O mundo tem ouvido incessantemente aquele som que parece ser nada mais do que o jingle do comercial do Fiat Punto – prova quase viva disso é o aumento de quase 100% dos membros na comunidade do Shout out Louds no orkut, saltando de 88 membros em 13 de agosto para 165 até as 1h29 de 17 de setembro. Só faltou aparecer um artigo em português na Wikipedia.
Mas enquanto Shut your eyes toca a cada 30 segundos nas televisões brasileiras, a banda sueca sai em turnê para divulgar seu segundo disco: Our ill wills, que foge um pouco ao estilo animadinho do Howl Howl Gaff Gaff, o álbum de estréia da banda.
Our ill wills já havia sido lançado há um certo tempo na Escandinávia, tendo chegado às lojas em 25 de abril deste ano. Pouco mais de um mês depois, em 21 de maio, cruzou o Estreito de Kattgatt (vulgo ‘Buraco de Gato’, no mais puro sueco das periferias de Estocolmo) e chegou à Dinamarca. Quatro dias depois, espalhou-se por Alemanha, Áustria e Suíça, e em pouco já estava em toda a Europa Ocidental. Em 11 de setembro, chegou aos Estados Unidos.
Ao primeiro play é estranho. Não bate, não combina. Não parece ser aquela banda de riffs simples de guitarra porém animados, que cantava canções de um jeito diferente em relação a grande parte das bandas de indie. As novas músicas do Shout out Louds lembram irritantemente, tanto nos arranjos como na voz de Adam Olenius, Robert Smith.
É preciso uma certa insistência ouvindo o CD para se familiarizar ao novo estilo do Shout out Louds. Depois de um tempo, os toques de violino, o aumento dos backing vocals femininos de Bebban Stenborg em relação ao Howl Howl Gaff Gaff, as melodias mais ritmadas e sobretudo as letras revelam um som mais maduro. Claro, com uma forte influência do The Cure.
O primeiro single do novo álbum do Shout out Louds é da faixa número um do CD: Tonight I have to leave it. Dá pra ver que não foi só o som que ficou diferente). O clipe é muito mais bacana do que aquela máquina de lavar que revelava um novo mundo para as pessoas em Shut your eyes.
Os novos sons da banda, no entanto, perdem em relação aos antigos não só porque ficaram ‘menos originais’, como já ouvi dizer. Faz um pouco de falta os solos ligeiramente desconexos no meio das músicas.
Para os poucos que conhecem Shout out Louds, uma má notícia: o lugar mais perto que a turnê de Our ill wills irá passar em relação ao continente sul-americano é a cidade de Austin, Texas. Ou pelo menos essa é a programação até o final de novembro. Uma pena.
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