quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Relações desconexas

Ou mais uma da série ‘pensamentos pueris sobre amizades’.

Em uma de minhas andanças pela cidade ultimamente, estive pensando em uma besteira bem grande que, estranhamente, se fixou na minha cabeça em uma tarde de segunda-feira.

De uma hora pra outra, comecei a pensar que o esforço muscular que fazemos para cumprimentar uma pessoa é diretamente proporcional à quantidade de afeto que temos por ela (familiares não contam). Parece bobagem, e de fato não deixa de ser. E não é difícil de explicar, ou pelo menos tentar defender essa tese bem ridícula.

É mais ou menos assim, pelo menos no meu caso. Costumo cumprimentar meros colegas, independentemente de onde sejam, com um simples aperto de mão e no máximo um ‘opa’ ou ‘té mais’.

Com pessoas com quem eu sequer tenho um coleguismo, me restrinjo ao ‘opa’ e poupo os músculos do braço direito de qualquer esforço maior. Com mulheres não é diferente, embora, por instinto, façamos mais esforços, seja com desconhecidas ou colegas.

Ok, mas e com pessoas mais próximas? Simples: pessoas com quem tenho um pouco mais de convivência sempre valem um tapinha no ombro ou, então, uma saudação com as mãos a uma primeira vista (algo do tipo ‘ôô, campeão, e aí!?’). Melhores amigos merecem um abraço e ponto final.

Há quem discorde e diga que isso é balela. “Consigo muito bem disfarçar qualquer reação quando me encontro com alguém querido, como por exemplo aquela garota por quem sou apaixonado”. Sim, concordo, embora seja impossível disfarçar uma fortíssima taquicardia. E, àqueles que fugiram das aulas de ciência, vale lembrar que o coração é um músculo.

Mas nem tudo é tão simples assim. Coincidentemente, justamente no dia em que essa estranha relação me atormentava por aí, encontrei uma garota por quem guardo certo carinho. Em contrapartida, temos uma coisa bem peculiar em comum: o orgulho. Tanto orgulho que acaba transformando o carinho mútuo em uma indiferença quase que cruel por não nos procurarmos.

Pego mais ou menos de surpresa com o encontro (quase que previsto) com a tal amiga, senti que deveria esconder a qualquer custo o carinho que sentia por ela – a menos, é claro, que ela demonstrasse reciprocidade. Não foi o caso: ao mesmo tempo em que nossos olhares se cruzaram, ela levantou as sobrancelhas e eu dei um ¼ de sorriso com um canto da boca (algo semelhante àquela cara de tédio).

Hoje, coincidentemente, nos reencontramos e o cumprimento foi exatamente o oposto. Não, não trocamos um abraço efusivo, mas desta vez quem ergueu as sobrancelhas fui eu, enquanto ela deu o sorriso amarelo entediado.

Bom, pelo menos rolou a tal da reciprocidade.

3 comentários:

Anônimo disse...

Não acho que seja balela essa sua teoria...
Parei pra refletir e cheguei à conclusão que eu também sou assim. Aliás, acho que a maioria das pessoas se comportam dessa maneira. É natural... socialmente e humanamente falando.

Porém, o orgulho é um sentimento que temos o poder de controlar. Que tal da próxima vez menos linguagem corporal e mais linguagem verbal, hã?
:]

Belo post!

...
- Não disfarço a minha identidade, apenas não a coloquei no blog porque achei que isso não fizesse diferença.
- Sim, Casperiana com orgulho.

Allan Brito disse...

Booooa Relda!!!

é mt real a teoria... nunca tinha parado pra pensar, mas faz total sentido sim...

Mas pra mim mts vezes (mts vzs msm!) abro exceções...

Posso estar mt empolgado e cumprimentar efusivamente alguem q nem curto tanto...

Como tb posso estar cansado e ñ cumprimentar direito nem qm merece...

hahaha...

Abs!!!

Anônimo disse...

Hum, sei lá, até faz sentido isso. Ou não. Ah, sei lá! Depois penso mais a respeito, hehehe...

Cara, nem sabia que você tinha um blog. Descobri fuçando lá no blog da Carol! Já te linquei nos meus pitacos e, a partir de agora, serei um leitor fiel.

Abraço!