A vida é um coletivo de memórias.
Nosso hoje nada mais é senão lembranças de um pretérito
perfeito que ficou para trás e uma libertação de um passado imperfeito que
ainda reflete – com sentimentos ou não – no nosso ser atual.
O presente nos deprime pelas memórias que não vão mais
voltar. E nos remoemos pelas memórias alegres que não estamos produzindo agora.
Não, não é questão de viver ancorado no passado. Vivemos
produzindo passado.
O presente nada mais é que um lapso de consciência, uma ilusão.
Você começou a ler este texto no passado. Teu relógio fez tic, demarcou um novo
passado. Mais um tac, outro passado. Você, que leu estas três linhas, perdeu três
linhas de passado.
Só que o presente, por assim dizer, também pode ser animador
quando sabemos que estamos produzindo algo de importante para o futuro.
Ah, o futuro. Quando virarmos o pescoço para trás e olharmos
o nosso hoje com certa saudade. Talvez rindo, irônicos de nós mesmos.
Menosprezando as angústias do hoje com um simples “como éramos bestas”.
Um dia seremos maduros, eu sei. Experientes, diremos.
Teremos vivido inúmeras coisas e, no fundo, saberemos apenas lidar com essas e com aquelas memórias. Não deixaremos
que as dores do passado afetem o nosso hoje e nem que as alegrias de agora nos tirem
os pés do chão.
A vida é uma nostalgia.
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