Noite de sábado, algo em torno das 22h30.
Um estádio de futebol. Um jogo entre um dos favoritos ao título e o último colocado. Uma partida horrível, um empate por 1 a 1, uma decepção coletiva.
Eu, do alto da arquibancada, gritava todos os palavrões possíveis pra expressar a minha indignação, raiva e todo o resto. Mais de 23 mil pessoas faziam isso. Menos duas.
Assim que minha voz começou a falhar e já tinha repetido todo o meu arsenal de nomes feios pela nona vez, sentei e comecei a olhar para o gramado. À minha frente, uma menininha de não mais que sete anos se virou, olhou para o pai e falou: “A gente jogou dinheiro fora, né, papai?”.
A garotinha, então se sentou no colo da avó. A velhinha, daquelas de orelhas bem grandes e rosto extremamente enrugado, pegou o último cigarro do maço, acendeu, tragou e suspirou profundamente. Ambas se olharam com o mesmo olhar desanimado.
A cena valeu mais do que todos os trocentos palavrões proferidos por toda a multidão.
6 comentários:
Ah, nem me lembre...
Acho q foi essa mesma meninha q olhou com uma cara assustada qdo eu soltei um sonoro "Buceta" em meio a tantos palavrões...
E o Palmeiras dá aulas de como NÃO educar crianças...
Abs!!!
Crianças são especialistas em aulas como essa.
O Palmeiras também. Como a gente abre as pernas, meu...
Hahahaha, então você estava no Palestra, é? Aqui do lado de casa, diga-se de passagem. Pois eu estava assistindo a Pequena Miss Sunshine no Telecine, ouvi o grito da multidão na hora do primeiro gol e depois, subitamente, foi o silêncio que imperou... Hehehehe!
O pior é que não posso nem zoar muito, né? O futebolzinho que o São Paulo do glorioso Muricy Ramalho apresenta neste início de temporada é deprimente. Credo!
Quando eu tinha a idade dela, o Palmeiras não proporcionava tantas decepções assim...
:[
Pena que ela não tinha 9 anos em 1999!
Minha avó faz cara de desânimo E berra mil palavrões. É de família.
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