta ser bastante simpática. Já a minha musa tcheca Nicole Vaidisova agüentou firme até as oitavas-de-final, quando se encontrou com Serena Rincon Williams, sua maior algoz no circuito profissional.
Melhor para Sharapova. Se não era cotada para passar nem da segunda fase, a musa de 1,88m fez bonito e massacrou suas adversárias no caminho ao título. Nada mais justo pelo que ela apresentou em quadra – com direito a pneu em Justine Henin nas quartas-de-final, o segundo feito mais inacreditável das duas últimas semanas.
Quanto aos homens, bom... faço parte do grupo daqueles que torcem contra Roger Federer em nome de um circuito mais equilibrado, mas mesmo assim apostei no suíço boiolinha para ficar com mais um troféu. Mas não foi bem isso o que aconteceu.
Alguém já tinha ouvido falar em Jo-Wilfried Tsonga (leia Jô-vilfriid Songá)? Eu, que acompanhei bem o circuito do ano passado, tinha feito apenas uma notícia dele: quando venceu Richard Gasquet no Torneio de Lyon. Bom, acontece com qualquer cabeça-de-chave. Mas em Melbourne o Muhammad Ali de Le Mans fez bonito. Passou por Andy Murray, novamente Gasquet e Mikhail Youzhny até seu graaande teste: Rafael Nadal, nas semifinais. E não é que a zebra atropelou o touro? Além da eliminação por 3 sets a 0, a atuação de Tsonga foi a melhor entre todos os tenistas aos quais eu pude assistir pela televisão (e com a excelente transmissão da ESPN, diga-se) – com direito a melhores momentos neste link.
Do outro lado da chave, Federer alternava momentos de show com algumas inseguranças. Apesar do inquestionável talento do suíço, quase vibrei ao ver Janko Tipsarevic forçar um quinto set na terceira rodada e por pouco não eliminar o número um – a notícia feita para o caso de um revés foi para o meu ‘arquivo de honra’ no computador do trabalho. Mas, infelizmente, não pude ver o momento mais esperado do Australian Open. Por motivos alheios, dormi além da conta na sexta de manhã e acordei momentos depois de Djokovic sacramentar a queda de Federer. Acontece.
Errei feio no masculino ao acreditar em Federer, assim como toda a torcida do Mengão, apesar de ter uma pontinha de esperanças de Nole Djokovic na final. Quanto ao Tsonga, nem ele, nem o pai dele e nenhum cidadão de nenhum dos dois Congos acreditaria em uma classificação para a final. No embate entre Djokovic e Tsonga na final deu a lógica, e o sérvio sensação (e futuro número um do mundo) faturou seu primeiro Grand Slam na carreira.
Outra decepção deste que vos escreve veio nas duplas masculinas. Apostei forte nos brasileiros Marcelo Melo e André Sá. Não passaram nem da primeira rodada. No final, títulos para os israelenses Jonathan Erlich e Andy Ram.
Mas, apesar dos erros, esse Aberto da Austrália me proporcionou algumas observações bacanas. A jovem dinamarquesa Caroline Wozniacki, minha maior esperança até conhecer a Paszek, parece não ser só uma zebrinha de olhos bonitos; ao passo que a polonesa Agnieszka Radwanska será conhecida para a vida toda como a caçadora de russas. Outra jovem tenista em quem passei a apostar ainda mais foi a francesinha Alize Cornet, que dentro em breve será um Tsonga mais bem apresentável. Teve também a nova promessa dos Países Baixos: Arantxa Rus, campeã da chave juvenil e uma das futuras musas do circuito – e com enormes chances de ganhar de Michaella Krajicek, que era bonitinha assim e ficou estranha assim.
Para enfim terminar: as transmissões da ESPN pegaram no pé das semelhanças de alguns tenistas com outras personalidades da mídia. Algumas delas estão compiladas neste vídeo. Destaque também para a trilha sonora: a música se chama Yofo, da banda mexicana de Rapcore Molotov, que aliás já ganhou o Grammy latino com o sensacional clipe de Frijolero (uma das minhas favoritas).
Um comentário:
Eu só vi alguns games da final feminina antes de desligar a TV ao ficar com raiva da Ivanovic deixar a Sharapa crescer no jogo. Quanto ao masculino, este tal de Tsonga vai ser que nem aquele cara de um país bizarro perto da Grécia que chegou na final do Aussie Open uns dois anos atrás e eu nem me lembro mais de cabeça o nome e nacionalidade (e estou com preguiça de procurar).
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