O relógio despertou às 6 horas com tudo, nem parecia feriado. Só lembrei que hoje era nove de julho quando fui tomar banho e deixei o rádio ligado para ouvir o que tava rolando por aí.
Abri a porta de casa às 7 horas, e a do prédio dois minutos depois. Coloquei o fone no ouvido e aumentei o volume, mas o Jimmy Eat World não tinha o impacto que tinha semana passada. Passei por Bowling for Soup e Shout out Louds. Nada. Deveria ter tentado Stereophonics, mas só agora pensei nisso.
Desliguei o som e fui andando pela rua para o metrô. A avenida, mais vazia do que de madrugada, não oferecia nenhum perigo na hora de o pedestre atravessar. Sem graça. Assim como a Avenida Paulista, que, em um dia normal, estaria cheia de gente no ponto de ônibus, no farol da Brigadeiro e por todos os cantos. Nada.
Nada também na travessa com a Joaquim Eugênio. Vazia. O farol estava vermelho para mim, mas olhei para os dois lados (ainda que seja mão única) antes de atravessar. Poderia ter atravessado a rua arriscando um Moonwalker que nem uma bola de feno me impediria. Chato.
Entrei no elevador e apertei o 3. Precisava tomar um café. A porta abriu, mas o terceiro andar estava escuro, vazio e inóspito. Feriado. Apertei correndo o botão de todos os dias, passei o cartão e comecei a imaginar uma luta contra o sono nas cinco horas que se seguiriam.
Fiz o mesmo caminho de volta às 13 e pouquinho. O escadão continuava vazio, assim como todas as esquinas. A Paulista vazia. Uma droga. A Paulista vazia, não sei por que, me deprime. Sempre. Mas deixa pra lá.
Acabei voltando direto pra casa. Sem tirar os fones de ouvido da mochila.
O dia pelo menos estava mais bacana. Um pouco mais de sol, de calor. Sei lá. Pelo menos estava assim na ruela onde fica a estação do metrô. Continuei andando rumo à minha casa. Pensando um bocado na vida ou em nada, não me lembro direito.
Prestes a virar a esquina, um All-Star. Uma saia, uma camiseta preta, um cabelo tingido de vermelho. Um segundo de clima chato, um desvio de olhares e uma mudança intencional de calçadas. Por parte dela.
Depois de virar a esquina, algumas lembranças. Seis meses de intensa paixão, outros seis de uma indiferença em uma sala de inglês e mais 12 sem cada um lembrar da existência do outro. Hoje, no entanto, um encontro forçado. Dias antes de completarmos dois anos da primeira vez em que trocamos algumas palavras pela primeira vez.
A segunda-feira, que já tinha o ar mais abafado, as ruas mais vazias e o tédio no ar, ficou mais cinza. Como uma segunda-feira deve ser.
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