Podem falar o que for, mas Raul Seixas é fora de série (uso o tempo presente, aliás, para explicitar a importância das músicas do Raulzito atualmente, ainda que em 2008 complete 19 anos que o cara bateu as botas).
Já é mais do que comum ouvir em qualquer show alguém proferindo a velha máxima de ‘Toca Raul!’. Não adianta: todo mundo já clamou por alguma música do baiano psicodélico – até mesmo eu e um dos meus dois fiéis leitores (digo isso porque não consigo imaginar a minha mãe pedindo sons do Maluco Beleza). Enfim.
Não sou o maior fã do Raul Seixas e nem estou na minha fase mais intensa de ouvir as suas famigeradas canções, quase que hinos do rock brasileiro. Ontem, no entanto, tive mais uma prova de que, no fundo, não tem quem não goste de pelo menos uma música do cara.
Tudo começou quando estava fazendo musculação no volante para realizar uma baliza em uma das ruas do meu condomínio e encontrei alguns amigos. Todos iriam para a a micareta do Zé Ramalho na Virada Cultural e me convidaram. Eu, cansado depois de um plantão sabatino, respondi um simples ‘Ah, cara, vou ver’, crente de que não iria.
Acontece que quando cheguei em casa, percebi que não teria nada para fazer até cair no sono. Entre ficar em casa mofando sobre a cama e sair para algum lugar com pessoas divertidas e com quem certamente daria várias risadas, optei pela segunda opção – ainda que, confesso, não conheça quase nada do Zé Ramalho. E, quando dei por mim, já estava tomando cerveja em frente a referências marcantes do centro velho da cidade.
Um pouco breaco depois de algumas latinhas geladas (e baratas, até!) e outros tantos goles de vinho ruim, percebi que todo o público da Av. São João levantou quando o Zé Ramalho começou a tocar Trem das sete. “Ah, essa eu sei inteira. É Raul!”. E o público, antes bem parado, se animou a cantar os famosos versos “Quem vai choraaaaar, quem vai sorriiir? Quem vai ficaaaaaar, quem vai partiiir?”.
Foi o que bastou para que todos se empolgassem para o restante do show. Até um tiozão bem do pançudo apareceu sem camisa na janela, começou a agitar o barrigão desnudo para a galera e se tornou celebridade do centro da cidade em plena madrugada.
Na hora tive vontade de ouvir mais Raul. Coloquei um dos meus CDs do Raulzito hoje de manhã na mochila vindo para o trabalho, me peguei parado em um semáforo no caminho para a Paulista cantando o refrão de Tente outra vez: “Teeeente, levante sua mão sedenta e recomece a andaaar. Não pense que a cabeça agüenta se você paraaaaar; nãão, não, não, não, não, não!!”.
Só parei porque olhei para o lado e vi a mulher do carro ao lado olhando de uma forma esquisita pra mim. Sorri sem graça e ouvi dela, que sorria de leve, um “Relaxa, Raul é bom mesmo”.
É. Muito.
3 comentários:
Raul é foda.
Quem disse que não gosto do Raul...é da minha década...
cara... ouro de tolo é meu hino de vida. hahaha
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