São Paulo (SP) - Aproveitei a tarde de sábado para dar uma volta nos arredores. Saí sem rumo e fui parar no Parque da Redenção, uma espécie de Ibirapuera em escalas menores. Com as mãos nos bolsos, sobretudo por causa do frio cortante, andei por uma feirinha que rolava por lá, o Brique, margeei os lagos que há por lá e acabei caindo na parte central do parque.
E foi justamente na parte central que uma gaúcha com vozeirão e mais de 1,80m de altura me intimou, no bom sentido da palavra, a assistir a uma peça de teatro que começaria por ali. Depois descobri que era do grupo de rua Oigalê. Peça típica, extremamente bem feita e com atores talentosos e engraçados. Muito bom.
Não demorou muito para experimentar o chimarrão. Embora um bocado amargo, passei a gostar da bebida por ser quente (e naquele fim de tarde era mais do que necessário algo bem quente) e por causa das tradições, e regras, e coisas do tipo. E a coisa mais legal em Porto Alegre é ver quase todas as pessoas andando na rua com cuia, bomba, garrafa térmica e pacotinho de mate para preparar a bebida e tomá-la onde der vontade.
Também aprendi que um bom bebedor de chimarrão não pode encostar na bomba. E se demorar muito para beber todo o conteúdo da cuia, certamente vai ouvir que está com um microfone na mão. Mas chimarrão é legal, e lamento muito ter esquecido de comprar um kit para mim também e começar a tomar durante o inverno.
Aproveitei minhas últimas 24 horas na capital do Rio Grande do Sul e provei um churrasco – feito, aliás, apenas por mãos femininas. Ainda tive tempo de ouvir gozações por causa do meu ‘sotaque’ paulistano: ao descobrirem que havia um paulista na mesa, alguns dos presentes viravam para mim e lançavam um “E aí, meu, sussa?”. Inocentemente respondia “Opa, sussa”, para alegria geral.
Meu dia derradeiro em Porto Alegre teve a cara de um domingo. Enrolei até o último instante (12h45) para sair da quente e agradável cama do hotel, tomei café da manhã às 13h30, peguei as malas no hotel e fui para o aeroporto. Fiquei tomando chimarrão com a juuuliana até praticamente a hora do meu embarque.
Foi deveras agradável andar de avião sob a luz do dia pela primeira vez em meu currículo de viagem. Foi ainda mais legal chegar ao saguão de desembarque de Congonhas e ver minha mãe lá, me esperando, com um baita sorrisão. Também foi legal andar no trânsito caótico de São Paulo, entrar em casa...
Mas quer saber? Foi triste deixar Porto Alegre. E me dói um pouco imaginar que amanhã não vou tomar café com leite na vendinha perto da Independência, não vou ouvir palavras como tu, bergamota, aipim, negrinho (que na verdade é brigadeiro), lomba (ladeira), sinaleira (semáforo) e, muito menos, roleta. Ou, então, que amanhã não vou tomar chimarrão e nem sentir um frio cortante. Nem ver aquele céu de puro azul que só Porto Alegre tem.
Não há melhor forma para encerrar a série Onde está Wally?, que contou quase detalhadamente a minha inesperada e insana 11ª viagem, do que fazendo uso do refrão do hino porto-alegrense: “E quem viu teu sol poente não esquece tal visão. Quem viveu com tua gente deixa aqui o coração”.
3 comentários:
Pô, gostei muito das pílulas gaúchas atualizadas quase em tempo real! Queria conhecer Poá, quase fui em 2003 mas acabei desistindo.
Mas vem cá: e o frio, hein???
aaah... o churrasco ficou lastimável. só os canibais aprovaram.
na próxima eu peço umas dicas pro meu pai e prometo que ficará bom. :D
mas haaaaaaaa!gosto d estadia então!venha mais vezes:P
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