Os bronzes de Ketleyn Quadros e Leandro Guilheiro foram surpreendentes, mas não tanto como o do Tiago Camilo. Nome mais badalado do judô brasileiro, o cara decepcionou todo mundo ao perder para um alemão desconhecido (que mais tarde faturou o ouro), mas se redimiu perante a nação, se deu bem na repescagem e levou a medalha.
Redimiu? Bom, não para mim. Como torcedor, posso dizer que foi a medalha mais amarga dos últimos oito anos (ok, não me lembro de medalhas amargas em Atenas-2004 e nem fiz um esforcinho para lembrar). Mesmo assim, o Tiago saiu como herói e blablablá. Ídolo de um país carente, de mania de grandeza e de bons resultados. Nada mais. Decepcionou e pronto.
A madrugada de terça para quarta-feira não teve medalhas, e praticamente nem teve o meu acompanhamento. Com sono atrasado e início de alguma síncope, achei melhor dormir cedo e me preparar para o desembarque do João Derly, em Guarulhos hoje de manhãzinha, para mais uma longa jornada trabalhista. Mas não é por isso que eu deixarei de escrever (pelo menos por enquanto) mais um capítulo das rapidinhas olímpicas. Ei-las:
Rapidinhas olímpicas
Discurso pronto: Disse o Tiago Camilo: “Para mim a medalha não tem cor. Tanto faz se é de ouro, prata ou bronze”. Pergunta agora pro alemão que ganhou dele e faturou o ouro se ele também acha isso? Eu tenho a leve impressão de que o germânico Olef alguma coisa não trocaria o ouro dele por nada, mas nem a pau.
Vale ouro: O Tiago decepcionou, mas o Eduardo dos Santos me agradou e muito. Desconhecido, venceu duas lutas por ippon, perdeu para um francês favorito na terceira luta... foi para a repescagem, meteu outro ippon e ficou perto do bronze. Foi eliminado na penúltima luta na decisão subjetiva dos árbitros e disse adeus à medalha, mas a entrevista dele pós-derrota me pegou de surpresa. “Não fui competente o suficiente para derrubar meu adversário, peço desculpa aos meus pais. Não adianta representar o Brasil e ser só o segundo colocado, tem é que ganhar o ouro”. Aprendeu, Tiago?
Mais uma da Andressa: Figurinha marcada nas últimas rapidinhas, a Andressa Fernandes já encheu o meu saco. Depois de dar piti para ir pra Pequim em cima da hora, ser eliminada com cinco minutos de luta e voltar para casa em menos de cinco dias, descobri que a judoca resolveu adiar seu retorno ao Brasil. Em sua conexão no Canadá, conseguiu trocar a passagem para o dia seguinte e passar 24 horas em Toronto. Um dia? Bom, dá pra ela pelo menos ganhar um carimbinho no passaporte.
Bola nas costas: Saiu no blog do Celinho e do Ferrelli, enviados da GE para Shenyang. O Anderson Nêga-Maluca, ex-Grêmio e hoje no Manchester, foi curto e grosso ao falar sobre o caso do conterrâneo João Derly: “Parceiro, isso não é comigo. Quem toma bola nas costas, toma bola nas costas. É a consciência do amigo. Foi levar o amigo para casa, se fodeu", resumiu (e bem) o Anderson.
Mau gosto: Desembarque do João Derly. Tinha conseguido falar com a simpaticíssima Gabriela, a gauchinha esposa do judoca, que respondeu muito bem a todas as minhas perguntas, até mesmo a mais chata sobre o caso do brasileiro com a ex do portuga corno. Só ficou chato uma hora, uns câmeras de uma emissora de televisão fazendo piada sobre o caso bem do lado dela. Poooxa...
Destaque da foto: Depois de aparecer para o mundo inteiro em uma foto ao lado do Zidane na favela de Heliópolis, no inesquecível 16 de março, voltei a figurar em uma foto durante um evento de imprensa. Desta vez foi no nosso concorrente GloboEsporte.com, do lado do João Derly. O problema é que eles trataram a foto e clarearam um pouco. Foi difícil reconhecer o meu polegar segurando o gravador.
Brincadeira feia: A notícia que escrevi com mais raiva até agora foi a farsa da Cerimônia de Abertura envolvendo aquela cantora mirim toda cuti-cuti que cantou a Ode à pátria. Mas não é que aquela guriazinha serelepe que era vista pelo mundo inteiro só estava fazendo playback? A dona da voz era uma outra menininha, que foi cortada em cima da hora do cerimonial porque era feia, e seu rostinho feio passaria uma imagem má da China para todo o mundo. Pelo menos para mim, a imagem chinesa piorou e muito com essa farsa.
Novidades?: Ah, ontem teve a final por equipes da ginástica brasileira. A Jade foi bem, até. E chorou, chorou, chorou e chorou. E o basquete feminino pipocou mais uma vez. Mas isso já não é novidade para ninguém.
3 comentários:
Eu tenho tanta preguiça de ler as rapidinhas... =S
Mas me deu mta dó da menininha =// (eu vi, eu vi! É que é raro eu ver uma notícia na tv... hahaha)
E eu gosto da Jade, mesmo chorona!
Pô, Held. Sacanagem tanta cobrança pra cima do Tiago Camilo (ainda se fosse o fanho homônimo do Pombal...)
Vejo judô como um esporte quase impossível de manter hegemonia. É justamente uma luta feita pros mais fracos vencerem os mais fortes... e a técnica nem é tão complicada.
Sei lá, não gostaria de ser judoca profissional. Fica feio o Brasil ganhar só bronze, mas não deixa de ter méritos (até mesmo pra um campeão mundial) perder só uma luta numa tarde inteira olímpica.
E, ah. Desta vez não estou presitigiando seu blog anonimamente porque (até contagiado pelo espírito olímpico) me veio uma vontade de voltar pra este mundo - em que eu nunca entrei direito.
Muito cedo pra ter amigos blogueiros, então vou atrás dos amigos da vida real! Haa.
Faça assim: se eu tiver vergonha na cara e atualizar meu blog constantemente, me dê uma força.
E nos vemos por aí. Abração.
PS:percebeu que é o Frango, né?
a jade me dá bastante preguiça, não porque chora, mas por conta daquela expressão constante de que VAI chorar. aflição.
fiquei com muita pena da menininha gordinha e de dentes tortos que foi 'cortada' da abertura das olimpíadas. poxa, eu era uma gordinha de dentes tortos aos 7 anos.
e eu amo as rapidinhas.
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