Congonhas (SP) - Folga tripla no trabalho, decidi aproveitar para tirar o atraso. Já que não estou em Paris como havia planejado, decidi comprar uma passagem aérea e me mandar para Porto Alegre, cidade que há alguns muitos meses eu já planejava conhecer.
Tudo ocorreu (mais ou menos) conforme o esperado, e cheguei ao aeroporto com uma hora de antecedência – obedecendo ao mantra que constava no meu e-voucher. Mas mal tive tempo de entrar na fila do check-in e veio a notícia: todos os vôos para Porto Alegre foram cancelados.
“Pegadinha, né?”, pensei. Não, infelizmente não era. A frente fria, a mudança do tempo, a neblina... tudo isso e mais um pouco havia conspirado para que o Aeroporto Salgado Filho fechasse suas portas para mim. Instantaneamente abri a mochila para sacar o celular e ligar para a minha comissão de recepção avisando que atrasaria – alguns dias, talvez. Mas aí me lembrei de que meu celular fora furtado horas atrás, na Paulista.
“Bom, o jeito é me virar”, disse para mim mesmo. O gaúcho que estava atrás de mim na fila, um cara que devia ter lá uns 45 anos e não saía do celular com a esposa, pareceu ouvir. “Puta merda, brincadeira! Bah, mas e agora?”. Comecei a conversar com o cara, que disse se chamar alguma coisa-Naldo, e inconscientemente forcei um sotaque gaúcho. “Ah, mas e tu é de onde?”, ele perguntou. “Bom Fim”, menti, papagueando o único bairro cujo nome eu sabia. Acho que não sou tão mau ator assim.
Enfim. Acabei chegando ao balcão de informações e fiquei sabendo que só poderia embarcar para Porto Alegre na tarde de sábado – sendo que meu final de semana termina no domingo, como o de todos os mortais. Olhei o mapa na parede, perguntei se não havia nenhum aeroporto próximo. “Florianópolis, tem um vôo pra lá às 21h37”. Aceitei sem pensar muito nas conseqüências.
Fiz alguns cálculos, percebi que daria tempo de chegar a Floripa a tempo de pegar um ônibus na rodoviária com destino a Porto Alegre. Liguei para a minha mãe para avisá-la das novidades e, também, para o meu comitê de recepção. Depois, andei alguns quilômetros, comprei um celular novo para me manter comunicável e retornei ao aeroporto. Fiz o check-in e descobri uma área com wi-fi.
Agora estou aqui, sentado no meio do saguão, vendo pessoas de vários tipos e sotaques passando à minha frente. Minhas roupas estão a caminho de Floripa. Eu também, dentro de uma hora (embora meu plano inicial fosse estar em Porto Alegre há uma hora). A minha 11ª viagem ganha ares dramáticos.
Mas não perca, no próximo capítulo de Onde está Wally, as novidades que se darão com a minha pessoa. Assim que possível atualizo meu diário de bordo virtual. Isso se o medinho de andar de avião pela segunda vez não tomar conta de mim.
Atualizo assim que possível.
2 comentários:
Nossa.
Queria essa cara e coragem
Iria ao aeroporto agora e compraria passagens
Pra Buenos Aires.
Hahaha, muito bom! Adoro esses posts tipo diário de bordo em tempo real.
Mande mais notícias assim que possível! E boa viagem, né?
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