Embora espere ansiosamente pelo final do ano, o dia 31 de dezembro sempre me deprime um bocado. É quando eu estigmatizo todos os meus atos como os ‘últimos do ano’. Sempre foi assim, e não imagino que as coisas mudarão daqui pra frente. Até porque todas as horas que antecedem o reveillon são sempre iguais.
Uma das coisas mais marcantes do último dia da temporada é a São Silvestre. Não tem um ano sequer em que eu não faça questão de ficar na frente da televisão vendo alguns corredores brasileiros tentando parar os favoritos quenianos. Desde os inícios dos anos 1990, quando minha avó passava a tarde do dia 31 aqui em casa, até hoje em dia.
É sempre bom acompanhar a transmissão da corrida pela televisão, com os corredores passando por inúmeros pontos turísticos do centro de São Paulo até virarem na Brigadeiro e subi-la até a Paulista. Até cruzarem a linha de chegada com a mais do que a mais tradicional música de fundo das transmissões da Globo.
No ano passado foi diferente. Acompanhei as chegadas das três provas da São Silvestre direto da linha de chegada, pois havia sido escalado para trabalhar durante a corrida. Foi muito estranho ver Fernando Aranha (cadeirantes), Lucélia Peres (feminino) e Franck ‘canelas-de-sabiá’ Caldeira (masculino) se sagrarem campeões em frente ao prédio da Fundação Cásper Líbero sem a trilha sonora. Bateu um vazio: alguma coisa estava faltando.
Em anos ‘normais’, assim que acaba a corrida eu arranjo alguma coisa não muito útil para fazer. Jogo vídeo-game, toco violão ou guitarra, leio algumas páginas de um livro. Até que o relógio bate 20 horas e eu faço a barba e tomo banho pela última vez na temporada. Coloco uma roupa qualquer e fico na sala vendo televisão até a hora da janta.
Depois de comer, volto para o sofá e fico por lá até uns 20 minutos antes da meia-noite. Aí eu me levanto, vou para a janela do meu quarto e fico pensando em tudo o que aconteceu nos últimos 12 meses. É triste ver que as coisas passaram mais do que rapidamente. Também faço alguns planos para o ano que se iniciará. Quase nunca os cumpro, claro..
Então volto para a sala alguns instantes antes da meia-noite. Quando o novo ano se inicia, abraço meu irmão, meu pai, meu cachorro, tomo champanhe, ligo para a minha mãe, falo com a minha tia... Uns 20 minutos depois disso, desço e fico enchendo a cara com os amigos do prédio até o amanhecer. E volto para casa com a primeira ressaca do ano.
A São Silvestre (e o Cléber Machado chamou a antena da Gazeta de ‘uma das antenas da TV Globo)... voltando: A São Silvestre acabou de acabar e a música-tema praticamente não foi ouvida durante a dobradinha queniana de Robert Cheruiyot e Alice Timbilili. Talvez o mais importante seja a minha primeira viagem para o exterior, para local – ou locais – ainda a ser definido. Também já começo a pensar no trabalho que os Jogos Olímpicos de Pequim me darão quanto à cobertura e na depressão inerente a qualquer grande evento, com a volta à mesmice.
Pretendo levar uma vida bem mais saudável do que a levada em 2007. Dormindo cedo, acordando mais cedo ainda... fazer alguma coisa útil antes de ir para o trabalho.Viajar mais e aproveitar melhor o tempo de folga.
Talvez daqui a 366 dias eu volte à janela do meu quarto e pense no que eu consegui fazer ou não em 2008. E também terei a mesma preguiça ao pensar que terei que passar por março, abril, maio... e muitos outros meses até o próximo reveillon. É sempre igual e continuará sendo. Mas não é tão ruim quanto parece.
Um comentário:
Eu passei o reveillon no MSN e tomando vinho branco. Se alguém falar que seu reveillon foi ruim, mande falar comigo!
(A SS no ano passado foi mais legal. Talvez por conta da chuva.)
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