sábado, 6 de julho de 2013

Quero te tirar para dançar.

Ouvir aquela música que me inebria a alma e me infla de confiança a ponto de me permitir cometer alguma loucura como... te tirar para dançar.

Acho que me aproximaria de você, olhando para os lados e dissimulando uma certa segurança nos passos descompassados como se quisesse te impressionar.

(Eu admito, não sei fazer isso muito bem. Tirar para dançar, dissimular segurança, aproximar-me de alguém e muito menos dançar).

Então talvez eu te olhasse no fundo dos olhos e te dissesse qualquer coisa com firmeza, semelhante aos movimentos cardíacos arrítmicos, acelerados e descontrolados.

Aceitaria que te tirasse para dançar?

Penso que não.

Te encolherias sobre a tua cadeira, te retrairias os braços e sorririas educadamente qualquer palavra de recusa. Sim, penso que me recusarias. E deixarias o próximo movimento comigo. Caberia a mim, então, não recusar que me recusasses uma dança.

Só há um problema.

Tal equação com exageradas subtrações me travaria o organismo de uma maneira tal que eu simplesmente te olharia e te perguntaria, com uma voz sincera e trêmula, discordante daquele ser que se havia acercado de você segundos antes e infiel à melodia vagarosa que tamborila o meu peito, alguma coisa que se assemelhasse a “sério?”.

Não, não sei entender a recusa hipócrita, desafiante e clemente por alguma atitude. Sinto que te decepcionaria.

E então me sentaria de volta, esperando que algum dia me tirarás para dançar. Talvez espere por uma vida. Duas, três. Mas limitaria a esperar. Esperar, esperar, esperar, esperar e esperar...

Por que dificultas tanto as coisas?

Apenas não me digas não quando me queres dizer sim. Ou não me digas talvez quando, no fundo, estás certa de que não me cabe nada além do nunca mais.

Apenas te peço que me cedas a mão. Apenas por uma dança. Apenas... sem pena.

Ou simplesmente me tires tu para dançar, desafiando-me a tomar qualquer iniciativa enquanto tento controlar  o estado ébrio (de ti!) em que me deixarás.

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