Demorou, mas depois de quatro anos começaram (embora não de forma oficial) os Jogos Olímpicos de Pequim. Mesmo a dois dias da Cerimônia de Abertura, cujos detalhes são segredos de Estado na China para ‘surpreender’ o mundo, rolou a primeira rodada do futebol feminino.
É claro que eu não acordei às 6 da manhã para ver Marta, Cristiane, Formiga & companhia limitada darem os primeiros toques de bola em Shenynang (cidade a 700 km da capital chinesa) contra a Alemanha. Mas acordei a tempo de ver um lance que abre as rapidinhas olímpicas do ‘dia -2’ de Pequim.
Rapidinhas olímpicas:
Comemoração com estilo (e quase sem roupa): Responsável por sofrer uma goleada humilhante na Copa do Mundo feminina no ano passado, a Argentina conseguiu fazer bonito contra o Canadá na estréia de Pequim-2008: perdeu por apenas 2 a 1. A autora do tento das alvicelestes, no finalzinho do segundo tempo, foi Manicler. Assim que marcou o golaço, a argentinazinha ameaçou comemorar no estilo futebol masculino e quase tirou a camisa. Ficamos no quase.
Volúvel: Acordei a tempo de ver algumas jogadas da Cristiane, atacante brasileira eleita terceira melhor jogadora do mundo de 2007. Não sei por que, mas realmente gosto dela. Quer dizer, sei o porquê: no ano passado, quando a entrevistei, fui chamado algumas vezes de “meu querido” e “lindinho”. Como homem é fácil...
Mea-culpa 1: Fazendo uma reportagem de apresentação sobre a equipe de remo, fui pesquisar a data de nascimento do Anderson Nocetti, que competirá no skiff simples. Fui pego de surpresa com a data: 5 de março. Curiosamente, foi no mesmo dia em que eu o havia entrevistado. Legal que eu tinha pesquisado antes, né? Mas naquela época eu tinha outras preocupações, tentando agradar minha ex-namorada a qualquer custo. Deixei de conseguir alguma notícia mais engraçadinha, droga.
Mea-culpa 2: Ainda na notícia do remo. Senti uma necessidade enorme de preencher algumas coisas no texto com alguma aspa do Nocetti. Agora eu me pergunto onde diabos eu deixei o bloquinho de anotações quando eu mais preciso dele.
Jornalismo-exemplo: Saiu no Correio da Bahia uma notícia sobre o doping o Jaqson Kojoroski, cortado da seleção brasileira de handebol por doping (há quem diga por aí que a substância encontrada no exame foi maconha, mas a mãe do Jaqson, a Dona Mira, jurou que o filho dela é um menino de ouro), sob o título de “Fumaça proibida tira Jaqson”. Destaque para o lide: “Jaqson apertou e acendeu antes de estrear nos Jogos Olímpicos”. Tenho a impressão de que, se eu escrevesse uma matéria semelhante, assinaria “Felipe Held, direto do RH da Fundação”, prestes a ser demitido...
Defesa: Em seu blog especial para os Jogos Olímpicos o Renato Tupan, ponta direita da seleção brasileira de handebol, saiu em defesa do Jaqson: “Quero so deixar minha opiniao aqui, que foi e esta sendo uma sacanagem o tratamento que o jaqson esta recebendo em todo noticiario. Boato acaba tendo mais peso que verdade, que merda, que desagradavel, alguem se colocou no lugar dele e de sua familia?”
Notícia do dia: Tirando o Correio da Bahia, ninguém mais se lembrava do Jaqson na quarta-feira. O grande destaque de hoje foi a desistência da Juliana, do vôlei de praia. Novidade? Nem tanto. Ela sofreu uma puta contusão grave no joelho direito no ano passado (daquelas que deixam um jogador de futebol seis meses fora dos gramados). Mesmo assim ela teimou de que poderia competir em Pequim. Não deu, e agora a Ana Paula, chamada às pressas, teve que abrir mão das férias em Los Angeles e embarcou às pressas para Pequim. Por causa da teimosia da Juliana, a Ana Paula vai pisar na China na sexta-feira treinar rapidão com a Larissa e competir já no sábado. Eh, várzea.
Legenda: Busca de foto da Ana Paula. Depois de acessar o site da Federação Internacional de Vôlei (FIVB), meu editor chegou a esta imagem, da atleta ao lado de um coala. É claro que surgiram algumas piadas para que a foto fosse emplacada: “Ana Paula, que costuma pousar para fotos ao lado de coalas”, disse eu. “Ana Paula, fã de marsupiais”, emendou o Mané. Mas a melhor piada mesmo estava na legenda do site da FIVB: "Ana Paula Conelly (right) with a koala (...)”. Fico imaginando a dificuldade de um ser humano em plena sanidade mental em distinguir uma jogadora de vôlei de praia de um coala em uma foto...
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