Sempre gostei de extrair os pequenos detalhes de cada momento e fazer deles os principais responsáveis por uma felicidade momentânea e/ou intensa. É claro que há contra-indicações, pois o inverso também é válido: qualquer coisinha pequena pode me colocar em uma fossa profunda. Mas... não vamos falar disso agora, ok?
De todos os pormenores que eu supervalorizo, um dos que mais gosto é a música. Até hoje me lembro, por exemplo, que um dia no final de 2004 ouvia a popzinha The Reason, do Hoobastank, enquanto esperava para me encontrar uma antiga paixão no metrô. E sempre que escuto tal canção meu pensamento é remetido à garota e àquele momento solitário na Estação Saúde do metrô.
Mas um dia desses um outro pequeno detalhe me fez esquecer dos problemas (aqueles que eu mesmo construo). Era domingo de manhã quando passava por uma estradinha de terra entre Tatuí e Itapetininga no retorno da minha décima viagem. Ora ou outra, cruzávamos com moradores locais que, ao verem o carro, acenavam e desejavam um bom dia.
Depois de três ou quatro cumprimentos recebidos, passei eu mesmo a acenar quando passávamos por tatuienses desconhecidos. Era bacana, e até engraçado. Totalmente diferente do meu dia-a-dia na Avenida Paulista, quando, com sorte, alguém pede desculpas por pisar no seu pé ou te dar um empurrão.
Não estou defendendo a tese de que todos os seres humanos do mundo devem se cumprimentar como loucos – parando para pensar, seria um negócio bem chato e forçado. Mas que um pequeno gesto inusitado como um aceno e um ‘bom dia’ podem tornar o dia um bocado melhor, não há como negar.
E meu dia, de fato, foi bom – e terminou com o título do Palmeiras no Campeonato Paulista.
Ah, já ia esquecendo: a música que tocava enquanto trocava acenos com os tatuienses era aquela do Titãs: O mundo é bão, Sebastião.
Um comentário:
"O Mundo é Bão, Sebastião" é mais uma muito legal do Nando! Ele fez para o filho dele, aliás.
E um "bom dia" pode mesmo valer o dia, literalmente. Educação é bom e todo mundo gosta, né?
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