sexta-feira, 27 de julho de 2007

Metrô também é cultura

A conscientização popular metroviária tomou uma dimensão tão grande que chegou às escadas rolantes.

Antes, os ensinamentos eram de que os bancos de cor cinza são de uso preferencial (Respeite esse direito!).

Em seguida, foi pedido à população para que, ao toque da campainha, não entre nem saia do trem.

Na hora do rush, a lição de casa é fazer com que os passageiros não segurem as portas do trem (Isso provoca atraso em todos os trens).

Os usuários do coletivo subterrâneo também já foram informados de que pedir esmolas e o comércio ambulante nos trens são práticas ilegais (não incentive essas ações).

Um dos mais conhecidos é o pedido para que os passageiros não ultrapassem a faixa amarela. A súplica mais clássica, no entanto, é para que, mesmo em caso de emergência, o civil não desça à via de maneira alguma.

Hoje, o metrô escreveu mais um capítulo nessa história tão bonita que é a conscientização popular, ensinando pouco a pouco o cidadão a usar o transporte público. Pelo menos em uma das escadas rolantes da Estação Jabaquara, havia um manual de instruções para o uso da escada rolante.

Sem muito o que fazer, comecei a prestar atenção nos dizeres, escritos em adesivos colados ao longo daquela parte metálica ao lado do corrimão. Ao ler, tive a inteira certeza de que eu não sei andar de escada rolante.

Claro que não me lembro de todos os adesivos, mas destaco os que me chamaram a atenção. A começar pelo tradicional ‘mantenha-se à direita, deixe a esquerda livre pela circulação’. Ponto para o criador dessa idéia, que colou os adesivos do lado direito da escada.

Em seguida, ‘mantenha os pés longe das bordas’. Passando por ‘os adultos devem andar de mãos dadas com as crianças’ e ‘não sente nos degraus’. Até aí a minha nota era dez. Até aí.

Comecei a perder pontos no ‘segure-se no corrimão’, e minha média começou a ficar vermelha no ‘não corra’. Sinto que terminei com a nota bem baixa no teste da escada rolante quando acabaram os adesivos. Tinha um lembrete até para que o usuário tomasse cuidado com a roupa durante o trajeto. Nunca tinha prestado atenção nisso.

Antes, andar de escada rolante era mais simples. Da primeira vez que andei em uma com o meu pai, em meados da década de 1990, recebi a única instrução que lembro até hoje: ‘Dê um passo firme, olhe onde você vai pisar e espere o trajeto chegar ao final. Na hora de sair, mais um passo firme. Cuidado, essa é a parte mais difícil’. E não é que nunca falhou?

Claro, durante um tempo tive a minha fase X-treme na escada rolante. Na época do colegial, o mais bacana eram os campeonatos de butt-rail. A pista mais emocionante era na Estação Consolação; a da morte, na Vila Madalena.

Veeelhos tempos!

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Rapidinhas

Uma vida mais feliz: Não faz muitos dias, decidi tomar uma atitude drástica para mudar a minha vida: tirei o Insert do meu teclado e coloquei um esparadrapo tampando o vão do maldito botão. Desde então, tenho sonhos mais agradáveis, ando menos estressado e meu cabelo parou de cair.

Vacilo: De uns anos para cá, a ESPN Brasil vem dando um show de jornalismo esportivo, apesar de não ter nem de perto a verba e a influência que a Globosat, do Sportv. Às vezes há algumas derrapadas, e uma delas aconteceu há alguns instantes. O Pedro Lima conseguiu a primeira medalha pan-americana de ouro do boxe brasileiro dos últimos 44 anos. Logo depois, o pugilista apareceu na redação da emissora instalada na Vila do Pan. Depois das perguntas de praxe, o Dudu Monsanto preparou uma surpresa para o grande campeão: "A sua namorada Jacigleide (!) está na linha, Peu, o que você tem a falar para ela?". Começou. Peu e a gloriosa Dinha (ah, se não fossem os apelidos!) trocaram juras de amor. O auge foi quando o medalhista disse "Meu amor, nada vai mudar entre a gente depois dessa medalha. Você sabe onde eu tenho aquela tatuagem pra você, naquele lugar que eu não posso mostrar na tevê". Ai, Jesus!

Limbo: Aproveitando o gancho da medalha de ouro, lembra o Hudson de Souza, aquele de quem ninguém se lembrava? Então. Anteontem, ele ganhou mais uma dourada nos 1.500m livres masculino. Não sei quanto o restante dos locutores, mas pelo menos os que narraram nas duas emissoras que eu vi simultaneamente (Band Sports e ESPN) custaram a se lembrar que havia sido o bicampeonato da prova, visto que o fundista havia faturado o primeiro lugar no Pan de Santo Domingo-2003. Ninguém lembrava do tal Hudson, dono do primeiro ouro do Brasil nos Jogos da República Dominicana.

Limbo (versões 2 e 3): A moda da semana é o futebol feminino. Justíssimo. Foi uma das melhores campanhas que eu já vi de um time em uma competição. As emissoras de televisão reivindicaram uma competição oficial para as meninas e o Orlando Silva, ministro dos Esportes, prometeu. Porque afinal elas merecem, e muitas garotas podem ser iguais à Marta, a melhor do mundo... e mais quantas frases feitas forem necessárias. Vai ser assim até domingo, quando os programas de debate futebolístico vão mostrar os gols, dizer que muitas das mulheres têm lugar nos times de marmanjos. Segunda-feira que vem, quase ninguém vai dar mais importância para isso. Aliás, estava pensando... será que alguém na rua se lembra do Diogo Silva e que esporte ele pratica?

2 comentários:

Carolina Maria, a Canossa disse...

Juro que eu também reparei hoje (não com tanat atenção quanto você) nos novos avisos da escada rolante do Metrô Jabaquara. Juro que também acho as escadas rolantes do Metrô Consolação a mais emocionantes do mundo. Juro que também acho a cobertura da ESPN a melhor de todas. Mas é uma pena que eu não tenha visto a declaração do Pedro Lima!

Rocio disse...

A verdade é que é muito importante para escrever e expandir a mente, espero que em algum momento eu vou ter a possibilidade de escrever coisas como é que você, enquanto trabalhava em um Delivery Vila Mariana