Uma menina certa vez, cerca de um ano e meio atrás, veio vasculhar o meu Orkut. Dei uma passada pelo dela logo em seguida e ela, pouco depois, tornou a olhar o meu. Percebi que ambos gostávamos de Fonzie, uma banda portuguesa de pop punk com letras em inglês e que fizera shows no Brasil em 2004.
Começamos a trocar um recado ou outro sobre o grupo lusitano. Papo vai e papo vem, trocamos MSN, começamos a conversar com mais freqüência e descobri que ela era de outra cidade: Sorocaba.
Ela, a Nínive, se tornou uma amiga e tanto. Daquelas bem divertidas, que não raro me arrancava risadas em plena madrugada. Mesmo sem tê-la conhecido pessoalmente, adquiri até que um certo carinho por Sorocaba (também conhecida como a 'Manchester paulista', por ter sido no século retrasado expoente da indústria têxtil no Brasil, bem como era a cidade inglesa no Reino Unido) e passei a ter vontade de conhecer o tal município – e, claro, a amiga.
No entanto, por causa da minha escala alternada de plantões aos finais de semana, raramente conseguíamos combinar uma data ou outra para nos conhecermos pessoalmente. E quando a Nínive vinha para São Paulo por motivo ou outro, eu sempre estava atarefado no trabalho. Acabou que a Nínive passou na USP de Ribeirão Preto e partiu pra tal cidade longínqua, abandonando Sorocaba. E eu acabei colocando na minha cabeça que tão cedo não conheceria o município interiorano, casa do Atlético e do São Bento.
Até que umas duas semanas atrás meu chefe me chamou em sua mesa e pediu o número do meu RG. “É para o credenciamento da Copa Davis”, explicou. Eu, que desde o final do ano passado já tinha indícios de que os confrontos do Brasil na principal competição de tênis masculino entre países seriam realizados em Sorocaba, me animei bastante em conhecer o local. Mesmo com aquela que seria a minha anfitriã não estando na cidade me receber.
Fui para Sorocaba pela primeira vez na última segunda-feira à tarde, para a apresentação da equipe brasileira. Após dormir nos primeiros quilômetros de estrada, acordei no banco de trás já em território sorocabano e a primeira coisa que vi foi o céu azul com algumas nuvens lá no alto e uma outra peculiaridade: havia muitas nuvens muito, muito próximas da estrada, bem baixas. Parecia até que estava dentro delas ou, então, de um avião.
Não pude, então, deixar de mandar uma mensagem no celular da minha amiga: “Sua cidade tem nuvens muito baixas, pequenina. Ainda não entrei na cidade em si e só estou na zona da roça, mas gostei da primeira impressão que tive”. Ao enfim adentrar à cidade, vi uma placa de boas-vindas com alguns dados sobre Sorocaba (do tipo número de habitantes e coisas assim). Simpático, bem simpático.
Meu tour por Sorocaba não foi longo. Rapidamente subimos (motorista da Gazeta, Marcelo Ferrelli e eu) uma estrada de terra, chegamos ao local, o Spa Med, vimos a rápida coletiva e voltamos pra São Paulo.
Amanhã, no entanto, inicio minha série de quatro bate-voltas para Sorocaba até domingo, último dia do confronto entre Brasil x Colômbia na Davis. Só então poderei dar mais impressões sobre a Manchester paulista.
Mas as primeiras, claro, foram muito, muito boas.
Um comentário:
Bom trabalho, cara! Fico aguardando as impressões sobre a aparentemente simpática Sorocaba, então. Também nunca fui para lá.
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