Uma semana atrás, em Sorocaba. Entrevista coletiva com Marcos Daniel, tenista número um do Brasil e 91 do mundo. O microfone na minha mão.
“Marcos! Felipe, da Gazeta, tudo bom? Então, Marcos... a gente percebeu de fora que você entrou em quadra muito nervoso, até errando um pouco mais do que o normal, e se cobrava muito a cada ponto perdido, reclamando bastante consigo mesmo... (a pergunta prossegue)”.
Marcos Daniel responde, com o melhor sotaque gaúcho, tchê:
“Olha, eu acho que estava até mais tranqüilo do que eu pensei que era possível, pra te falar a verdade. Mas isso de eu falar sozinho é bem normal. Cada atleta tem o seu jeito de se cobrar, e o meu é de ficar falando sozinho em quadra. Isso não quer dizer necessariamente que eu esteja louco”, brincou.
...
Uma semana depois, em São Paulo. Noite de sexta-feira, escadão da Avenida Paulista. Eu sentado em um degrau, olhando o movimento dos carros na rua e das pessoas na calçada.
Até que eu mesmo me flagrei falando sozinho. Tive que me explicar.
“Bom, em momentos como esse eu preciso me ouvir. Cada um tem o seu jeito de tentar se entender, e o meu é ouvir. Isso não quer dizer necessariamente que eu esteja louco”, comentei comigo mesmo.
Lembrei desta tirinha do Calvin: a gente inventa cada coisa em vez de aceitar uma verdade dura e atroz...
Um comentário:
não ri da minha desgraça, rapaz. eu comecei a fuçar o html e logo depois não foi mais possível modificar nada lá. ¬¬
genial essa tirinha, rapá. me deu vontade de publicar até. e eu, às vezes, percebemo muitos olhares na minha direção e me dou conta de que estou falando sozinha. haha
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