Rodoviária aqui perto de casa, um dia desses. Domingo, já à noite. Um cara feliz da vida se preparava para embarcar no ônibus que o levaria de volta para casa.
Esperou para ser o último da fila. Enquanto todos os outros passageiros entravam no ônibus, despedia-se da garota que o acompanhava. Uma bela garota. Linda, eu diria.
Até que chegou a sua vez de entrar. Deu o último beijo do final de semana, pisou no primeiro degrau... desceu correndo, deu mais um beijo e voltou ainda mais feliz para o embarque.
Entregou o bilhete da passagem para o motorista, que não rasgou o tíquete. Olhou feio para o último passageiro, que por sua vez não entendeu o que estava acontecendo.
“Qual o teu problema, cara?”, perguntou o motorista.
“Como?”, indagou surpreso o cara.
“Você é trouxa ou é viado?”, emendou o motorista, elevando a voz.
“Qual o teu problema, cara?”, provocou o passageiro.
“Me diz, que porra é essa no teu bilhete?”, prosseguiu, bem nervoso, o motorista.
“O quê? Tem aí meu nome, meu telefone, meu RG...”, enumerou.
“Aqui, ô babaca! Nas observações, diz ‘te amo, gostosinho’. Que merda é essa?”.
“Ah, aqui? Ah! Hahahahahaha! Não fui eu que escrevi, e...”
“Não vou te embarcar com isso. Tchau”.
O motorista entrou no ônibus, fechou as portas e deu a partida, nervoso. O quase-passageiro, com a mala nas mãos, olhou para trás. Viu a garota linda rindo, gargalhando, sentada em um banco.
“Foi você?”, ele perguntou.
“Hahaha, sim. Desculpa”, ela disse em meio às risadas.
“Mas... e agora, como eu faço? Era o último ônibus pra minha cidade, e...”.
“Relaxa, querido. Dorme em casa mais essa noite, amanhã eu prometo que deixo você ir”.
Cara de sorte.
Um comentário:
Ô, beleza!
Malandrinha a moça, né?
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