Era quarta-feira quando me colocaram para trabalhar de manhã. Como não dormi muitas horas durante a noite anterior, acabei voltando para casa lá pelas 4 da tarde um bocado cansado e peguei no sono, com televisão ligada e tudo.
Só fui acordar um pouco depois das 7 da noite. Completamente descansado, mas totalmente atrasado para a faculdade. Como já havia perdido a melhor aula do dia e a outra não me acrescentaria muita coisa, resolvi ficar em casa. Fazendo? Nada.
Mas o tédio rapidamente me pegou. Sem muito pestanejar, no entanto, pensei em convidar alguém para fazer alguma coisa. Cogitei um ou outro amigo para um chope, uma ou outra amiga para um café. Só que, como precisava de algo um pouco mais do que isso, resolvi me convidar para visitar e jantar com alguém muito mais especial.
Peguei o celular e fiz o convite. “Pode parecer estranho eu te ligar para propor isso, mas... poxa, você vai fazer alguma coisa daqui a pouco?”, perguntei, com a minha corriqueira insegurança para chamar alguém para sair. Ela poderia estar cansada depois de um dia cheio, ou então poderia ter marcado até alguma outra coisa com alguém.
“Não, por quê?”, respondeu a voz feminina do outro lado da linha. “Ah, não fui para a faculdade e pensei em passar aí, te visitar e jantar com você. Pode ser?”, arrisquei. “Nossa, claro! Você já tá vindo, então?”. "Uhum”.
Antes de sair, tomei banho, coloquei a calça de que mais gosto, vesti uma camiseta que me deixava com cara de sério, fiz ligeiramente o contorno da barba e tentei dar um jeito no cabelo. Precisava estar bem vestido, pois iria jantar com ninguém menos do que a mulher da minha vida.
Saí de casa, entrei no carro, fiz o já conhecido caminho e estacionei na frente do prédio. O porteiro, que já me conhecia de longa data, nem me anunciou no interfone. Abriu a porta, me cumprimentou e falou para que subisse. Toquei a campainha, o cachorro latiu e, assim que a porta se abriu, começou a fazer festa para o visitante.
Jantamos e colocamos o assunto em dia até que, passado um bom tempo naquela noite agradável, chegou a minha hora de voltar para casa. Antes de ir embora, peguei as coisas que havia deixado sobre a mesa da sala e agradeci pela companhia.
“Obrigado, viu? Fazia um tempão que eu não aproveitava tão bem uma noite assim”, comentei. “Obrigado você. Adoro quando você me liga do nada, e o convite foi lindo. Obrigada”, ela respondeu. “Te amo, tá?”, disse eu. “Também te amo. Muito”.
Demos um abraço e um selinho. Entrei no carro, liguei o motor e, antes de acelerar, vi que ela ainda me olhava pela janela. Dei a partida feliz da vida de volta para casa, depois de jantar com a minha mãe.
3 comentários:
Foi uma das melhores noites que vc me proporcionou.Adorei vc ter vindo aqui fora de hora...apesar do jantar não ter sido a sua altura.Amo vc...sp...para sp...
"Mulher da minha vida" foi bonito demais. Deu vontade de ligar para a minha mãe só para dizer que a amo. Nunca é demais, né?
Aaaaaaaaaaaaaaaaaaah, esse foi meu post preferido do seu blog, ever.
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