Dando prosseguimento aos prognósticos, chegamos à chave masculina com uma novidade. Pela primeira vez em muito, mas muito tempo, o suíço Roger Federer tem a sua soberania no ranking de entradas posta em xeque. Mas não que isso signifique muita coisa, pelo menos a curto prazo.
Atual bicampeão do Aberto da Austrália, Federer aparece na lista dos melhores do mundo da ATP com 7.180 pontos (muito abaixo dos 8.120 que chegou a ostentar ao longo de 2007). Mais atrás vem Rafael ‘el toro’ Nadal, com 5.780, enquanto o sérvio Novak Djokovic, o menino prodígio, é o terceiro com 4.315.
Se não conseguir defender o título em Melbourne, o suíço de masculinidade questionável perderá ainda mais pontos no ranking. Se acontecer uma tragédia e cair diante do argentino Diogo Harfield na primeira rodada, por exemplo, ou então não conseguir pelo menos chegar à final, Fedex poderá dar adeus ao topo do mundo se El Toro se sagrar campeão pela primeira vez em um Grand Slam em quadras rápidas. Um feito notável, diga-se.
O problema é que as coisas não são tão favoráveis assim para mudança nos três primeiros lugares do ranking de entradas. Federer, apesar de ter passado por apuros no banheiro na última semana e ficado de fora de um torneio-amistoso em Melbourne, é franco-favorito a mais um título. Primeiro porque é soberano em pisos rápidos (muito embora não se saiba o que esperar do novo plexicushion, piso emborrachado implantado especialmente para o torneio aussie).
Enquanto isso, Nadal não vive seu melhor momento, especialmente porque seus melhores momentos são sobre o saibro. Recentemente, o titio e técnico Toni disse a um jornal maiorquino que o queridinho da Espanha sofre de um grave problema no pé. Sensacionalismo dos periódicos ibéricos à parte, o Mogly de Mallorca passou a ser questionado, especialmente depois de ser atropelado pelo russo Mikhail Youzhny uma semana atrás, no Torneio de Chennai. E, além disso, Nadal aparece em rota de colisão nas quartas-de-final com Andy Roddick, que costuma se dar bem apenas sobre pisos rápidos.
Mas há algum alento para todos aqueles que secam Federer ou pelo menos torcem por um circuito mais disputado: muito provavelmente, o suíço terá pela frente nas semifinais o argentino David Nalbandián. Se seu rival não for o seu algoz nos Masters Series de Paris e Madri no ano passado, talvez possamos ver um duelo entre o tenista ‘será-que-ele-é?’ com Novak Djokovic. E, se o sérvio não enrolar tanto para vencer seus adversários, deverá chegar inteiro para a partida. Tomara.
Outra coisa legal que certamente acontecerá nesta edição do Aberto da Austrália é o duelo entre criador e criatura com o confronto entre Nadal e o também maiorquino Carlos Moyá, nas oitavas-de-final.
Acho muito difícil o aparecimento de azarões na competição masculina. Em todo caso, se for para apostar em alguém menos renomado, escolheria (por falta de opções) o croata Ivo Karlovic, o canhão humano em saques. A chave dele não é tão complicada assim, mesmo tendo o russo Nikolay Davydenko. Mas o primo de segundo grau do Smeagol deve entrar na disputa meio estressado pela perseguição da ATP sobre o escândalo de apostas. Veremos...
Poderia muito bem ter escolhido o espanhol David Ferrer para o posto de azarão, mas o atual quinto do mundo consegue ser o tenista menos ambiciosos do circuito. Em agosto de 2007, quando chegou às semifinais do US Open, disse que já estava satisfeito por ter chegado tão longe e não se importaria se perdesse para o Djokovic. Perdeu. Já em novembro, foi à final da Masters Cup e disse que era impossível bater o Federer, seu adversário na final. Perdeu também.
Várzea: Pela primeira vez em muito, mas muito tempo (desde 1990, se não me engano), o Brasil não teve um tenista sequer inscrito para o quali do Australian Open. No entanto, os mineiros Marcelo Melo e André Sá entram como os possíveis azarões da chave de duplas, após chegarem às semifinais de Wimbledon e às quartas do US Open. Em contrapartida, os tenistas tupiniquins costumam se dar mal em Melbourne, e a única pessoa nascida em terras de Cabral a chegar a uma final na pátria dos cangurus foi Maria Esther Bueno, em 1965...
2 comentários:
"Se acontecer uma tragédia e cair diante do argentino Diogo Harfield na primeira rodada, por exemplo, ou então não conseguir pelo menos chegar à final, Fedex poderá dar adeus ao topo do mundo se El Toro se sagrar campeão pela primeira vez em um Grand Slam em quadras rápidas. Um feito notável, diga-se."
Um cataclisma, diga-se de passagem.
Esporte? Tênis? O que é isso?
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