Era metade de 2006 quando eu descobri que a rede Starbucks estava prestes a desembarcar no Brasil, em uma das aulinhas de inglês – das quais hoje eu tenho saudade. Não muito tempo depois, passei a ouvir depoimentos de várias garotas de cabelo lisinho e roupinha de marca elogiando o frapuccino de morango de lá. Não dei bola.
Até que no comecinho de 2007 li uma coluna do Marcelo Rubens Paiva no Estado de S. Paulo comentando a chegada da Starbucks à capital paulista: “O Prêmio Por Que Pensei Nisso Agora deveria ser entregue aos empresários que demoraram, mas trouxeram o Starbucks Café para o Brasil. Neguinho vai deixar de tomar aquele cafezinho go-to-so de todas as esquinas em troca de um café numa caneca de papelão com canudinho que custa seis paus? Pior que vai.”
Pois bem. Passei a imaginar o Starbucks como um McDonald's cafeinado e não me interessei em me aventurar por lá – até porque, àquela época, café não fazia parte do meu vocabulário e nem compunha 45% da minha alimentação diária. Só que o tempo passou e estava na Paulista em uma tarde de terça-feira em novembro esperando dar o tempo do cinema e me deparei com uma das lojas da rede ianque – no caso, a do Center 3.
Como estava com sono depois de Decidi, então, pedir o famoso frapuccino de morango, ficar acordado e desmistificar a rede ianque. Gostei do atendimento, que me chamou pelo nome e não pela bebida (simpatia, olha só!), mas recebi um milk-shake que me deixou ainda com mais sono. Acontece.
Um mês depois, no dia da penúltima despedida do Thiago Bronzatto, marquei com duas amigas de me encontrar no Starbucks da Alameda Santos antes de irmos pra longínqua cidade do nosso amigo. Sem personalidade, pedi a mesma coisa que a Carol (um capuccino tall) e teria a chance de experimentar a primeira bebida quente de lá.
Gostei do ambiente simpático daquela loja da Starbucks, pertinho do trabalho, e passei a ir vez ou outra lá. Apesar de no começo ter certos problemas com o tamanho dos copos (um dia pedi um café americano (ou seja, puro) venti achando que era o menorzinho e ganhei meio litro de café, que me rendeu 12 horas-extras de insônia), percebi que lá sempre toca umas músicas bem diferentes e legais, passei a me adaptar ao lugar bem simpático e até descobri que o café do dia é mais gostoso do que o americano.
Passei a adquirir a simpatia de alguns dos caixas e passei a simpatizar em particular com uma loirinha de olhos azuis que fica por lá na parte da manhã.
O Starbucks entrou de vez para o meu conceito quando passou a me salvar aos finais de semana, quando a Fundação não disponibiliza café no andar 3 ½ (!). Além disso, foi lá que eu consegui a ração de soma necessária para trabalhar nos dias 22, 23, 24 e 26 de dezembro (no dia 25, só jornalistas trabalham). Bem legal.
Toda vez que vou ao Starbucks queimo a língua: nas formas denotativa e conotativa. Denotativa porque não sei esperar o café esfriar um pouco e conotativa porque, bom, lá não tem nada a ver com um McDonald’s cafeinado.
Se tem algum ponto negativo no Starbucks é o fato de não aceitar VR – o que me daria a sensação de tomar café de graça. Nem tudo é perfeito, claro, embora seja possível tomar café de graça por lá. Mas isso fica pra um outro dia.
2 comentários:
Opa, li mesmo "café de graça" na Starbucks? Conta isso, meu caro!
Vim perguntar sobre o mesmo assunto de Julio.
Mas admito que tinha a mesma preocupação do Marcelo Rubens Paiva. Apesar de não terem trocado o copinho do plástico-isopor-papelão, pelo menos souberam adaptar a franquia ao Brasil. Aqui, nada de gente desesperada pra tomar um café correndo. Faça com calma.
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